quarta-feira, 22 de agosto de 2018

VEJA COMO USAR SERVIÇOS PÚBLICOS QUE FACILITAM A VIDA DE IDOSOS VÍTIMAS

DELEGACIA ESPECIAL E DISQUE IDOSO ATENDEM COM ATENÇÃO DIFERENCIADA QUEM PASSOU DOS 60 ANOS

Vítimas de crimes e golpes bem específicos, a população da terceira idade precisa de atendimento especial e muitas vezes tem dificuldades no acesso à polícia e à Justiça. Para ajudar quem precisa de atendimento jurídico, policial ou outros tipos de orientação, o DIA reuniu os canais que podem facilitar a vida dos idosos.
A Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti), em Copacabana, por exemplo, recebe denúncias especificamente de violações ao Estatuto do Idoso, e os agentes são preparados especialmente para lidar com o público da terceira idade, com tempo e a atenção necessários.
Segundo o titular da Deapti, Marcos Cipriano, a maior parte dos crimes denunciados têm fundo econômico, como desvio de dinheiro em bancos e retenção de cartão de aposentadoria. "Infelizmente, os autores muitas vezes são pessoas próximas, como cuidadores e parentes, que se valem da confiança da vítima. Isso pode incluir abusos psicológicos e maus tratos físicos". Também são comuns golpes financeiros, que acontecem na rua ou por telefone. Geralmente são cobranças incluídas na conta de telefone, ou golpes relacionados ao oferecimento de crédito consignado (descontado diretamente na folha da aposentadoria).
Na Deapti, o delegado garante que o atendimento é mais especializado. Além disso, os dois delegados assistentes Jorge Nascimento e Sueli Murat são também idosos. "Temos menos ocorrências diariamente, e conseguimos mais tempo e atenção para ouvir os depoimentos e investigá-los", disse Cipriano. A delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade fica na Rua Figueiredo de Magalhães 526, em Copacabana. A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O telefone é 2333-6290.
O estado conta também com central de atendimento por telefone, o Disque Idoso. Pelo número (21) 2334-5500, é possível denunciar episódios de violência, tirar dúvidas sobre direitos e outros assuntos. Desde que o serviço foi lançado, em outubro do ano passado, até julho desde ano, foram feitas 2.131 ligações. As principais demandas são sobre maus tratos, dúvidas sobre direitos e denúncias de exploração financeira.

"Registramos denúncias, encaminhamos aos órgãos competentes, acompanhamos e informamos sobre o andamento", explicou a Superintendente de Políticas Para Idosos, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos Políticas para Mulheres e Idosos, Melissa Areal Pires. O serviço também é procurado para informações do dia a dia, como telefones úteis, endereços de hospitais, etc. A Central funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, e atende a todo o estado. A aposentada Rosa, 63 anos, não conhecia: "É bom que exista. Facilita".

ATENDIMENTO JURÍDICO DE GRAÇA NA DEFENSORIA E UNIVERSIDADES
Para os idosos que precisam de atendimento jurídico, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro tem serviços gratuitos à disposição. O órgão conta com o Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa (Neapi), que oferece ajuda à população acima de 60 anos tanto judicialmente (em ações individuais ou coletivas), quanto extrajudicialmente (dando consultoria em conciliações e acordos extrajudiciais).
"O Neapi tem atribuição para receber comunicações de desrespeito à pessoa idosa em situação de vulnerabilidade e promoção das medidas cabíveis para a defesa de seus direitos", explicou a Defensoria Pública por meio de nota.
Para o mesmo serviço, quem preferir também pode procurar os Núcleos de Prática Jurídica das universidades, que podem resolver diversos conflitos com planos de saúde, financeiras e bancos, operadoras de telefone, além de questões trabalhistas, de previdência ou mesmo ações da Vara Familiar.
"Vemos muitos casos relacionados ao Direito do Consumidor, de empréstimos não autorizados, e muitas questões de família, como pedidos de pensão. E a nossa taxa de sucesso é bem alta, é comum que eles consigam indenizações, por exemplo", assegurou Rita Brettas, coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Estácio de Sá.
A formação no núcleo é exigida pelo Ministério da Educação para a formação dos bacharéis em Direito e, por isso, todas as universidades com o curso oferecem esse tipo de serviço.

Por Nadedja Calado
Fonte O Dia Online