DELEGACIA
ESPECIAL E DISQUE IDOSO ATENDEM COM ATENÇÃO DIFERENCIADA QUEM
PASSOU DOS 60 ANOS
Vítimas
de crimes e golpes bem específicos, a população da terceira idade
precisa de atendimento especial e muitas vezes tem dificuldades no
acesso à polícia e à Justiça. Para ajudar quem precisa de
atendimento jurídico, policial ou outros tipos de orientação, o
DIA reuniu os canais que podem facilitar a vida dos idosos.
A
Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade
(Deapti), em Copacabana, por exemplo, recebe denúncias
especificamente de violações ao Estatuto do Idoso, e os agentes são
preparados especialmente para lidar com o público da terceira idade,
com tempo e a atenção necessários.
Segundo
o titular da Deapti, Marcos Cipriano, a maior parte dos crimes
denunciados têm fundo econômico, como desvio de dinheiro em bancos
e retenção de cartão de aposentadoria. "Infelizmente, os
autores muitas vezes são pessoas próximas, como cuidadores e
parentes, que se valem da confiança da vítima. Isso pode incluir
abusos psicológicos e maus tratos físicos". Também são
comuns golpes financeiros, que acontecem na rua ou por telefone.
Geralmente são cobranças incluídas na conta de telefone, ou golpes
relacionados ao oferecimento de crédito consignado (descontado
diretamente na folha da aposentadoria).
Na
Deapti, o delegado garante que o atendimento é mais especializado.
Além disso, os dois delegados assistentes Jorge Nascimento e Sueli
Murat são também idosos. "Temos menos ocorrências
diariamente, e conseguimos mais tempo e atenção para ouvir os
depoimentos e investigá-los", disse Cipriano. A delegacia
Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade fica na Rua
Figueiredo de Magalhães 526, em Copacabana. A unidade funciona de
segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O telefone é 2333-6290.
O
estado conta também com central de atendimento por telefone, o
Disque Idoso. Pelo número (21) 2334-5500, é possível denunciar
episódios de violência, tirar dúvidas sobre direitos e outros
assuntos. Desde que o serviço foi lançado, em outubro do ano
passado, até julho desde ano, foram feitas 2.131 ligações. As
principais demandas são sobre maus tratos, dúvidas sobre direitos e
denúncias de exploração financeira.
"Registramos
denúncias, encaminhamos aos órgãos competentes, acompanhamos e
informamos sobre o andamento", explicou a Superintendente de
Políticas Para Idosos, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos
Políticas para Mulheres e Idosos, Melissa Areal Pires. O serviço
também é procurado para informações do dia a dia, como telefones
úteis, endereços de hospitais, etc. A Central funciona de segunda a
sexta-feira, das 10h às 16h, e atende a todo o estado. A aposentada
Rosa, 63 anos, não conhecia: "É bom que exista. Facilita".
ATENDIMENTO
JURÍDICO DE GRAÇA NA DEFENSORIA E UNIVERSIDADES
Para
os idosos que precisam de atendimento jurídico, a Defensoria Pública
do Rio de Janeiro tem serviços gratuitos à disposição. O órgão
conta com o Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa (Neapi),
que oferece ajuda à população acima de 60 anos tanto judicialmente
(em ações individuais ou coletivas), quanto extrajudicialmente
(dando consultoria em conciliações e acordos extrajudiciais).
"O
Neapi tem atribuição para receber comunicações de desrespeito à
pessoa idosa em situação de vulnerabilidade e promoção das
medidas cabíveis para a defesa de seus direitos", explicou a
Defensoria Pública por meio de nota.
Para
o mesmo serviço, quem preferir também pode procurar os Núcleos de
Prática Jurídica das universidades, que podem resolver diversos
conflitos com planos de saúde, financeiras e bancos, operadoras de
telefone, além de questões trabalhistas, de previdência ou mesmo
ações da Vara Familiar.
"Vemos
muitos casos relacionados ao Direito do Consumidor, de empréstimos
não autorizados, e muitas questões de família, como pedidos de
pensão. E a nossa taxa de sucesso é bem alta, é comum que eles
consigam indenizações, por exemplo", assegurou Rita Brettas,
coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Estácio
de Sá.
A
formação no núcleo é exigida pelo Ministério da Educação para
a formação dos bacharéis em Direito e, por isso, todas as
universidades com o curso oferecem esse tipo de serviço.
Por
Nadedja Calado
Fonte
O Dia Online