segunda-feira, 29 de abril de 2024
BIOENERGIA: APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA DE FORMA SUSTENTÁVEL
Os
impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente se intensificaram a
partir da revolução industrial do século XVIII, e especialmente durante o
século XX. A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais
para as sociedades atuais, dependemos dela para a nossa produção industrial,
sistemas de transportes, de segurança, de saúde, de educação, conforto, o
comércio, a agricultura e outros fatores associados à qualidade de vida.
Em
nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia, sendo que,
algumas são renováveis e outras esgotáveis. O petróleo é a principal fonte de
energia do planeta, seguido pelo carvão mineral e pelo gás natural e sua
formação se deu em um lento processo geológico de produção, podendo acabar caso
não haja um consumo racional. Por outro lado, o ritmo de consumo vem se
acelerando com o aumento da população e o consumismo desenfreado,
principalmente das nações dos países desenvolvidos, assim, têm provocados
inúmeros problemas ambientais, poluição, mudanças climáticas, aquecimento
global, por causa da intensificação do efeito estufa, destruição da fauna e
flora, cuja solução é um desafio atualmente.
A
formação da base energética do Brasil sempre esteve ligada às condições
econômicas e disponibilidade de exploração dos recursos naturais. O emprego das
fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o
urânio, têm causado grandes danos ambientais, locais e globais, e estas
reservas estão diminuindo a cada ano, possuem uma capacidade limitada. Diante
disso, às fontes de energia renováveis, como a hidráulica, a solar, eólica,
geotérmica, biomassa (bagaço de cana de açúcar, lenha, carvão vegetal, os
resíduos vegetais, agrícolas e os resíduos sólidos) são consideradas as formas
de geração de energia mais limpas, que contribui para o meio ambiente.
Cabe
destacar que, nenhuma forma de energia é totalmente limpa e implicam danos
ambientais. Assim, fazer economia de energia e o uso de forma sustentável,
independentemente de sua fonte, irá beneficiar o homem e a natureza.
O
setor elétrico no Brasil de base predominantemente hidráulica (movimento das
águas) se deu devido às características físicas e geográficas do nosso
território, amplamente aproveitado para a construção de usinas hidrelétricas,
rios com grandes extensões, caudalosos, e correndo sobre planaltos e
depressões, sendo estas projetadas como forte impulso rumo à industrialização e
desenvolvimento do país. Atualmente, o Brasil possui um dos maiores parques
hidrelétrico do mundo, atrás somente da China e Rússia, responsável pela
produção de mais de 90% da energia consumida internamente. O Brasil é um pais
privilegiado em recursos hídricos, mas é um recurso cada vez mais escasso e
pode ser um bem controlado, a energia através de resíduos sólidos pode se
tornar importante no futuro, porque a geração de lixo tem aumentado muito e
precisamos de uma destinação final de forma adequada e sustentável.
O
desafio que se coloca na atualidade é o gerenciamento integrado dos resíduos
sólidos urbanos, relacionando as etapas de geração, acondicionamento, coleta,
transportes, reaproveitamento e destinação final, integrando fatores de
reciclagem de materiais e a geração de energia elétrica a partir dos RSU.
Assim,
podemos contribuir para a qualidade de vida da população e evitar uma série de
impactos ambientais, sociais e econômicos. Ambientais: contaminação da água
pelo chorume, do solo pelas condições favoráveis ao desenvolvimento de fungos e
bactérias, poluição do ar pelas emissões de gases e mau cheiro dentre outros.
Aspecto social: a população de baixa renda buscam uma forma de sustento por
meio da captação e comercialização de materiais recicláveis, má qualidade de
vida dos catadores e exposição a doenças, ferimentos pela manipulação dos
resíduos. Quanto ao aspectos econômicos: altos investimentos para a recuperação
de áreas degradadas e mananciais, altos investimentos para a implantação de
aterros sanitários e operação, cuja vida útil se esgotam rapidamente e elevados
gastos com tratamento com saúde causada pela disposição inadequada do lixo.
No
Brasil nos últimos anos devido as dificuldades de se obter licenciamento
ambiental para as grandes obras de hidrelétricas, as mudanças climáticas e o
valor da eletricidade, são fatores que favorecem a implatação da geração de
energia elétrica a partir dos RSU, porque a geração próxima ao ponto de
consumo, evita gastos com linhas de transmissão e gera crédito de carbono
(protocolo de Kyoto).
A
produção de energia elétrica a partir dos RSU pode ocorrer em vários processos,
como a queima do biogás recuperados dos depósitos de lixo, a incineração, a
gaseificação e a digestão anaeróbica acelerada, são métodos importantes para
evitar a emissão de gás metano (gás altamente prejudical a camada de ozônio)
dos depósitos de lixo, prolongado a vida útil dos aterros sanitários,
proporcionando ganhos ambientais e socioeconômicos.
Nesse
sentido, para ocorrer a geração de energia elétrica a partir dos RSU depende de
um gerenciamento integrado, tarefa que demanda esforços articulados dentro da
política brasileira e assim atender diversos interesses, “privado, público,
social, de segurança para o sistema de fornecimento de energia elétrica,
redução de custo do fornecimento, geração de empregos, reputação política, e
outros”.
Portanto,
com o aumento da concentração atmosférica de gases que provoca o efeito estufa,
tem demandado novas políticas, tanto no setor público e privado para maiores
investimentos em energia renováveis a médio e longo prazo, como forma de
minimizar os impactos ambientais do lixo. Assim a implementação de novas
alternativas de produção e aproveitamento de RSU para a geração de energia
elétrica depende do gerenciamento integrado, entre poder público, privado e
toda a sociedade, afim de assegurar a saúde da população, diminuir os impactos
negativos associados ao manejo inadequado dos RSU. Trata-se de um desafio
reduzir as pressões sobre o meio ambiente e atender as necessidades da
humanidade por meio da implementação de padrões de consumo sustentável.
Fonte
Remade Notícias
ENERGIA SOLAR - FONTE ENERGÉTICA ABUNDANTE
No decorrer da década de 70, o mundo adquiriu profunda consciência de uma escassez global de combustíveis fósseis e, com o inevitável declínio dessas fontes convencionais de energia à vista, os principais países industrializados empreenderam uma rigorosa campanha a favor da energia nuclear como fonte energética alternativa. O debate sobre como solucionar a crise energética concentra-se usualmente nos custos e riscos da energia nuclear, em comparação com a produção de energia proveniente do petróleo, do carvão e do óleo xistoso. Os argumentos usados por economistas do governo e das grandes companhias, bem como por outros representantes da indústria energética, são fortemente tendenciosos sob dois aspectos. A energia solar — a única fonte energética que é abundante, renovável, estável no preço e ambientalmente benigna — é considerada por eles "antieconômica" ou "ainda inviável", apesar de consideráveis provas em contrário; e a necessidade de mais energia é pressuposta de maneira indiscutível.
Qualquer exame realista da "crise energética" tem que partir de uma perspectiva muito mais ampla do que essa, uma perspectiva que leve em conta as raízes da atual escassez de energia e suas ligações com os outros problemas críticos com que hoje nos defrontamos. Tal perspectiva torna evidente algo que, à primeira vista, poderá parecer paradoxal: para superar a crise energética, não precisamos de mais energia, mas de menos. Nossas crescentes necessidades energéticas refletem a expansão geral dos nossos sistemas econômico e tecnológico; elas são causadas pelos padrões de crescimento não-diferenciado que exaurem nossos recursos naturais e contribuem, de modo significativo, para nossos múltiplos sintomas de doença individual e social. Portanto, a energia é um parâmetro significativo de equilíbrio social e ecológico. Em nosso estágio atual de grande desequilíbrio, contar com mais energia não resolveria os nossos problemas, mas só iria agravá-los. Não só aceleraria o esgotamento de nossos minerais e metais, florestas e peixes, mas significaria também mais poluição, mais envenenamento químico, mais injustiça social, câncer e crimes. Para fazer frente a essa crise multifacetada não necessitamos de mais energia, mas de uma profunda mudança de valores, atitudes e estilo de vida.
Uma vez percebidos esses fatos básicos, torna-se evidente que o uso de energia nuclear como fonte energética é absoluta loucura. Ultrapassa o impacto ecológico da produção de energia em grande escala a partir do carvão, impacto esse que já é devastador, em vários graus, e ameaça envenenar não apenas nosso meio ambiente natural por milhares de anos, mas até mesmo extinguir toda a espécie humana. A energia nuclear representa o caso mais extremo de uma tecnologia que tomou o freio nos dentes, impulsionada por uma obsessão pela auto-afirmação e pelo controle que já atingiu níveis patológicos.
Ao descrever a energia nuclear em tais termos, refiro-me a armas nucleares e a reatores nucleares. Esses dois fatores não podem ser considerados separadamente; esta é uma propriedade intrínseca da tecnologia nuclear. O próprio termo nuclear power tem dois significados vinculados. Power, além do significado técnico de "fonte de energia", possui também o sentido mais geral de "posse de controle ou influência sobre outros".
Assim, no caso do nuclear power (energia nuclear e poder nuclear), esses dois significados estão inseparavelmente ligados, e ambos representam hoje a maior ameaça à nossa sobrevivência e ao nosso bem-estar.
Por Fritjjof Capra 1982
Fonte O Ponto de Mutação
ASSISTÊNCIA HOLÍSTICA AO TRATAMENTO DO CÂNCER
O novo modo de tratamento do câncer é uma terapia de assistência
holística à saúde por excelência
“O
câncer é um fenômeno típico, uma doença característica de nosso tempo. O
desequilíbrio e a fragmentação que impregnam nossa cultura desempenham um papel
importante no desenvolvimento do câncer, impedindo ao mesmo tempo que os
pesquisadores médicos e os clínicos compreendam a doença ou a tratem com êxito.
A
imagem popular do câncer foi condicionada pela visão fragmentada do mundo em
nossa cultura, pela abordagem reducionista da nossa ciência e pelo exercício da medicina
orientado para o uso maciço de tecnologia. O câncer é visto como um forte e poderoso
invasor que ataca o corpo a partir de fora. Parece não haver esperança de controlá-lo,
e para a grande maioria das pessoas câncer é sinônimo de morte. O tratamento
médico — radiação, quimioterapia, cirurgia ou uma combinação dessas técnicas —
é drástico, negativo e danifica ainda mais o corpo. Os médicos estão cada vez mais
propensos a ver o câncer como um distúrbio sistêmico, uma doença que, no
início, é localizada, mas que tem a faculdade de se propagar e realmente
envolve o corpo inteiro, e em que o tumor original é apenas a ponta do iceberg.
Os pacientes, entretanto, insistem freqüentemente em considerar seu próprio
câncer um problema localizado, especialmente durante sua fase inicial. Vêem o
tumor como um objeto estranho e querem livrar-se dele o mais rapidamente
possível e esquecer todo o episódio. A maioria dos pacientes está tão completamente
condicionada em suas idéias, que se recusa a considerar o contexto mais amplo
de sua enfermidade, sem perceber a interdependência de seus aspectos psicológicos
e físicos. Para muitos pacientes cancerosos, seu corpo tornou-se um inimigo em
quem não podem confiar e do qual se sentem inteiramente divorciados.
Um
dos principais objetivos na abordagem Simonton é inverter a imagem popular do
câncer, que não corresponde às conclusões da pesquisa atual. A moderna biologia
celular mostrou que as células cancerosas não são fortes e potentes, mas, pelo
contrário, fracas e confusas. Elas não invadem, atacam ou destroem, mas,
simplesmente, se super-reproduzem. Um câncer principia com uma célula que
contém informação genética incorreta, porque foi danificada por substâncias
nocivas ou outras influências ambientais, ou simplesmente porque o organismo
produziu ocasionalmente uma célula imperfeita. A informação defeituosa impede a
célula de funcionar normalmente; e se essa célula reproduz outras com a mesma
constituição genética incorreta, o resultado é um tumor composto de uma massa
de células imperfeitas. As células normais se comunicam eficazmente com seu
meio ambiente para determinar suas dimensões ótimas e sua taxa de reprodução,
ao contrário do que acontece com a comunicação e a auto-organização das células
malignas. Em conseqüência disso, crescem mais do que as células saudáveis e
reproduzem-se a esmo. Além disso, a coesão normal entre as células pode se enfraquecer,
e então as células malignas desprendem-se da massa original e viajam para outras
partes do corpo, formando novos tumores — o que é conhecido como metástase.
Num
organismo saudável, o sistema imunológico reconhece as células anormais e as destrói,
ou, pelo menos, as mantém cercadas para que não possam propagar-se. Mas se, por
alguma razão, o sistema imunológico não é suficientemente forte, a massa de
células defeituosas continua a crescer. O câncer não é, portanto, um ataque
vindo do exterior, mas um colapso interno.
Os
mecanismos biológicos do crescimento canceroso deixam claro que a busca de suas
causas tem que caminhar em duas direções. Por um lado, precisamos saber a causa
da formação de células cancerosas; por outro, precisamos entender a causa do enfraquecimento
do sistema imunológico do corpo.
Muitos
pesquisadores chegaram à conclusão, ao longo dos anos, de que as respostas a
ambas essas questões consistem numa complexa rede de fatores genéticos,
bioquímicos, ambientais e psicológicos interdependentes. Com o câncer, mais do
que com qualquer outra doença, a tradicional prática biomédica de associar urna
doença física a uma causa física específica não é apropriada. Mas como a
maioria dos pesquisadores ainda trabalha dentro da estrutura biomédica, eles
acham o fenômeno do câncer extremamente desconcertante.
Simonton
assinalou: "O tratamento do câncer encontra-se hoje num estado de total confusão.
Quase se parece com a própria doença: fragmentado e confuso". E reconhece
plenamente o papel das substâncias e influências ambientais cancerígenas na
formação de células cancerosas e defendem vigorosamente a implementação de uma
política social apropriada para eliminar esses riscos para a saúde.
Entretanto, concluíram também que nem as substâncias cancerígenas, nem a radiação
ou a predisposição genética fornecem, por si e em si mesmas, uma explicação adequada
para a causa do câncer. Nenhuma explicação para o câncer será completa sem uma
resposta para esta questão crucial: o que impede que o sistema imunológico de uma
pessoa, num determinado momento, reconheça e destrua células anormais, permitindo,
assim, que elas cresçam e se convertam num tumor que ameaça a vida? Esta foi a
questão em que se concentraram, em suas pesquisas e na prática terapêutica; e concluí
que ela só pode ser respondida desde que sejam considerados, cuidadosamente, os
aspectos mentais e emocionais da saúde e da doença.
O
quadro emergente do câncer é compatível com o modelo geral de doença sobre o
qual estivemos discorrendo. Um estado de desequilíbrio é gerado pelo estresse prolongado,
que é canalizado através de uma determinada configuração da personalidade, dando
origem a distúrbios específicos. No caso do câncer, as tensões cruciais parecem
ser aquelas que ameaçam algum papel ou alguma relação central da identidade da pessoa,
ou as que criam uma situação para a qual, aparentemente, não há escapatória.
Numerosos
estudos sugerem que essas tensões críticas ocorrem tipicamente de seis a dezoito
meses antes do diagnóstico do câncer. Elas são passíveis de gerar sentimentos
de desespero, impotência e desesperança. Em virtude desses sentimentos, uma
doença grave e até a morte podem tornar-se consciente ou inconscientemente aceitáveis
como solução potencial.
Simonton e outros pesquisadores desenvolveram um modelo psicossomático de câncer que mostra como os estados psicológicos e físicos colaboram na instalação da doença. Embora muitos detalhes desse processo ainda precisem ser esclarecidos, tornou-se evidente que o estresse emocional tem dois efeitos principais: inibe o sistema imunológico do corpo e, ao mesmo tempo, acarreta desequilíbrios hormonais que resultam num aumento de produção de células anormais. Assim, estão criadas as condições ótimas para o crescimento do câncer. A produção de células malignas é incentivada precisamente na época em que o corpo é menos capaz de destruí-las.
Simonton e outros pesquisadores desenvolveram um modelo psicossomático de câncer que mostra como os estados psicológicos e físicos colaboram na instalação da doença. Embora muitos detalhes desse processo ainda precisem ser esclarecidos, tornou-se evidente que o estresse emocional tem dois efeitos principais: inibe o sistema imunológico do corpo e, ao mesmo tempo, acarreta desequilíbrios hormonais que resultam num aumento de produção de células anormais. Assim, estão criadas as condições ótimas para o crescimento do câncer. A produção de células malignas é incentivada precisamente na época em que o corpo é menos capaz de destruí-las.
No
que se refere à configuração da personalidade, os estados emocionais do indivíduo
parecem ser o elemento crucial no desenvolvimento do câncer. A ligação entre câncer
e emoções vem sendo observada há centenas de anos, existindo hoje provas substanciais
do significado de estados emocionais específicos. Estes são o resultado de uma
biografia particular que parece ser característica dos pacientes com câncer.
Perfis psicológicos de tais pacientes foram estabelecidos por numerosos
pesquisadores, alguns dos quais são até capazes de prever a incidência do
câncer com notável precisão, com base nesses perfis.
Estudados
mais de quinhentos pacientes com câncer e identificou os seguintes componentes
significativos em suas biografias: sentimentos de isolamento, abandono e
desespero durante a juventude, quando relações interpessoais intensas parecem
ser difíceis ou perigosas; uma relação forte com uma pessoa ou grande satisfação
com um papel no início da idade adulta, tornando-se o centro da vida do indivíduo;
perda da relação ou do papel, resultando em desespero; interiorização do desespero,
a ponto de os indivíduos serem incapazes de deixar outras pessoas saberem quando
eles se sentem magoados, coléricos ou hostis. Esse padrão básico foi confirmado
como típico de pacientes com câncer por numerosos pesquisadores.
A
abordagem Simonton afirma que o desenvolvimento do câncer envolve um certo
número de processos psicológicos e biológicos interdependentes, que esses
processos podem ser reconhecidos e compreendidos, e que a seqüência de eventos
que leva à doença pode ser invertida de modo a que o organismo se torne
saudável
novamente. Tal como em qualquer terapia holística, o primeiro passo no sentido de
se iniciar o ciclo de cura consiste em conscientizar os pacientes do contexto
mais amplo de sua enfermidade. O estabelecimento do contexto do câncer começa
por se solicitar aos pacientes que identifiquem as principais tensões que ocorreram em sua vida de seis a dezoito meses
antes do diagnóstico. A lista dessas tensões é, então, usada como base para
se analisar a participação dos pacientes no desencadeamento de sua enfermidade.
O objetivo do conceito de participação do paciente não é suscitar um sentimento
de culpa, mas criar a base para a inversão do ciclo de processos psicossomáticos
que culminaram na doença.
Enquanto
Simonton estabelece o contexto da enfermidade de um paciente, eles também
fortalecem sua crença na eficácia do tratamento e na potência das defesas do
corpo. O desenvolvimento dessa atitude positiva é crucial para todo o tratamento.
Estudos realizados mostraram que a resposta do paciente ao tratamento depende
mais de sua atitude do que da gravidade da doença. Uma vez gerados os sentimentos
de esperança e expectativa, o organismo traduz esses sentimentos em processos
biológicos, que começam a restaurar o equilíbrio e a revitalizar o sistema imunológico,
utilizando os mesmos caminhos que foram usados no desenvolvimento da doença. A
produção de células cancerosas decresce, enquanto o sistema imunológico se torna
mais forte e mais eficiente para lidar com elas. Enquanto ocorre esse fortalecimento,
a terapia física é usada em conjunto com a abordagem psicológica, a fim de
ajudar o organismo a destruir as células malignas.
O
Simonton vê o câncer não como um problema meramente físico, mas como um
problema da pessoa como um todo. Assim, a terapia por eles adotada não se concentra
exclusivamente na doença, mas ocupa-se do ser humano total. É uma abordagem
multidimensional que envolve várias estratégias de tratamento planejadas para
iniciar e dar apoio ao processo psicossomático de cura. No nível biológico, a finalidade
é dupla: destruir as células cancerosas e revitalizar o sistema imunológico.
Além
disso, usa-se o exercício físico regular para reduzir a tensão, aliviar a
depressão e ajudar os pacientes a manter um contato mais estreito com seu
próprio corpo. A experiência mostrou que os pacientes com câncer são capazes de
uma atividade física muito maior do que a maioria das pessoas supõe.
A
principal técnica de fortalecimento do sistema imunológico é um método de relaxamento
e de formação de imagens mentais que os Simontons desenvolveram quando
perceberam o importante papel das imagens visuais e da linguagem simbólica no biofeedback.
A técnica de Simonton consiste na prática regular de relaxamento e visualização,
durante a qual o câncer e a ação do sistema imunológico são descritos na própria
linguagem simbólica do paciente. Comprovou-se que essa técnica é um instrumento
extremamente eficiente para fortalecer o sistema imunológico, freqüentemente
resultando em reduções espetaculares ou na eliminação de tumores malignos. Além
disso, o método de visualização é também uma excelente maneira de os pacientes
se comunicarem com seu inconsciente. Simonton vem trabalhando estreitamente com
as imagens mentais de seus pacientes e aprenderam que elas dizem muito mais
acerca dos sentimentos dos pacientes do que quaisquer explicações racionais.
Embora
a técnica de visualização desempenhe um papel central na terapia Simonton, é
importante enfatizar que a visualização e a terapia física não são suficientes,
por si sós, para curar pacientes com câncer. Segundo Simonton, a doença física
é uma manifestação dos processos psicossomáticos subjacentes, que podem ser
gerados por vários problemas psicológicos e sociais. Enquanto esses problemas
não forem resolvidos o paciente não ficará bom, ainda que o câncer possa
temporariamente desaparecer. A fim de ajudarem os pacientes a resolver os
problemas que estão na raiz de sua enfermidade, Simonton faz do aconselhamento
psicológico e da psicoterapia elementos essenciais de sua abordagem. A terapia
tem usualmente lugar em sessões de grupo, nas quais os pacientes encontram
apoio e encorajamento mútuos.
Concentra-se
nos problemas emocionais, mas não os separa dos padrões mais amplos da vida dos
pacientes; assim, inclui geralmente aspectos sociais, culturais, filosóficos e espirituais.
Para
a maioria dos pacientes com câncer, o impasse criado pela acumulação de eventos
estressantes só pode ser superado se eles mudarem parte de seu sistema de crenças.
A terapia de Simonton mostra-lhes que sua situação parece irremediável apenas porque
eles a interpretam de uma forma que limita suas respostas. Os pacientes são encorajados
a explorar interpretações e respostas alternativas a fim de encontrarem um modo
saudável de resolver a situação estressante. Assim, a terapia envolve um exame contínuo
do sistema de crenças e da visão de mundo dos pacientes.”
Fonte
O Ponto de Mutação – Fritjof Capra
ADVOGADO E CLIENTE: UMA PRIMEIRA REUNIÃO DE SUCESSO
A primeira reunião com um potencial cliente é
geralmente o marco inicial de um relacionamento que pode evoluir para a contratação
Não
importa quanto tempo de prática um advogado tenha, a primeira reunião com um
cliente é, geralmente, um misto de empolgação e estresse. Contudo, ambas as
sensações podem ser gerenciadas e superadas, seguindo algumas orientações
simples.
Antes
de tudo, é importante lembrar que cada advogado tem seu próprio estilo,
característica, pontos fortes e de melhoria, que ditam esta primeira interação.
Isso contribui para que cada reunião inicial seja única, com seu conjunto de
fatores, pessoas e circunstâncias. Contudo, apesar da singularidade da
situação, algumas diretrizes podem ser universalmente aplicadas e são bastante
úteis na preparação para a primeira reunião.
1. Estude o cliente.
A
primeira reunião com um potencial cliente é geralmente o marco inicial de um
relacionamento que pode evoluir para a contratação ou, dependendo do desempenho
do advogado, remanescer apenas no networking. Dica valiosa que ajudará o
advogado a ganhar a empatia dele, é demonstrar conhecimento sobre a sua
empresa. Por isso, ainda que você pretenda fazer inúmeras perguntas para
esclarecer as questões, não deixe transparecer que é a primeira vez que você se
importa com esse cliente e com o seu ramo de negócios.
Mostrar-se
interessado, demonstrando que já sabe um pouco sobre o mercado de atuação vai
fazer com que o cliente desenvolva confiança e trará um impacto bastante
positivo para este encontro. Analise os e-mails ou telefonemas que o precedem.
Eles também são uma excelente fonte de conhecimento para este primeiro momento.
Além do mais, este estudo irá deixá-lo muito mais confiante para conduzir esta
reunião.
2. Transmita profissionalismo.
Uma
atitude positiva pode fazer toda a diferença. Sorria quando atender o cliente,
para que ele saiba que você está animado com a sua presença e a perspectiva de
trabalhar em conjunto. Faça contato visual, dê um aperto de mão firme e ouça
atentamente, quando o cliente estiver falando com você. Apresente-se como uma
pessoa flexível e focada. O cliente gostará de sentir que você está aberto a
desafios e consegue trabalhar bem sob pressão.
Deixe
claro para o seu potencial cliente que você gosta do seu trabalho e tem
satisfação em poder ajudá-lo a resolver seus problemas.
Mantenha
um linguajar mais simples para que ele possa entendê-lo. Não tente
impressioná-lo com o seu rebuscado "juridiquês".
3. Seja pontual
É
imperativo que você chegue para a reunião no horário. Isso mostra que é
organizado e que leva o seu trabalho e seus clientes a sério. Pontualidade pode
dizer muito sobre uma pessoa, por isso, se não é o seu ponto forte, comece
trabalhar nele.
Não
se esqueça que não é apenas o seu tempo que está sendo investido nesta reunião,
mas o do cliente também. Dê valor a isso.
4. Cumprimente-os pelo nome.
É
importante numa primeira reunião cumprimentar o cliente pelo nome, apertar sua
mão e se apresentar. Cuide para não pronunciá-lo de forma errada. Esta é uma
maneira simples, mas fundamental de validá-lo e causar uma impressão positiva.
5. Como lidar com cartões de visita
Cartões
de visita são uma ferramenta tradicional e fundamental de trabalho. Não se
esqueça de levar e entregar o seu cartão profissional ao novo cliente, bem como
de analisar brevemente o cartão profissional do cliente após recebê-lo. Caso
haja diversos representantes do cliente ao mesmo tempo na reunião, organize os
cartões recebidos sobre a mesa, à sua frente, para ter a certeza de que se
lembrará do nome e da posição de todos os participantes do encontro. Jamais
esqueça qualquer cartão que lhe foi entregue. Guarde-os consigo e em segurança
após o término da reunião, preferencialmente dentro do seu próprio
porta-cartões.
6. Recepcionando o cliente
Guie-o
pelo escritório para que ele não se sinta perdido, indicando-o a posição que
deverá ocupar à mesa de trabalho. De preferência, mantenha o cliente perto de
você. Evite, no entanto, sentá-lo do seu lado oposto ou ao seu lado, porque o
contato físico pode incomodá-lo.
Se
a sala de reunião a ser utilizada tiver vista para uma paisagem interessante,
posicione o cliente à mesa de forma que ele tenha acesso frontal à vista. Se
possível, ofereça-lhe água e café antes de iniciar a conversa. Ao término da
reunião, sempre acompanhe o cliente até o elevador, ou, se possível, até o
estacionamento.
7. Prepare-se para conduzir a reunião da forma mais
objetiva possível.
Reuniões
são geralmente vistas como um problema. Falamos sobre isso num artigo anterior.
Por isso, conduzir o primeiro encontro de forma eficiente servirá como amostra
para o cliente potencial sobre como você conduzirá o trabalho, caso seja
contratado. Por isso, é importante anotar os pontos-chave abordados, prestando
atenção nos principais pontos de preocupação ressaltados pelo cliente,
escrevendo breves notas sobre os insights e alternativas que lhe ocorrerem.
Isso ajuda a manter o foco.
Dependendo
do nível de informalidade da reunião e do cliente, é natural que o seu
interlocutor se sinta à vontade para contar a história de sua vida. Isso é
ótimo, porque a troca de amenidades ajuda a diminuir a pressão do primeiro
encontro e a tensão que os problemas jurídicos normalmente envolvem. Aproveite
o momento de descontração para conseguir informações valiosas sobre a
personalidade do seu cliente: se meticuloso, detalhista, estrategista,
conservador, vanguardista etc. Isso poderá ajudá-lo a traçar o perfil do
cliente e, consequentemente, apresentar durante a reunião uma metodologia de
trabalho alinhada com os mesmos valores. É importante, contudo, manter o
controle daquilo que é importante e do que não é. Você não precisa cortá-lo de
maneira incisiva, mas quando perceber que estão fugindo muito do assunto
principal, traga-os de volta para o que importa.
8. Seja o mais realista possível
Não
é incomum que os clientes já queiram uma solução ao final de uma reunião. E,
mais ainda, a maioria deles espera, exclusivamente, uma resposta favorável.
Contudo, por mais que isso seja comum, boa parte das vezes, foge da realidade.
Por isso, é importante entender as expectativas do cliente, mas também deixar
claro, desde o primeiro momento, as variáveis que envolvem a análise e
resolução jurídica de uma questão legal: chances de êxito, tempo estimado à
resolução de determinado caso, prós e contras das estratégias delineadas,
estimativa de valores a serem gastos com o pagamento de honorários e despesas
etc.
Manter
uma postura clara e transparente em relação às chances de êxito, custo esperado
e tempo a ser consumido na resolução de questões jurídicas mitigam o risco de
surpresa e insatisfação do cliente, caso a sua expectativa não seja atendida. E
isto certamente irá preservar e fortalecer o vínculo de confiança entre vocês.
9. Recapitule os principais pontos abordados ao final
da reunião
Ao
final da reunião, recapitule todos os principais pontos a serem solucionados
com o cliente. Aproveite para verificar se todas as questões que poderiam ser
respondidas de início foram, de fato, endereçadas e se todos assuntos relevante
foram anotados para serem posteriormente avaliados. Desta forma, o cliente
perceberá que você conduziu a reunião de forma atenta e que está munido de
todas as informações necessárias para dar encaminhamento à solução jurídica que
se espera.
Coloque-se
à disposição por e-mail, telefone, e encoraje-o a manter contato, caso alguma
preocupação ou dúvida venha a aparecer.
Por
fim, após a reunião, faça um e-mail agradecendo a oportunidade do encontro e
envie um sumário sobre os principais pontos discutidos e as próximas
providências a serem seguidas. Compartilhar o cronograma de execução do
trabalho com o cliente diminuirá a sua ansiedade sobre as expectativas e sobre
os próximos passos e lhe dará um norte a ser seguido em relação às tarefas a
serem cumpridas, informações e documentos que ele ainda precisa lhe fornecer
para dar encaminhamento ao assunto. Lembre-se: falhas de comunicação são,
geralmente, responsabilidade do advogado, não do cliente.
Em
suma, a confiança do cliente é algo que se conquista e nunca deve ser
presumida. Manter estas diretrizes em mente para uma reunião inicial e para as
subsequentes poderá ajudá-lo a começar um relacionamento com um novo cliente
com o pé direito, contribuindo, consequentemente, para uma relação forte e
saudável daí para frente.
Por
Maria Olívia Machado e Ana Barros
Fonte
Migalhas
ANTES DO DIREITO, ADVOGADO DEVE TENTAR FAZER JUSTIÇA
A enciclopédia ensina que o advogado é um profissional liberal, bacharel em Direito e autorizado pelas instituições competentes de cada país a exercer a representação dos legítimos interesses das pessoas físicas ou jurídicas em juízo ou fora dele, quer entre si, quer ante o Estado. Está correto! As leis em todo mundo, por sua vez, sustentam que o advogado é uma peça essencial para a administração da justiça e instrumento básico para assegurar a defesa dos interesses das partes em juízo. Também está correto.
No Brasil, a ordem geral estabelece que para ser advogado é preciso ter o título de graduação como bacharel em Direito, e sua regular inscrição nos quadros da OAB, após aprovação no Exame. Perfeito! Tanto pela ordem educacional como também do ponto de vista da análise vocacional.
A rigor, os ensinamentos letrados sobre o “ser advogado” – no Brasil ou fora dele – estão permeados de conhecimentos e rótulos que variam de acordo com a forma de ver suas próprias demandas e o humor dos que avançam na análise fria do exercício profissional. Na prática, são diversas regras – totalmente consistentes - em que a moral e a ética, na mais pura expressão, se manifestam nas definições elementares para o exercício desse múnus público.
Mas existe uma que, particularmente, me enche de entusiasmo e que faz com que o “ser advogado” torne seus seguidores seres ativos e partícipes da construção de uma sociedade mais justa e fraterna. É aquela que diz que é função do advogado “reclamar contra as violações dos direitos humanos e combater os abusos de autoridade”. Ai está a máxima da responsabilidade do nosso exercício.
Contudo, a julgar pelo que temos visto e sentido, esse princípio tem sido relegado a planos inferiores diante dos aspectos meramente profissionais. Penso que vencer na profissão tem pautado quase todas as ações de nossa profissão. E isso, é muito pequeno no “ser advogado”! Pequeno e pouco. Muito pouco. Principalmente porque a história reservou a advocacia um papel mais eloquente e entusiasta para a nossa nação.
A história é rica e próspera em mostrar o quanto esta brilhante profissão, em seu exercício pleno, fez pela construção da democracia. Se hoje temos o direito de postular é porque baionetas caíram diante do abraço apertado da advocacia na resistência pela defesa de um país livre em todos os sentidos. O direito de questionar que nos é permitido hoje se dá porque poderes foram enquadrados em seu real papel a partir de movimentos organizados para derrubar a doença da tirania, que tanto persegue o ser humano; foi a luta para fazer valer os interesses individuais e coletivos.
Neste país de grandes contrastes, a advocacia foi e continua sendo dura contra a corrupção e os desmandos. Não apenas contra os delinquentes de terno e gravata que se postam atrás de mesas assinando liberação de verbas públicas e fazendo maracutaias com o dinheiro do povo. Mas se colocando à frente em busca da lisura e também apoiando os movimentos institucionais no controle democrático.
A advocacia hoje briga e luta bravamente para que o direito de postulação dos interesses individuais, empresariais e coletivos seja exercido de maneira correta, com respeito e, sobretudo, com capacidade e inteligência. A luta por um ensino jurídico eficaz – que é, ressalte-se com todas as letras isso, “de inteira responsabilidade do Estado” – significa estar na defesa dos interesses do cidadão. Os malfeitores desta nação, verdadeiros “ratos” travestidos de cordeiros, investem no pior. Por sorte, empunham bandeiras rasgadas e devassadas pelo erro.
A atual participação da advocacia enquanto corpo presente no dia-a-dia de uma nação precisa de reforço. Cada vez mais. Os ensinamentos elementares sobre a filosofia do Direito necessitam de uma ênfase primordial para que todos que abraçarem esta profissão possam ter impressas na alma uma visão mais profunda do “ser advogado”. Lutar contra as violações e combater os abusos de autoridade deve ser a bandeira principal desta profissão. Até porque, constantemente somos vítimas dessas situações.
A advocacia não pode se curvar diante dos que teimam em fustigar os direitos humanos. Nem se silenciar perante as ameaças e agressões, seja contra o “ser advogado”, seja contra o cidadão comum. Afinal, a história, que hoje nos concede lugar de destaque pelas lutas relatadas, certamente nos julgará se permitirmos que esse Estado de Direito seja afrontado da forma como tentam fazer os “ratos de esgoto”, encastelados em seus altos escalões.
Nossa missão não é apenas defender o direito. Mais que isso: é garantir que se faça a Justiça! Essa é a lição de hoje e de todos os outros dias de nossas vidas.
Por Francisco Faiad (Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil)
Fonte Consultor Jurídico
SAIBA COMO TER CONEXÕES DE SUCESSO NA ADVOCACIA: LINKEDIN PARA ADVOGADOS
Os advogados adoram o LinkedIn, e não é
difícil saber o porquê. De todas as redes sociais, o foco do LinkedIn para
negócios possui uma aura de profissionalismo muito adequada, oferecendo
múltiplas formas de compartilhar conteúdos e demostrar conhecimentos especializados
na advocacia.
Mas, como qualquer ferramenta, pode ser
adversa se não for usada corretamente. Parte desse uso adequado envolve a
etiqueta do LinkedIn. A falta de observação do comportamento correto pode
prejudicar a sua reputação e do seu escritório de advocacia. Aqui estão três
coisas a serem evitadas no LinkedIn.
1. Não pense que
você tem que aceitar todos os convites para se conectar
Você recebeu um pedido de conexão de alguém
que você não conhece? Provavelmente prudente simplesmente ignorar ou
gentilmente recusar isso. Sim, parece ser bom ter uma grande rede de conexões. Mas
a qualidade e a sua reputação, duramente merecidas, são mais importantes do que
a quantidade, quando se trata dessas conexões.
2. Não publique
atualizações que não tenham nada a ver com sua área
Quando você compartilha itens através de uma
atualização de status ou de um grupo profissional do LinkedIn, um excelente
hábito que pode demonstrar seu conhecimento e autoridade é a verificação. Os
demais devem estar de acordo com suas práticas ou da discussão em questão.
3. Não tente
barganhar nada para obter resultados
O LinkedIn é sobre construir relacionamentos,
e esse convívio precisa ser nutrido. Postando algo como "Se você está
procurando uma experiência respeitável na advocacia, ligue para mim" pode
fazer você parecer com um desesperado. Também causa problemas com a ética
condizente com a advocacia e seu o marketing pessoal.
Você pode resumir todos esses pontos de
etiqueta em uma frase: não se descuide. E essa frase deve ser transferida para
a manutenção da sua página do LinkedIn. Certifique-se de ter todas as suas
informações sempre atualizadas. E por fim esqueça de uma vez por todas o
pensamento que o LinkedIn é apenas um lugar para colocar seu currículo de
advogado.
No Linkedin, o objetivo é o aperfeiçoamento
profissional, além de ser ótimo para melhorar sua carreira, também promove a
oportunidade de construir uma valiosa rede de contatos. Afinal, quanto maior a
conexão com suas relações, maior a chances de receber conteúdos assertivos e de
obter sucesso.
Por Jurídica Marketing
Fonte JusBrasil Notícias
MÉDICOS, ASSISTÊNCIA À SAÚDE E PACIENTE
De acordo com o modelo biomédico, somente o médico sabe o que é importante para a saúde do indivíduo, e só ele pode fazer qualquer coisa a respeito disso, porque todo o conhecimento acerca da saúde é racional, científico, baseado na observação objetiva de dados clínicos. Assim, os testes de laboratório e a medição de parâmetros físicos na sala de exames são geralmente considerados mais importantes para o diagnóstico do que a avaliação do estado emocional, da história familiar ou da situação social do paciente.
A autoridade do médico e sua responsabilidade pela saúde do paciente fazem-no assumir um papel paternal. Ele pode ser um pai benévolo ou um pai ditatorial, mas sua posição é claramente superior à do paciente. (...)
No sistema atual de assistência à saúde, os médicos desempenham um papel ímpar e decisivo nas equipes que se encarregam das tarefas de assistência aos pacientes. É o médico quem encaminha os pacientes para o hospital e os manda de volta para casa, é ele quem solicita as análises e radiografias, quem recomenda uma cirurgia e receita medicamentos. O pessoal de enfermagem, embora seja com freqüência altamente qualificado, como os terapeutas e os sanitaristas, é considerado mero auxiliar dos médicos e raramente pode usar todo o seu potencial. Em virtude da estreita concepção biomédica de doença e dos padrões patriarcais de poder no sistema de assistência à saúde, o importante papel que as enfermeiras desempenham no processo de cura, através do contato com os pacientes, não é plenamente reconhecido. Graças a esse contato, as enfermeiras adquirem freqüentemente um conhecimento muito mais amplo do estado físico e psicológico dos pacientes do que os médicos, mas esse conhecimento é considerado menos importante do que a avaliação, "científica" do médico, baseada em testes de laboratório. Fascinada pela mística que cerca a profissão médica, nossa sociedade conferiu aos médicos o direito exclusivo de determinarem o que constitui a doença, quem está doente e quem não está, e os procedimentos com relação ao indivíduo enfermo. Muitos outros profissionais, como os homeopatas, os quiropráticos e os herbanários, cujas técnicas terapêuticas são baseadas em modelos conceituais diferentes, mas igualmente coerentes, foram legalmente excluídos do ramo principal da assistência à saúde.
Embora os médicos disponham de considerável poder para influenciar o sistema de assistência à saúde, eles também estão muito condicionados por esse sistema. Como seu treinamento é substancialmente orientado para a assistência hospitalar, eles se sentem mais à vontade, em casos duvidosos, quando seus pacientes estão no hospital, e, como recebem muito pouca informação idônea acerca de medicamentos de fontes não-comerciais, tendem a ser excessivamente influenciados pela indústria farmacêutica.
Entretanto, os aspectos essenciais da assistência contemporânea à saúde são determinados pela natureza da educação médica. Tanto a ênfase na tecnologia de equipamentos como o uso excessivo de medicamentos e a prática da assistência médica centralizada e altamente especializada têm sua origem nas escolas de medicina e nos centros médicos acadêmicos. Qualquer tentativa de mudar o sistema atual de assistência à saúde terá de começar, portanto, pela mudança no ensino da medicina.
(...)
Sob o impacto do Relatório Flexner, a medicina científica voltou-se cada vez mais para a biologia, tornando-se mais especializada e concentrada nos hospitais. Os especialistas passaram a substituir os clínicos-gerais, como professores, tornando-se os modelos para os aspirantes a médicos. Em fins da década de 40, os estudantes de medicina dos centros médicos universitários não tinham quase nenhum contato com médicos que exerciam a clínica geral; e, como seu treinamento tinha lugar, cada vez mais, dentro de hospitais, eles estavam efetivamente afastados do contato com a maioria das enfermidades com que as pessoas se defrontam em sua vida cotidiana. Tal situação persiste até hoje. Enquanto dois terços das queixas registradas na prática médica cotidiana envolvem enfermidades menos importantes e de breve duração, que usualmente têm cura, e menos de 5 por cento das doenças graves envolvem uma ameaça à vida, essa proporção é invertida nos hospitais universitários. Assim, os estudantes de medicina têm uma visão distorcida da enfermidade. Sua principal experiência envolve apenas uma porção minúscula dos problemas comuns de saúde, e esses problemas não são estudados no seio da comunidade, onde seu contexto mais amplo poderia ser avaliado, mas nos hospitais, onde os estudantes se concentram exclusivamente nos aspectos biológicos das doenças. Por conseguinte, internos e residentes adquirem um notório desdém pelo paciente ambulatorial — a pessoa que os procura andando com suas próprias pernas e lhes apresenta queixas que usualmente envolvem problemas tanto emocionais quanto físicos —, e eles acabam por considerar o hospital um lugar ideal para a prática da medicina especializada e tecnologicamente orientada.
Uma geração atrás, mais de metade de todos os médicos eram clínicos-gerais; agora, mais de 15 por cento são especialistas, limitando sua atenção a um grupo etário, doença ou parte do corpo bem determinados. (...)
Quanto à assistência primária, o problema não é só o reduzido número de clínicos-gerais, mas também a abordagem da assistência ao paciente, freqüentemente restringida pelo treinamento fortemente tendencioso nas escolas de medicina. A tarefa do clínico-geral requer, além do conhecimento científico e da habilidade técnica, bom senso, compaixão e paciência, o dom de dispensar conforto humano e devolver a confiança e a tranqüilidade ao paciente, sensibilidade no trato dos problemas emocionais do paciente e habilidades terapêuticas na condução dos aspectos psicológicos da enfermidade. Essas atitudes e habilidades não são geralmente enfatizadas nos atuais programas de treinamento médico, nos quais a identificação e o tratamento de uma doença específica se apresentam como a essência da assistência médica. Além disso, as escolas de medicina promovem vigorosamente um sistema de valores "machista", desequilibrado, desprezando qualidades como a intuição, a sensibilidade e a solicitude, em favor de uma abordagem racional, agressiva e competitiva. (...) Por causa desse desequilíbrio, os médicos consideram amiúde uma discussão empática de questões pessoais inteiramente desnecessária; os pacientes, por sua vez, tendem a vê-los como indivíduos frios e hostis, queixando-se de que o médico não entende as preocupações que os afligem.
Nossos centros médicos universitários têm como finalidade não só o treinamento, mas a pesquisa. Tal como no caso do ensino da medicina, a orientação biológica também é substancialmente favorecida no patrocínio e na concessão de verbas para projetos de pesquisa. Embora as pesquisas epidemiológicas, sociais e ambientais sejam, freqüentemente, muito mais úteis e eficientes na melhoria da saúde humana do que a estrita abordagem biomédica, projetos dessa espécie são pouco incentivados e sofrivelmente financiados. A razão dessa resistência não é meramente o forte atrativo conceituai do modelo biomédico para a maioria dos pesquisadores, mas também sua vigorosa promoção pelos vários grupos de interesses na indústria da saúde.
Embora exista um descontentamento generalizado em relação à medicina e aos médicos, a maioria das pessoas não se apercebe de que uma das principais razões do atual estado de coisas é a exígua base conceituai da medicina. Pelo contrário, o modelo biomédico é geralmente aceito, estando seus princípios básicos tão enraizados em nossa cultura que ele se tornou até o modelo popular dominante de doença. A maioria dos pacientes não entende muito bem a complexidade de seu organismo, pois foram condicionados a acreditar que só o médico sabe o que os deixou doentes e que a intervenção tecnológica é a única coisa que os deixará bons de novo. Essa atitude pública torna muito difícil para os médicos progressistas mudarem os modelos atuais de assistência à saúde. Vários que tentam explicar aos pacientes seus sintomas, relacionando a enfermidade com seus hábitos de vida, mas que acabam por perceber que tal abordagem não satisfaz a nenhum dos seus pacientes. Eles querem alguma outra coisa, e, com freqüência, não se contentam enquanto não saem do consultório médico com uma receita na mão. Muitos médicos fazem grandes esforços para mudar a atitude das pessoas a respeito da saúde, para que elas não insistam em que lhes seja receitado um antibiótico quando estão com um resfriado, mas o poder do sistema de crenças dos pacientes faz com que esses esforços sejam freqüentemente baldados. Contou-me um clínico-geral: "Apresentou-se a mim uma mãe trazendo uma criança com febre e disse: 'Doutor, dê-lhe uma injeção de penicilina'. Então eu lhe disse: 'A senhora não entende que a penicilina não pode ajudar nesse caso?' E ela respondeu: 'Que espécie de médico é o senhor? Se não quiser dar a injeção, procuro outro médico'".
Hoje em dia, o modelo biomédico é muito mais do que um modelo. Na profissão médica, adquiriu o status de um dogma, e para o grande público está inextricavelmente vinculado ao sistema comum de crenças culturais. Para suplantá-lo será necessário nada menos que uma profunda revolução cultural. E tal revolução é imprescindível se quisermos melhorar, ou mesmo manter, nossa saúde. As deficiências de nosso sistema atual de assistência à saúde — em termos de custos, eficácia e satisfação das necessidades humanas — estão ficando cada vez mais notórias e são cada vez mais reconhecidas como decorrentes da natureza restritiva do modelo conceitual em que se baseia. (...) Os pesquisadores médicos precisam entender que a análise reducionista do corpo-máquina não pode fornecer-lhes uma compreensão completa e profunda dos problemas humanos. A pesquisa biomédica terá que ser integrada num sistema mais amplo de assistência à saúde, em que as manifestações de todas as enfermidades humanas sejam vistas como resultantes da interação de corpo, mente e meio ambiente, e sejam estudadas e tratadas nessa perspectiva abrangente.
A adoção de um conceito holístico e ecológico de saúde, na teoria e na prática, exigirá não só uma mudança radical conceitual na ciência médica, mas também uma reeducação maciça do público. Muitas pessoas aderem obstinadamente ao modelo biomédico porque receiam ter seu estilo de vida examinado e ver-se confrontadas com seu comportamento doentio. Em vez de enfrentarem tal situação embaraçosa e freqüentemente penosa, insistem em delegar toda a responsabilidade por sua saúde ao médico e aos medicamentos. Além disso, como sociedade, somos propensos a usar o diagnóstico médico como cobertura para problemas sociais. Preferimos falar sobre a "hiperatividade" ou a "incapacidade de aprendizagem" de nossos filhos, em lugar de examinarmos a inadequação de nossas escolas; preferimos dizer que sofremos de "hipertensão" a mudar nosso mundo supercompetitivo dos negócios; aceitamos as taxas sempre crescentes de câncer em vez de investigarmos como a indústria química envenena nossos alimentos para aumentar seus lucros. Esses problemas de saúde extrapolam os limites das preocupações da profissão médica, mas são colocados em foco, inevitavelmente, assim que procuramos seriamente ir além da assistência médica atual.
Ora, só será possível transcender o modelo biomédico se estivermos dispostos a mudar também outras coisas; isso estará ligado, em última instância, a uma completa transformação social e cultural.
Por Fritjof Capra
Fonte Extraído do Livro "O Ponto de Mutação"
PETIÇÃO EXERCE O EFEITO DA PRIMEIRA IMPRESSÃO EM UM PROCESSO
O
conceito é centenário: as pessoas tendem a gostar — ou desgostar — de tudo e de
todos com base em primeiras impressões. O psicólogo e pesquisador Edward
Thorndike aprofundou os estudos sobre essa característica humana, concluindo
que, se a primeira impressão é boa, as pessoas criam um “efeito auréola” (“halo
effect”) em torno de suas novas relações, que as protegem contra a descoberta
posterior de pontos fracos.
Mas,
obviamente, o efeito também pode ser negativo, segundo Thorndike. Se as
primeiras impressões, as que sempre ficam, forem ruins, a expectativa de que tudo
o que vem depois só pode negativa. Esse efeito, bom ou ruim, pode ser entendido
como um “preconceito cognitivo” que as pessoas adotam, sem racionalizar suas
percepções.
“A
declaração de que Hitler amava crianças e cães é chocante, porque qualquer traço
de bondade em uma pessoa já rotulada de diabólica viola as expectativas
estabelecidas pelo efeito auréola”, diz o advogado Bryan Garner, escritor do
livro “A Petição Ganhadora”, editor do “Black’s Law Dictionary e presidente da
LawProse Inc., em um artigo sobre petições.
E
o que teorias sobre “efeito auréola” e “preconceito cognitivo” têm a ver com
petições, ele pergunta. “Tudo”, ele responde. O conceito de primeiras
impressões não se aplica apenas a pessoas. Na verdade, se aplica a quase tudo:
coisas, empresas, marcas, produtos e, até mesmo, a processos judiciais.
E,
é claro, a primeira impressão que um julgador pode ter um processo é a que ele
tem ao ler uma petição.
Garner
escreveu que, quando faz essa afirmação nos cursos de educação continuada, nos
quais ensina redação jurídica, alguns advogados a contestam, até de forma um
tanto ríspida, algumas vezes. Para eles, o que o juiz precisa é de fatos,
provas e sustentação jurídica — e não de uma redação que os agrade.
Ele
cita então declarações do ministro da Suprema Corte dos EUA Antonin Scalia,
quando ele o entrevistou. Scalia disse que quando vê uma petição escrita de
forma medíocre, ele tem uma percepção de que o redator é um pensador medíocre.
“Seria
muito raro uma pessoa pensar com clareza, precisão e cuidado e não escrever da
mesma forma. Em sentido oposto, é raro que uma pessoa sem essas qualidades de
pensamento escreva bem”, disse o ministro.
Assim,
não é uma questão só de agradar o julgador. É uma questão de criar uma boa
impressão, que pode resultar em uma boa vontade do julgador e ajudar o advogado
(ou promotor) a obter uma decisão favorável para seu cliente.
Garner
escreveu que, nos EUA, os juízes repetem, com frequência, uma ladainha sobre o
que pensam de petições:
1)
pequenos erros indicam a existência de grandes erros;
2)
menos é mais;
3)
petições bem escritas demandam pouco esforço físico e mental do leitor.
Preconceito cognitivo
Pequenos
erros gramaticais, de grafia e de pontuação são as primeiras coisas que um
leitor atento nota, ele diz. O julgador pode ter um ataque de preconceito
cognitivo e ter dificuldades para absorver, satisfatoriamente, o significado
dos parágrafos e a estrutura dos argumentos, só por causa do desleixo na
redação, ele afirma.
Por
isso, é necessário que o redator da petição faça um trabalho minucioso,
exaustivo, de revisão do texto. A revisão deve ser feita por ele e por
terceiros, o que pode incluir um revisor profissional nos quadros da empresa ou
um revisor profissional free-lancing.
O
fato é que a maioria dos juízes correlaciona um texto claro, preciso, enxuto,
com sentenças nítidas e citações corretas ao cuidado profissional do advogado
(ou promotor) e até mesmo a sua capacidade de apresentar fundamentos
substantivos. E correlaciona qualidades opostas à incapacidade de apresentar
bons argumentos. Primeiras impressões perduram.
Menos é mais
Essa
expressão, “menos é mais” (“less is more”), foi popularizada em 1855 pelo poeta
Robert Browning, para celebrar a capacidade de concisão do escritor. Isso
inclui a capacidade do escritor de cortar todas as palavras, expressões e
sentenças que não são realmente necessárias para esclarecer o julgador e
ajudá-lo a formar uma decisão.
“Isso
não significa que o texto tenha de ser muito curto. O texto tem de ter
substância — mas apenas o suficiente”, diz Garner.
Em
uma entrevista com o ministro da Suprema Corte Stephen Breyer, ele discutiu
esse tema. O ministro lhe disse que o advogado não precisa colocar tudo o que
lhe vem à cabeça na petição. “Quando vejo uma petição com 50 páginas, o que vem
à cabeça é que o advogado não tem ideia do que é realmente importante no
processo. Quando o número de páginas baixa para menos de 30, por exemplo, tenho
a sensação de que ele sabe que a lei está do lado dele”.
Às
vezes, dois ou três pontos fortes são o suficiente para formar a convicção do
julgador. Já está provado — cientificamente, diz Garner — que o acréscimo de
pontos fracos em uma linha de raciocínio dilui os pontos fortes.
O
psicólogo e economista Daniel Kahneman, ganhador do prêmio Nobel, relata uma
experiência singela, que ilustra o efeito destrutivo de peças fracas sobre as
peças fortes. Consumidores foram solicitados a avaliar um jogo de louça, copos
e talheres para mesa de boa qualidade, chegando-se a um “preço justo” de US$ 33
dólares. Outros consumidores foram solicitados a avaliar o mesmo jogo de
jantar, ao qual foram acrescidas algumas peças de má qualidade. O preço caiu
para US$ 23.
Kahneman
também conta o caso de uma estratégia ruim de um vendedor, que comercializava
um produto muito caro. Para agradecer os clientes, ele acrescentou ao “pacote”
um presente barato. Foi um tiro que saiu pela culatra, com resultados ruins
para os negócios.
Menos complexo
A
escolha de apresentar apenas os fatos e argumentos fortes em uma petição — e
simplesmente se desfazer dos fracos — torna a leitura e o entendimento da peça
mais fácil, por uma razão muito simples: elimina a complexidade.
Consequentemente, evita que o leitor faça esforços físicos e mentais
desnecessários para ler a petição.
Segundo
Garner, alguns advogados dizem que é obrigação do juiz ler a petição, seja
fácil ou difícil. É o trabalho deles. Pode ser, mas podem haver consequências
desagradáveis, de acordo com Kahneman. Ele diz que a ciência já comprovou que,
quando as pessoas são exauridas cognitivamente, podem fazer “julgamentos
superficiais” ou “escolhas egoístas”.
“Sempre
que está fazendo alguma coisa que requer esforço ou autocontrole, você está
esgotando suas reservas. Sua vontade e sua capacidade de se concentrar declina
substancialmente”, ele diz.
Kahneman
acrescenta: “A ideia de energia mental é mais do que uma mera metáfora. O
sistema nervoso consome mais glicose do que a maioria das demais partes do
corpo. E uma atividade mental que exige muito esforço é particularmente cara na
moeda da glicose. O nível de glicose no sangue cai substancialmente. O efeito é
semelhante ao de um atleta em uma corrida de 100 metros, que consome a glicose
armazenada em seus músculos”.
Um
texto, no caso uma petição, tem de ter começo, meio e fim, disse Aristóteles. O
começo é o mais importante; o fim é o segundo mais importante trecho da
petição, diz Garner.
No
começo, ele diz, o advogado tem de expor os fatos de uma maneira clara e
concisa. E fazê-lo de uma forma que qualquer pessoa possa entender. Aliás, o
leitor tem de entender os fatos no primeiro parágrafo ou no primeiro e segundo
parágrafos. Jamais tem de ler até o décimo parágrafo para saber do que se trata
a questão. “Se uma revista fizer isso, você cancela a assinatura”, diz Garner.
O
meio traz todas as demais informações necessárias à formação de opinião do
julgador: argumentos, sustentação jurídica, referência a provas, entre outros.
A conclusão não pode ser apenas algo como “com base no que foi dito, peço
que...”. Ela tem de ser vigorosa. “É onde você sumariza o caso
convincentemente, mencionando o suporte jurídico, e pede uma decisão a favor de
seu cliente” — embora concisamente.
Por
João Ozorio de Melo
Fonte
Consultor Jurídico
REFORMAS NA FACHADA: ESPECIALISTAS ORIENTAM SÍNDICOS SOBRE PINTURA E TEXTURA
Os especialistas Osmar Hamilton Becere e Carlos
Carbone apresentam, a seguir, em trabalho desenvolvido com exclusividade para a
Direcional Condomínios, orientações de como os síndicos devem proceder mediante
obras de pintura e textura nas fachadas das edificações. Osmar é Mestre em
Habitação e pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção Civil do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); e Carlos Carbone é engenheiro e
Mestre em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP.
1 - Saiba qual a melhor hora para pintar
A
presença de manifestações patológicas na pintura indicará o momento de se
entrar com repintura. Infiltração de água através de fissuras e/ou trincas,
bolhas, descascamento, pulverulência da tinta devido à degradação da resina e
descoloramento representam as principais manifestações.
O
tempo com que essas manifestações surgem, decorrido da aplicação anterior,
varia em função das condições de exposição do edifício, bem como da qualidade
da tinta empregada e da espessura da película aplicada.
Fachadas
menos ensolaradas, voltadas para a direção preferencial das chuvas dirigidas,
áticos, caixa d’água, platibandas superiores, molduras horizontais etc.,
costumam se deteriorar antes se comparadas com locais mais protegidos. Desta
forma, necessitam de especificações mais rígidas. Por exemplo, no caso das
tintas, de uma demão a mais.
Os
serviços de pintura e restauração das fachadas podem ser executados em qualquer
época do ano. Entretanto, é mais recomendável entre abril e setembro, uma vez
que é o período de maior estiagem. Em tempos chuvosos devem ser respeitados os
limites de aplicação quanto à umidade relativa e à temperatura, além de poder
ocorrer perdas de material por chuvas repentinas.
2 - Os procedimentos mínimos a serem adotados pelos
fornecedores
É
sempre aconselhável que a avaliação do estado do sistema de revestimento
(chapisco + emboço + pintura e/ou revestimentos cerâmicos, textura acrílica
etc.) seja realizada por profissionais com experiência no assunto. Há diversas
empresas de consultoria no mercado, bem como laboratórios de ensaios,
habilitados para um diagnóstico da condição da fachada. Esses profissionais
e/ou empresas avaliarão, sob vários aspectos, a necessidade de uma intervenção
reparadora ou indicarão um projeto executivo, que certamente terá sentido
quando da necessidade de intervenções no sistema de revestimento como um todo.
Toda fachada deve ser lavada antes da pintura ou
textura
É
recomendável que a fachada seja lavada por hidrojateamento de forma a remover
os poluentes e microrganismos aderidos, eventuais eflorescências, materiais
pulverulentos, bem como facilitar a identificação de fissuras, bolhas etc.,
para que essas sejam corrigidas antes da pintura e/ou texturização.
A
técnica ideal para a limpeza de fachada é o hidrojateamento (normalmente
utiliza-se pressão máxima de 1000 psi), combinada com a utilização de sabões
neutros. A periodicidade de lavagem depende do grau de exposição a que está
sujeita a fachada e do tipo de acabamento do revestimento, capaz de reter mais
ou menos sujidades.
No
caso das texturas acrílicas, se houver necessidade de reparar alguma área
danificada, recomenda-se: demarcar a região, protegendo o entorno com um filme
plástico ou papel; remover a textura degradada com auxílio de ferramentas
apropriadas; limpar o substrato; e aplicar a nova textura de acordo com as
recomendações do fabricante do produto.
As
fissuras e trincas visíveis devem ser recuperadas antes da lavagem de modo a
evitar a penetração de água no interior dos edifícios. As que forem
identificadas após a lavagem deverão ser recuperadas posteriormente. O
importante é que a correção das irregularidades no substrato de aplicação seja
realizada adequadamente, de forma que a pintura não seja aplicada sobre
anomalias, evitando que o seu desempenho fique comprometido.
3 - Especificações das tintas disponíveis no mercado
A
norma da ABNT, a NBR 15079/2011 (Sobre Tintas para construção civil –
Especificação dos requisitos mínimos de desempenho de tintas para edificações
não industriais – Tintas látex nas cores claras), estabelece as seguintes
definições:
·
Tinta
látex Econômica: corresponde ao menor nível de desempenho de uma tinta látex,
independentemente do tipo de acabamento proporcionado (fosco, acetinado,
semibrilho ou qualquer outra definição). Indicada exclusivamente para ambiente
interior, ela deve atender no mínimo às especificações indicadas nessa norma;
·
Tinta
látex Standard: tinta látex fosca indicada para ambiente interior/exterior e
que deve atender no mínimo às especificações indicadas na referida norma;
·
Tinta
látex Premium: indicada para ambiente interior/exterior e que deve atender no
mínimo às especificações indicadas na referida norma.
Em termos de desempenho, a tinta látex
Premium tem critérios mais rigorosos para os requisitos estabelecidos e, dessa
forma, espera-se que ela apresente melhor desempenho que a Standard, a qual,
por sua vez, possui critérios mais rigorosos em relação às tintas Econômicas.
Todavia,
a aquisição desses materiais deve ser baseada em resultados de ensaios de
desempenho, alguns estabelecidos na ABNT NBR 15079/2011, e não em preços e/ou
marcas, ou indicação de pintores, amigos etc.
Além
dos ensaios estabelecidos nessa norma, considera-se fundamental medir o teor de
sólidos de resina e as propriedades de absorção de água e de permeabilidade ao
vapor de água desses materiais. A partir da análise combinada desses resultados
é possível selecionar a tinta que apresentará melhor desempenho, que certamente
será mais durável.
4 - Orientações básicas para a execução de pinturas
-
Antes da pintura, o usuário deverá avaliar a condição do emboço, corrigindo
eventuais anomalias. É importante a realização de uma inspeção para verificar a
presença de regiões com som cavo e mapeamento dessas áreas.
Dependendo
da área comprometida, tornam-se necessárias correções antes da aplicação da
pintura. Nessa etapa é importante também a correção de fissuras, remoção de
eflorescência, correções de locais de infiltrações de água, tais como em
peitoris de janelas, rufos etc.
A
substituição de toda a argamassa de emboço é uma tarefa muita difícil de ser
realizada e de alto custo. Desta forma, a sua substituição somente deverá ser
empregada quando as possibilidades de recuperação forem esgotadas. Essa
avaliação demanda profissionais competentes com experiência no assunto e/ou
consultores e laboratórios de ensaios que estão habilitados para um diagnóstico
da condição da fachada e as recomendações para a recuperação.
-
As pinturas não devem ser aplicadas sobre emboços pulverulentos e/ou com baixa
resistência superficial ao risco;
-
As pinturas não devem ser aplicadas sobre substratos úmidos, molhados e
expostos à ascensão capilar.
-
Arestas, arremates horizontais e superfícies com pouca inclinação devem ser
objetos de detalhes arquitetônicos que evitem que a água se acumule sobre essas
superfícies ou cause depósito de sujidades e manchas indesejáveis, ao escorrer
sobre a superfície do revestimento;
-
Da mesma forma, as fachadas, sempre que possível, deverão apresentar detalhes
arquitetônicos que facilitem o escoamento do filme de água. Entre eles, são
imprescindíveis os peitoris, cornijas e rufos. Esses detalhes construtivos
devem ser providos de pingadeiras, cuja função é “quebrar” a linha d’água
evitando que a mesma escorra pelas fachadas;
-
Durante a pintura, o usuário deverá controlar a diluição indicada pelo
fabricante e garantir o consumo mínimo recomendado. Este deverá ser obtido e
mantido em todo o processo, tomando por base a quantidade de tinta que entra na
obra;
-
Coletar amostras aleatórias das tintas que entram na obra e enviá-las a um
laboratório de ensaios, com objetivo de verificar a manutenção da qualidade da
tinta tal como especificado.
5 - Impermeabilização das fachadas antes da pintura
A
aplicação de alguma argamassa com propriedades impermeabilizantes pode ser uma
alternativa interessante quando se tem histórico de infiltrações no interior
das edificações através do revestimento das fachadas. Todavia, são necessárias
avaliações prévias para verificar:
·
Condições
do emboço quanto à presença de anomalias (som cavo, fissuras, resistência
superficial e resistência mecânica);
·
Compatibilidade
mecânica e química da argamassa a ser aplicada com o emboço e desta com a
pintura a ser aplicada sobre ela;
·
Determinação
da resistência de aderência à tração da argamassa aplicada ao emboço. Essa
atividade pode ser realizada em protótipos.
·
Análise
laboratorial da argamassa a ser aplicada para verificar as propriedades
impermeabilizantes informadas, suas propriedades de absorção de água por
capilaridade versus permeabilidade ao vapor de água, bem como ensaios de
desempenho do comportamento do sistema (emboço + argamassa impermeabilizante +
pintura);
·
Definição
do processo para a remoção de toda a pintura anterior e aplicação do novo
sistema.
Para
essa etapa, a norma ABNT NBR 13245/2011 (Sobre Tintas para construção civil –
Execução de pinturas em edificações não industriais – Preparação de superfície)
oferece diretrizes importantes de preparo do substrato de aplicação.
6 - O que diz a nova norma de desempenho da ABNT (NBR
15.575/2013), que trata de parâmetros para a durabilidade, garantia e vida útil
dos materiais e sistemas construtivos
A
NBR 15575/2013, norma da ABNT, é uma norma de vital importância para o Brasil,
e que já existe em outros países há bastante tempo. Ela surge como um divisor
de águas para o mercado imobiliário de construção residencial de qualquer
padrão, envolvendo toda a cadeia produtiva agregada. Estabelece padrões mínimos
de qualidade para as edificações que deverão ser observados desde a fase de
projeto, instituindo níveis mínimos de qualidade em diversos sistemas que
compõem uma edificação, bem como define a vida útil dos seus diversos sistemas.
Ou seja, a NBR 15575, além de estabelecer requisitos e critérios (limites) de desempenho, que servem para dirimir dúvidas entre a opinião de um usuário e o trabalho feito pelas construtoras, estabelece incumbências para todos intervenientes no processo, como os fornecedores, construtoras e incorporadoras, projetistas e usuários.
No
caso especifico da vida útil estabelecida para as pinturas de fachadas,
texturas acrílicas e revestimentos aderidos, é bom frisar que o mercado pode
disponibilizar produtos adequados à obtenção do período de vida útil, até
superior. Mas a obtenção desse desempenho não depende somente do produto em si
(tinta, textura), mas de um substrato adequado, de mão de obra qualificada para
a aplicação, da aplicação no consumo recomendado, bem como a instituição de
programas de manutenção preventiva.
Então,
fica o alerta da importância de que todos os síndicos e responsáveis por
qualquer edificação busquem tomar conhecimento da abrangência dessa norma e a
forma correta de empregá-la nos serviços de manutenção, reforma, construção
etc. A ideia é exigir, quando aplicável, o atendimento aos requisitos mínimos
da norma em cada etapa da construção e/ou manutenção, para que não ocorram, em
função de eventual falha em um dos elementos construtivos, danos ao sistema
como um todo.
Por Rosali Figueiredo
Fonte
Direcional Condomínios
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