A
tomada de decisão é sempre problemática, ainda mais quando falamos de
lideranças que não podem vacilar. O mesmo vale para os profissionais do campo
jurídico, onde a falta de liderança se faz presente. Isso acontece porque
liderar, nos dias de hoje, é completamente diferente do conceito de alguns anos
atrás.
A
complexidade dos cenários atuais e a velocidade que as escolhas precisam ser
realizadas transformou o perfil do líder. Por isso, muitos profissionais se
sentem perdidos na hora de desempenhar a função. No passado não tão distante a
liderança era feita com base em fortes hierarquias autoritárias para a condução
das equipes. Atualmente, a defesa pela implementação de planos horizontais de
hierarquia tem crescido cada vez mais.
O
que temos agora, portanto, são gestores de escritórios de advocacia e
departamentos jurídicos necessitados de um apoio para melhor exercerem o papel
de líder. Para a função o profissional precisa desenvolver habilidades
específicas que o ajude a enfrentar os desafios das empresas modernas e não se
prender a padrões antigos de apenas dar ordens.
Há
etapas que contribuem para o líder avaliar sua situação, diante da tomada de
decisões importantes. Entre elas estão: ter certeza sobre o que será objeto da
escolha; reunir todos os fatos; definir os critérios de decisão; criar e
explorar todas as opções; avaliar os riscos e benefícios de cada
escolha;decidir e seguir em frente.
Outras
formas bastante utilizadas para a tomada de decisões são através do uso de
ferramentas como ‘Perdas & Ganhos’ e ‘Análise de SWOT’. Contudo, no emprego
de qualquer uma delas é importante não se prender a preconceitos, falsas
conclusões, visão limitada, entre outros aspectos superficiais que nos desviam
do foco principal durante o processo dessas escolhas.
Um
ponto importante que também precisa ser desmistificado é que só os finais e
começos de ano são bons momentos para tomadas de decisões. Os problemas e as
dificuldades não têm datas para aparecer. Podem acontecer em qualquer época do
ano, por isso, é importante saber fazer boas escolhas. O final do ano ajuda
nesta questão por ser um período em que as pessoas costumam fazer um balanço do
que conseguiram ou não conseguiram concretizar.
Nesta
época, é muito importante que o profissional faça um planejamento estratégico
com relação ao ano seguinte, observando o que acredita ser importante, aonde
quer chegar, quais metas quer atingir e o que não funcionou no ano que passou.
A partir daí, poderá olhar com mais clareza sobre os pontos que são realmente
importantes e necessários de serem analisados. E quais decisões terão impacto
se tomadas para o ano que irá começar.
De
modo geral, é benéfica a tomada de decisão conjunta, desde que seja possível,
já que há decisões que não podem e não devem ser compartilhadas com a equipe.
Entretanto, fora dessas situações é recomendável envolver todo mundo. Tal
atitude não é sinal de indecisão e nem de falta de segurança por parte do
líder. Muito pelo contrário, isso mostra maturidade na sua posição. Além do
mais, abrir a possibilidade de uma decisão ser olhada sob diferentes
perspectivas enriquece o momento da sua tomada e a torna mais consistente e
clara para todos.
Como fazer escolhas?
Nós
não somos ensinados a tomar decisões. Não há cursos ou instruções na faculdade
que ensinam fundamentos para tal. Aprendemos isto ao longo da vida apenas pela
observação e pela tentativa e erro.
Além
disso, nossos cérebros não são fisicamente capazes de analisar grandes
quantidades de dados e muitas vezes, uma decisão envolve milhares deles. E é
neste momento que entra o coach, um parceiro que não está envolvido na situação
e que possui técnicas e ferramentas para contribuir com aquele que precisa
tomar a decisão. Dessa forma, o profissional poderá analisar melhor os prós e
os contras dos cenários e fazer a sua escolha de uma forma mais tranquila e
consciente, obtendo melhores resultados em toda e qualquer ocasião.
A
exemplo disso, recentemente, fizemos um processo coaching com um jovem
advogado, sócio de um escritório de advocacia de pequeno porte que não sabia
qual caminho seguir. Após três sessões, nas quais se analisou o problema,
avaliou o contexto, pontos fortes e dificuldades do cliente, e usou a
ferramenta ‘Perdas&Ganhos’, ele
conseguiu escolher com clareza e segurança o caminho que considera ser o melhor
para o seu crescimento profissional e de evolução na carreira.
Por
Ana Barros e Olívia Machado
Fonte
Consultor Jurídico