Elas são charmosas, sinônimo de elegância e
conhecidas por terem um corpo esbelto, mesmo consumindo queijos gordurosos,
saborosos pães, os mais variados tipos de vinhos e as calóricas sobremesas típicas
da culinária local. Como explicar, então, a silhueta das mulheres francesas? No
rastro do best-seller "As mulheres francesas não engordam", de
Mireille Guiliano, presidente e C.E.O. da Clicquout Inc., muitas outras obras têm
tentado explicar o que todas as mulheres do mundo gostariam de saber: como
comer bem, sem engordar. O mais recente lançamento é o livro "A não-dieta
dos franceses", do médico americano Will Clower, pela Editora Campus. Com
dez etapas, o plano proposto por ele não exige a neurótica contagem de
calorias, nem restrições malucas. E quem já está seguindo garante que funciona.
Praticamente todos os médicos falam em
reeducação alimentar como chave para uma vida mais saudável. A receita é mais
do que conhecida: evitar frituras e açúcares, preferir frutas e legumes e
manter uma rotina de alimentação são as recomendações mais comuns. Porém, uma
coisa é saber, outra é fazer. E, convenhamos, esses itens passam longe do cardápio
das francesas. Dr. Will Clower, após uma temporada no país, observou que os
franceses têm hábitos alimentares muito diferentes do resto do mundo: lá não
existem produtos diet, nem light, as refeições são demoradas e com diversos
pratos, não se evitam gorduras nem carboidratos, o consumo de laticínios e
massas é bem alto mas, mesmo assim, eles são magros e o melhor… saudáveis! Como
se explica esse paradoxo francês?
A maior diferença entre a alimentação
francesa e a americana: os franceses ingerem comida de verdade; os americanos
comem produtos alimentícios.
Paradoxo mesmo! De acordo com o livro, a
obesidade atinge 11,3% da população, e a incidência de doenças cardíacas na
França é três vezes menor que nos Estados Unidos, país dos produtos diet e
light. Uma boa explicação, segundo o autor, é a cultura da sociedade francesa,
muito diferente da norte americana. Os franceses valorizam o momento das refeições,
ao contrário dos americanos, que são conhecidos pelo fast-food. E isso, para o
médico, faz toda a diferença. O segredo, basicamente, não é comer o que os
franceses comem, mas sim, como eles comem. Então, algumas lições francesas que
você pode fazer desde já.
Como comer
Antes de qualquer coisa, concentre-se na
refeição! Nada de comer lendo, assistindo televisão, ou em pé num balcão. Aprenda
a saborear a comida. Para as francesas, a alimentação é quase um ritual, que
começa desde a apresentação dos pratos. Comer, para elas, é trabalhar com os
sentidos: visão, olfato e paladar. É por isso que eles prezam muito a apresentação
dos pratos, bem como o aroma e a textura.
Os franceses se concentram naquilo que estão
fazendo. Comer sem atenção faz com que nos alimentemos além do necessário. Aos
poucos, seu paladar ficará mais aguçado.
Porção francesa
Quem já foi a um restaurante francês, sabe: as
porções servidas são bem pequenas. Para aquelas pessoas com descendência
portuguesa ou italiana, por exemplo, é um momento de desconforto, pois se
acredita que a comida não será suficiente. Bem, é justamente neste ponto o erro
da maioria das pessoas. Segundo a concepção francesa, é normal ficar à mesa, saboreando
a comida. Lá se come menos, mesmo quando são servidos três ou quatro pratos
numa mesma refeição.
A explicação é simples
Nosso cérebro precisa de, pelo menos, 20
minutos para processar a informação de que estamos nos alimentando. Se comemos
muito rápido, essa informação não chega ao cérebro e aí acabamos comendo mais
para termos a sensação de saciedade. Ao contrário, quando comemos pausadamente,
com garfadas menores e repousando os talheres no prato a cada mastigação, o cérebro
tem tempo para receber a mensagem que o corpo está satisfeito. A troca de
pratos ajuda a passar o tempo, retardando o consumo de comida e favorecendo a
digestão. Por isso, os franceses comem pequenas porções de vários pratos
diferentes.
Coma alimentos de
verdade
Como assim? Simples, tudo o que não for
feito de ingredientes naturais deve ficar de fora do seu cardápio. Para isso,
faça uma análise breve e (sincera!) de tudo o que você está acostumada a comer.
Se você não souber distinguir o que é natural do que é artificial, vale a dica:
evite alimentos que, na sua composição, não dêem em árvores ou não possuam
origem animal. Alguns exemplos clássicos são o refrigerante, a margarina e o
ketchup, pois possuem açúcares e gorduras sintéticas.
Escolha sempre
alimentos frescos
"Depois que adotei alimentos frescos
como prática normal, entendi a maior diferença entre a alimentação francesa e a
americana: os franceses ingerem comida de verdade; os americanos comem produtos
alimentícios", diz o médico no livro. E isso é fato: geralmente, produtos
embalados contêm conservantes, corantes, espessantes, estabilizantes, adoçantes,
acidulantes, que o corpo tem mais trabalho para digerir. E, convenhamos,
alimentos naturais são muito mais saborosos que os artificiais.
Dr. Will Clower é rigoroso neste ponto. Segundo
ele, alimentos artificiais só colaboram com o aumento de peso e perda da saúde.
Ele coloca ainda os adoçantes nessa lista negra também. Entre as gotinhas e o açúcar,
mesmo o refinado, o segundo, acredite, ainda é a melhor opção.
Sem doce
Calma! Não precisa cortar o açúcar. De
acordo com o livro, você vai emagrecer até mesmo comendo chocolate. Mas, tem um
detalhe. Na França, os doces não são tão doces quanto em outros lugares,
inclusive no Brasil. Os bolos, croissants, pães não levam tanto açúcar e o
paladar francês está acostumado com esse padrão.
É muito comum escutar que as pessoas comem
doce porque têm vontade de fazê-lo. Mas, segundo Dr. Will Clower, não é o
desejo que dá mais vontade de comer doce, mas sim o consumo. Logo, quanto mais
consumimos, mais queremos comer. Ele sugere, então, que as pessoas eliminem o
excesso de açúcar das suas vidas. Não os açúcares naturais encontrados em
frutas e carboidratos, mas sim todo o açúcar que adicionamos na comida.
Um exemplo
Sabe o cafezinho que você toma? Quantas
colheres de açúcar costuma colocar? Se for três, experimente a partir de agora
adoçar a bebida com apenas duas. Nos primeiros dias, certamente estranhará o
gosto. Mas, aos poucos, perceberá o real sabor do café. Se continuar assim,
conseguirá eliminar por completo o açúcar da bebida. Quando você diminui o
consumo, logo perde o desejo pelo doce, porque a sua sensibilidade a esse açúcar
aumenta.
Fonte Bolsa de Mulher