Os
impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente se intensificaram a
partir da revolução industrial do século XVIII, e especialmente durante o
século XX. A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais
para as sociedades atuais, dependemos dela para a nossa produção industrial,
sistemas de transportes, de segurança, de saúde, de educação, conforto, o
comércio, a agricultura e outros fatores associados à qualidade de vida.
Em
nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia, sendo que,
algumas são renováveis e outras esgotáveis. O petróleo é a principal fonte de
energia do planeta, seguido pelo carvão mineral e pelo gás natural e sua
formação se deu em um lento processo geológico de produção, podendo acabar caso
não haja um consumo racional. Por outro lado, o ritmo de consumo vem se
acelerando com o aumento da população e o consumismo desenfreado,
principalmente das nações dos países desenvolvidos, assim, têm provocados
inúmeros problemas ambientais, poluição, mudanças climáticas, aquecimento
global, por causa da intensificação do efeito estufa, destruição da fauna e
flora, cuja solução é um desafio atualmente.
A
formação da base energética do Brasil sempre esteve ligada às condições
econômicas e disponibilidade de exploração dos recursos naturais. O emprego das
fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o
urânio, têm causado grandes danos ambientais, locais e globais, e estas
reservas estão diminuindo a cada ano, possuem uma capacidade limitada. Diante
disso, às fontes de energia renováveis, como a hidráulica, a solar, eólica,
geotérmica, biomassa (bagaço de cana de açúcar, lenha, carvão vegetal, os
resíduos vegetais, agrícolas e os resíduos sólidos) são consideradas as formas
de geração de energia mais limpas, que contribui para o meio ambiente.
Cabe
destacar que, nenhuma forma de energia é totalmente limpa e implicam danos
ambientais. Assim, fazer economia de energia e o uso de forma sustentável,
independentemente de sua fonte, irá beneficiar o homem e a natureza.
O
setor elétrico no Brasil de base predominantemente hidráulica (movimento das
águas) se deu devido às características físicas e geográficas do nosso
território, amplamente aproveitado para a construção de usinas hidrelétricas,
rios com grandes extensões, caudalosos, e correndo sobre planaltos e
depressões, sendo estas projetadas como forte impulso rumo à industrialização e
desenvolvimento do país. Atualmente, o Brasil possui um dos maiores parques
hidrelétrico do mundo, atrás somente da China e Rússia, responsável pela
produção de mais de 90% da energia consumida internamente. O Brasil é um pais
privilegiado em recursos hídricos, mas é um recurso cada vez mais escasso e
pode ser um bem controlado, a energia através de resíduos sólidos pode se
tornar importante no futuro, porque a geração de lixo tem aumentado muito e
precisamos de uma destinação final de forma adequada e sustentável.
O
desafio que se coloca na atualidade é o gerenciamento integrado dos resíduos
sólidos urbanos, relacionando as etapas de geração, acondicionamento, coleta,
transportes, reaproveitamento e destinação final, integrando fatores de
reciclagem de materiais e a geração de energia elétrica a partir dos RSU.
Assim,
podemos contribuir para a qualidade de vida da população e evitar uma série de
impactos ambientais, sociais e econômicos. Ambientais: contaminação da água
pelo chorume, do solo pelas condições favoráveis ao desenvolvimento de fungos e
bactérias, poluição do ar pelas emissões de gases e mau cheiro dentre outros.
Aspecto social: a população de baixa renda buscam uma forma de sustento por
meio da captação e comercialização de materiais recicláveis, má qualidade de
vida dos catadores e exposição a doenças, ferimentos pela manipulação dos
resíduos. Quanto ao aspectos econômicos: altos investimentos para a recuperação
de áreas degradadas e mananciais, altos investimentos para a implantação de
aterros sanitários e operação, cuja vida útil se esgotam rapidamente e elevados
gastos com tratamento com saúde causada pela disposição inadequada do lixo.
No
Brasil nos últimos anos devido as dificuldades de se obter licenciamento
ambiental para as grandes obras de hidrelétricas, as mudanças climáticas e o
valor da eletricidade, são fatores que favorecem a implatação da geração de
energia elétrica a partir dos RSU, porque a geração próxima ao ponto de
consumo, evita gastos com linhas de transmissão e gera crédito de carbono
(protocolo de Kyoto).
A
produção de energia elétrica a partir dos RSU pode ocorrer em vários processos,
como a queima do biogás recuperados dos depósitos de lixo, a incineração, a
gaseificação e a digestão anaeróbica acelerada, são métodos importantes para
evitar a emissão de gás metano (gás altamente prejudical a camada de ozônio)
dos depósitos de lixo, prolongado a vida útil dos aterros sanitários,
proporcionando ganhos ambientais e socioeconômicos.
Nesse
sentido, para ocorrer a geração de energia elétrica a partir dos RSU depende de
um gerenciamento integrado, tarefa que demanda esforços articulados dentro da
política brasileira e assim atender diversos interesses, “privado, público,
social, de segurança para o sistema de fornecimento de energia elétrica,
redução de custo do fornecimento, geração de empregos, reputação política, e
outros”.
Portanto,
com o aumento da concentração atmosférica de gases que provoca o efeito estufa,
tem demandado novas políticas, tanto no setor público e privado para maiores
investimentos em energia renováveis a médio e longo prazo, como forma de
minimizar os impactos ambientais do lixo. Assim a implementação de novas
alternativas de produção e aproveitamento de RSU para a geração de energia
elétrica depende do gerenciamento integrado, entre poder público, privado e
toda a sociedade, afim de assegurar a saúde da população, diminuir os impactos
negativos associados ao manejo inadequado dos RSU. Trata-se de um desafio
reduzir as pressões sobre o meio ambiente e atender as necessidades da
humanidade por meio da implementação de padrões de consumo sustentável.
Fonte
Remade Notícias