“Era uma vez uma folha, que crescera muito. Surgira na primavera, como um pequeno broto num galho grande, perto do topo de uma árvore alta. A folha estava cercada por centenas de outras folhas, iguais a ela. Ou pelo menos parecia. Mas não demorou muito pra que descobrisse que não havia duas folhas iguais, apesar de estarem na mesma árvore.
Todas haviam crescido juntas. Aprenderam a dançar à brisa da primavera, a se esquentar ao sol de verão, a se lavar na chuva fresca…
Os passarinhos vinham pousar nos galhos e cantar, havia sol, lua, estrelas, tudo... As pessoas iam ao parque, sentar à sombra da árvore, no verão. E esse é o propósito da árvore – uma razão para existir!
Tornar as coisas mais agradáveis para os outros é uma razão de existir. Proporcionar sombra aos velhinhos, oferecer um lugar fresco para as crianças brincarem. Abanar as folhas como brisa…
E assim o verão foi passando. A folha admirava tudo, olhava tudo…
E chegou o frio. A folha ficou assustada, nunca sentira frio, e todas as outras folhas estremeceram com o frio, ficaram todas cobertas por uma camada fina de branco, que num instante derreteu e deixou-as encharcadas de orvalho, faiscando ao sol.
Foi a primeira geada… O inverno viria em breve.
Quase que imediatamente, toda a árvore se transformou num esplendor de cores. Quase não restava nenhuma folha verde. Amarelo, laranja intenso, vermelho ardente, dourada. Um arco íris de folhas!
E porque ficaram diferentes?
Por que tiveram experiências diferentes, receberam o sol de maneira diferente, projetaram sombras de maneira diferente. Era o outono chegando…
E a mesma brisa que, no passado as fazia dançar, começou a empurrar e puxar suas hastes, quase como se estivesse zangada. Isso fez com que algumas folhas fossem arrancadas de seus galhos e levadas pela brisa, reviradas pelo ar, antes de caírem suavemente ao solo. E é isso que acontece no outono, algumas pessoas chamam de morrer…
E a cada folha que caía, a árvore ia ficando despida. Como se cada folha fosse morrendo… E elas voltam na outra primavera? Mistério… Talvez não, mas a vida volta. E qual a razão para tudo isso?
A razão das folhas é dar sombra, brisa… e quando caem, elas dão força para as árvores, como se entrassem em suas raízes. As folhas “voltam” dando vida novamente.
A folha caiu… não sabia que se juntaria com a água e serviria para tornar a árvore mais forte.
E, principalmente, não sabia, que ali, na árvore e no solo, já havia planos para novas folhas na primavera.”
Você foi demitido? Está achando que seu profissionalismo acabou?
Assim como a folha, tudo na vida se renova. Aquilo que você está achando ruim hoje pode ser justamente necessário para o seu crescimento, sua maturidade profissional.
Pense sem as amarras do sentimento. Pense claramente com a sua razão:
- O que você está fazendo para fazer a diferença profissionalmente?
- Quanto de conhecimento você agregou?
- Quanto de confiança e liderança você emana?
Todos somos como folhas nesta vida…
Chega uma hora que vamos voltar a ser pó, já que de lá viemos. Agora, a vida é feita de momentos. Então, podemos dizer logicamente, que cada momento, cada pedaço de vida tem um início, meio e fim. Um trabalho é assim. Um namoro, casamento também pode ser.
Tanto na vida pessoal como na vida profissional temos esta verdade. O importante não é pensar no fim, é pensar em como cada momento será curtido, sentido, vivido com toda sua intensidade. Não aceite a monotonia e a metade na sua vida. Seja inteiro em tudo que fizeres. Doe-se ao seu trabalho, doe-se ao seu amor. O mais importante é doar-se, pois somente podemos dar aquilo que somos, então, somente através do doar podemos ser verdadeiramente nós mesmos. Ame. Aprenda. Amadureça, mas nunca esqueça de tomar um banho de chuva, de dizer te amo, de estar junto com quem te faz bem.
Penso que este é o ensinamento da folha.
E você, o que acha?
(Leo Buscaglia)