Pesquisa recente do Glassdoor mostra que de cada 10
profissionais, seis afirmam que a realidade dos novos empregos é diferente do
que eles esperavam
Homem frustrado: parte da culpa, muitas vezes, é do
profissional que não soube analisar a proposta de emprego, dizem especialistas
Você
lê o anúncio da oportunidade profissional e tudo indica que aquele é o emprego
dos sonhos. Encara o longo processo de seleção e as expectativas apenas
aumentam. Até que recebe a esperada resposta: você está contratado.
Passados
os primeiros dias e meses, a realidade, então, decide bater na porta: segundo
pesquisa recente do Glassdoor, de cada dez profissionais que mudaram de
emprego, seis afirmam que a rotina diária no novo trabalho é muito diferente
daquilo que eles haviam projetado antes de aceitar a proposta.
Especialistas
ouvidos por EXAME.com são categóricos ao afirmar que o caminho para reduzir as
frustrações com o novo emprego está nos anteriores ao aceite da proposta e na
postura assumida pelo próprio profissional, depois. Entenda:
Pesquise
Chegar
na entrevista de emprego com um bom repertório de informações sobre os negócios
da companhia não serve apenas para impressionar o recrutador. Tais dados são
essenciais para que você faça as perguntas certas e saiba, de antemão, qual o
contexto em que provavelmente será inserido.
A
dica, segundo Joseph Teperman, da Flow, é não ficar restrito também às
informações oficiais divulgados no site da empresa. Leia as últimas notícias
relacionadas à companhia (em EXAME.com, você pode ir em tópicos e procurar pelo
nome da empresa para ter acesso a isso) e converse com quem trabalha ou já trabalhou
por lá.
Para
descobrir a cultura da empresa, fique atento, por exemplo, a itens como
políticas de remuneração, estrutura hierárquica, plano de carreira, código de
ética, horário de expediente real e necessidade de fazer viagens a negócios,
entre outros fatores.
Ouça
“Durante
o processo seletivo, os candidatos tendem a ficar muito preocupados em se
vender e não ouvem o que a empresa está falando”, diz Teperman. O que o
recrutador pergunta, a maneira como ele reage às suas respostas e questões, tudo
ajuda a pintar um panorama mais claro dos bastidores da cultura da empresa.
Mas
as entrelinhas não são as únicas a falar neste contexto. Muitas vezes, o futuro
chefe fala e muita gente, simplesmente, escolhe não entender ou, pior, julga
que quando chegar ao novo emprego tudo poderá mudar – algo com raras chances de
acontecer.
O
correto é colocar todos os pingos nos “is” antes de fechar o contrato. “As
expectativas das duas partes devem estar claras e explicitadas”, afirma
Alexandre Rangel, da Alliance Coaching. “Afinal, é uma negociação”. Como
qualquer outra.
Conheça-se
Mas
não adianta saber cada detalhe que compõe a estrutura corporativa da empresa
sem ter uma noção clara se esta cultura combina com você. Ter uma noção clara
de si é outro fundamento básico para minimizar as frustrações. Um exemplo simples
explica este fato: se ter acesso às redes sociais é algo importante para você,
provavelmente, trabalhar em um local onde elas são proibidas será desmotivante.
Assuma
“Em
qualquer relacionamento, você não pode jogar para o outro a responsabilidade de
fazer você feliz”, afirma Teperman. O mesmo vale para sua relação com a
empresa: muitas vezes, não é só da corporação a culpa pelas expectativas
frustradas.
Em
algumas situações, faltou ao profissional a capacidade de prestar atenção em si
mesmo e nos detalhes da companhia para tomar a melhor decisão, ou não teve
disposição para se adaptar e por aí vai.
Por
Talita Abrantes
Fonte
Exame.com