Crase, concordância verbal
e nominal, conjugação dos verbos e interpretação dos textos caem sempre nas
provas e são eternas fontes de dúvidas
Disciplina cobrada em todos os concursos públicos,
o português preocupa a maioria dos candidatos. Alguns temas gramaticais são
recorrentes nas provas, e normalmente são aqueles que geram as maiores dúvidas.
De acordo com o professor Marcio Coelho, da Academia do Concurso, os pontos
considerados mais difíceis pelos candidatos costumam ser interpretação de
texto, análise sintática, principalmente a diferença entre complemento nominal
e adjunto adnominal, emprego dos verbos, colocação de pronomes pessoais
oblíquos átonos e pontuação. Para outros, no entanto, regência verbal,
concordância e a colocação da crase são a pedra no sapato.
A redação também preocupa os candidatos. E Marcelo
Rosenthal, do Concurso Virtual, não a vê como algo isolado, já que redigir bem
requer bom senso, boa capacidade argumentativa, além, claro, de conhecimento
gramatical.
— Como um candidato pode escrever bem, se ele não
respeita as regras de concordância, regência, pontuação, ortografia etc.? E,
logicamente, a redação acaba por ser um dos assuntos que mais preocupam os
candidatos por exigir conhecimento de muitos conteúdos. Além disso, o seu
estudo é gradual e muito lento. O ideal é o candidato contar com a ajuda de um
professor para corrigir seus textos e observar essas correções para não repetir
os erros.
Coelho, por sua vez, lembra que, além de
conhecimento da gramática, a redação exige que o candidato esteja a par dos
temas da atualidade e, principalmente, tenha organização lógica do pensamento.
Os especialistas ressaltam que estudar português,
seja para concurso público ou não, é uma questão de exercitar. É aconselhável
que o candidato resolva exercícios de provas anteriores de diferentes bancas,
para se familiarizar com o método adotado por cada uma delas nas questões e na
correção dos itens. Ter ao lado uma gramática atualizada na hora do estudo
também ajuda a tirar as principais dúvidas, citadas abaixo:
Regência verbal
A transitividade dos verbos é um dos assuntos
preferidos das bancas examinadoras. Isso acontece porque a regência muda de
acordo com a relação do verbo com o complemento, o que confunde bastante os
candidatos. Para determinar qual a regência adequada, o concurseiro deve
examinar o termo regente, que é o verbo, e o termo regido, que é complemento.
Exemplo: O verbo
assistir no sentido de atender, ajudar, não pede preposição (Ex: o médico
assistiu o paciente). Ao contrário do uso no sentido de ver, onde é necessária
a preposição (Ex: o médico assistiu ao filme).
Regência nominal
A relação entre substantivo, adjetivo ou advérbio
transitivo e seu complemento nominal, intermediada sempre por uma preposição,
também aparece frequentemente nas questões, e é uma grande fonte de dúvidas.
Exemplos:
Está apto ao trabalho.
Contemporâneo da Revolução Francesa.
Concordância verbal
O modo como o verbo se altera para se acomodar ao
sujeito também causa muitas dúvidas.
Exemplo: O valor dos
imóveis subiu. (o verbo vai no singular, pois concorda com valor, que é o
núcleo do sujeito, e não imóveis).
Crase
Questões de acentuação costumam aparecer muito nas
provas, sobretudo o uso da crase, que ocorre quando temos de juntar o artigo
“a” com a preposição “a”. Saber usar o acento grave pode garantir pontos
preciosos para o candidato.
Exemplos:
A princípio, a reunião será às 10h, mas pode ficar
para as 11h.
Colocação de pronomes - A colocação dos pronomes
oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) é bastante
cobrado nos concursos. São três as posições que eles podem assumir na frase:
próclise (quando o pronome vem antes do verbo), mesóclise (quando ocorre no
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
Exemplos:
Próclise (antes do verbo): A pessoa que se feriu.
Ênclise (depois do verbo): A pessoa feriu-se.
Mesóclise (no meio do verbo): A pessoa ferir-se-á.
Fonte O Globo Online