terça-feira, 16 de abril de 2019

UMA OU DUAS PÁGINAS? SER OU NÃO CRIATIVO? SAIBA O QUE É MELHOR NA HORA DE FAZER SEU CURRÍCULO

Site americano Mashable dá a resposta para alguns dos principais dilemas para quem está organizando o documento

Currículo criativo que usa cores e frutas Reprodução de internet

Escrever um currículo que chame a atenção do recrutador não é tarefa assim tão fácil. Especialmente porque, quando o assunto é esse, os especialistas se dividem em relação a vários temas. O currículo deve ter mais de uma página? Vale a pena fazer um currículo mais criativo? Para responder a essas e outras dúvidas, o site americano Mashable listou cinco dos principais dilemas da elaboração do currículo e ouviu especialistas em recursos humanos e em recrutamento para recomendar o que é melhor fazer. Veja a seguir:

Dilema 1: Currículo com várias páginas
Enquanto muitos especialistas de RH acham que a história de um candidato pode (e deve!) ser resumida em apenas uma página, outros acham que uma segunda e até uma terceira página podem ser úteis, desde que bem utilizadas e justificadas. Levando em consideração que a maioria dos recrutadores passa, em média, seis segundos lendo cada currículo que recebe, o importante é saber que, mais do que um limite de palavras, o candidato deve saber contar bem a sua história e deixar claros os motivos pelos quais quer aquela vaga. Isso significa que não é necessário listar toda e qualquer tarefa que já tenha feito em cargos anteriores: o ideal é escolher apenas aquelas atividades que se relacionam mais ao cargo pelo qual está competindo. Ou seja: se você está se candidatando a uma vaga de média e alta gerência que exija uma série de habilidades e experiências anteriores, é melhor optar por mais detalhes na hora de contar sua história — o que provavelmente vai resultar em mais de uma página. Também é recomendado consultar seus colegas sobre as normas no setor em que atua. Na área de TI, por exemplo, um currículo com mais de uma página é considerado normal. Por outro lado, há empresas que pedem aos recrutadores que sequer leiam currículos com mais de uma página. Então é importante conhecer bem o seu alvo.

Dilema 2: O currículo criativo e original
Currículo em vídeo, com fotos, infográfico, em sites interativos... Nos últimos tempos, a criatividade dos candidatos tem se superado, o que resulta em uma série de currículos originais e que fogem ao padrão. Pensar fora da caixa e entregar um currículo diferente pode ser uma ótima forma de se destacar na multidão, especialmente se está concorrendo a uma vaga em uma startup ou em uma agência de publicidade. Porém, boa parte dos recrutadores ainda prefere o bom e velho currículo na folha A4. É que, se não for muito bem feito, o currículo criativo pode ser um tiro no pé — quando usa cores excessivas ou imagens mal editadas e fotos ruins, por exemplo. Além disso, o currículo diferente pode desviar a atenção dos recrutadores sobre a informação mais importante, o que é um risco que deve ser evitado.
Então, se você atua na área criativa, aposta em um currículo diferente pode ser uma boa. O designer Robby Leonardi, que criou um CV que imita um video-game, recebeu dezenas de ofertas de emprego. Mas é preciso se lembrar que, no fim das contas, as habilidades e as experiências são o que mais importam, então é importante que o formato escolhido reforce as suas características. Outro ponto é que um currículo criativo exige tempo e dedicação, não pode ser feito de qualquer jeito: um bom currículo tradicional será melhor do que um currículo criativo medíocre, em todos os casos.

Dilema 3: O currículo bonito
A recomendação mais conhecida, quando se trata de elaboração de currículos, é o uso de fontes conhecidas como Times New Roman e Arial e de uma formatação mais básica, com o nome do candidato no topo da página, seguida pela experiência profissional e informações adicionais. Mas os currículos mais interessantes costumam fugir dessa regra e, assim, conseguem se destacar no meio de vários currículos em preto e branco. Cuidar do design do seu currículo, mesmo que ele não seja tão criativo ou original, também pode fazer com que o recrutador o leia com mais atenção. O primeiro passo é levar em consideração a empresa para a qual está se candidatando. Se for uma firma mais tradicional, provavelmente é melhor ficar com o básico. Mas se a companhia for mais moderna, possivelmente vai gostar de um currículo mais estiloso.
E tenha certeza de que está fazendo isso direito. Se não tem habilidades com programas de design, peça a um amigo ou contrate um designer para criá-lo. Porque não importa se o currículo é lindo: se o recrutador não conseguir visualizar a informação claramente, ele provavelmente irá descartá-lo. Por último, a dica é salvar o documento como arquivo PDF, que garante que as fontes vão ser visualizadas corretamente.

Dilema 4: As informações adicionais
Possivelmente já recomendaram que você se atenha ao básico na hora de elaborar o currículo: experiência profissional, educação, habilidades e prêmios e publicações. Porém, há alguns recrutadores que não veem nada de errado quando o candidato resolve listar alguns hobbies e interesses não diretamente ligados ao cargo ao qual está se candidatando — desde que não sejam esquisitos ou de mau gosto, claro. Então, quando o hobby for relevante, deve, sim, ser incluído no currículo. Por exemplo: uma empresa de entretenimento vai gostar de saber que o profissional sabe tocar guitarra, assim como alguém que tira fotos pode levar vantagem na disputa por um cargo de gestão de mídias sociais. Dar um toque de “humanidade” ao currículo pode fazer a diferença, especialmente para empresas que dizem se importar com a vida fora do trabalho de seus funcionários.

Dilema 5: O cargo oficial
Geralmente, os candidatos colocam, no currículo, o cargo oficial que ocupam na empresa. O problema é que a maioria dos cargos tem nomes oficiais bem vagos, o que pode fazer com que o trabalho do candidato soe desinteressante. Por isso, muitos especialistas em RH sugerem que o profissional atualize o nome do cargo para deixar mais claras as suas funções. Por exemplo: o cargo de assistente de produção pode ter uma série de significados dependendo da empresa, da indústria e do papel do profissional. Mas explicitar que o cargo é assistente de produção de conteúdo para mídias sociais vai fazer com que o recrutador entenda muito mais rápido o que você faz. Outro exemplo: há empresas que utilizam terminologias específicas como “líder de marketing”, o que pode não deixar claro que o cargo é de gestão. Mas lembre-se que essa atualização de cargo deve ser compatível com o que você realmente fazia, pois a empresa pode ligar para o empregador antigo para checar as informações do currículo.
Fonte O Globo Online