Devido a um mercado de trabalho cada vez mais
globalizado e transnacional, muitos graduandos em Direito também pensam em
direcionar suas perspectivas de carreira para uma atuação no exterior. Várias
empresas estrangeiras atuam no Brasil, razão pela qual suas sedes em outros
países abrem processos seletivos para advogados no Brasil. Mas é possível
cursar Direito por aqui e advogar lá fora? Existe essa possibilidade para o
advogado formado no Brasil? Confira:
O que é necessário para
advogar em outros países?
Isso depende da legislação de cada país. Por
exemplo, nos Estados Unidos, cada estado da federação tem a prerrogativa de
definir essas regras. Muitos estados, como Nova Iorque, Flórida e D.C.,
permitem que advogados formados em outros países atuem por lá (não apenas como
paralegais). No entanto, para que isso aconteça, é preciso fazer um curso de ao
menos um ano (LLM – uma espécie de mestrado profissional) e passar no exame da
Ordem dos Advogados desses estados. Ou seja, passar na OAB não te permite advogar
por lá.
Já o Canadá possui outras regras. O advogado
brasileiro que atuar por lá deve aplicar a lei brasileira no dia a dia de sua
profissão. Como advogado estrangeiro associado, o objetivo de sua contratação é
justamente fazer a ponte entre as leis canadenses e as brasileiras, o que pode
ser estratégico em multinacionais, por exemplo. Além disso, também se exige que
o advogado brasileiro curse disciplinas sobre Direito canadense, realize um
estágio (articling) e faça um exame de proficiência em Direito canadense.
Há também a atuação jurídica em organizações
internacionais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas, a
Organização Mundial do Comércio e a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual, entre vários outros. Cada um desses órgãos possui demandas
profissionais e processos seletivos diferentes. No entanto, costumam ser
exigidos também o título de mestre ou doutor, bem como alguns anos de
experiência, além de fluência em línguas estrangeiras (especialmente o inglês).
Frequentemente, as oportunidades de atuação no
exterior surgem no próprio Brasil, seja por meio de programas de trainee nos
departamentos jurídicos de empresas, ou por meio de estágios em escritórios de
advocacia com uma cartela internacional de clientes.
Ou seja, é preciso verificar o que exige a lei de
cada país ou estatuto de cada organização. Uma boa dica é visitar o site da
ordem de advogados daqueles lugares que mais te interessam.
Quais são os tipos de
atuação?
Nem sempre os advogados brasileiros que atuam no exterior
vão lidar com a mesma rotina que enfrentariam aqui no Brasil. Ao contrário, o
foco dessas atuações internacionais costuma ser no consultivo, em vez de um
exercício no contencioso.
Isso ocorre porque grande parte dos advogados
brasileiros é contratada para facilitar a compreensão de leis aplicáveis a
contratos firmados com empresas brasileiras, com o governo do Brasil, entre
outras situações. Basicamente, busca-se uma expertise em nosso sistema
jurídico, que é bastante complexo e de difícil compreensão por estrangeiros.
Cursar Direito no Brasil e
atuar no exterior pode ser um bom plano de carreira?
Se o profissional tem vontade de viver no exterior
e atuar na advocacia internacional, essa pode ser uma boa opção de carreira.
Afinal, os salários costumam ser bastante competitivos, especialmente se
comparados aos do Brasil, e com menos rotatividade.
Além disso, o desafio de atuar em ambientes
profissionais no exterior pode ser bastante enriquecedor em termos culturais,
linguísticos e éticos. Vale a pena ter esse tipo de experiência no currículo.
Fonte Blog Juris Correspondente