Esqueça os manuais de etiqueta. A receita para evitar
as grosserias que envenenam o dia a dia – e que, no longo prazo, atrapalham
nossa vida – é cultivar o respeito nas relações pessoais
“Boas
maneiras são mais importantes do que leis”, dizia o escritor irlandês Edmund
Burke (1729-1797). Outro pensador, o inglês Thomas Hobbes (1588-1679), escreveu
em sua obra mais famosa, Leviatã: “A importância das boas maneiras não está no
jeito certo de saudar o outro ou limpar os dentes, mas no fato de possibilitar
que os homens vivam juntos e em paz”. Eles não exageravam – e a época atual, de
certa forma, dá razão a ambos. Só nos Estados Unidos, é possível encontrar mais
de 150 livros de etiqueta numa livraria comum. No Brasil, 60. Esses livros
atendem a uma necessidade social concreta – facilitar a convivência – presente
hoje tanto quanto no tempo de Burke ou Hobbes. Eles também atacam um problema
que tem um efeito desgraçadamente cumulativo. Uma grosseria em casa ou no
trabalho estraga o dia e pode ter consequências maiores do que um simples
desassossego (leia exemplos abaixo). Montes delas resultam, no longo prazo, em
brigas familiares, divórcios, crises, demissões. A falta de boas maneiras, além
de contratempos, pode diminuir dramaticamente nossas chances de sucesso e
felicidade.
Por
isso, os manuais de etiqueta se tornam frequentemente best-sellers. A má
notícia é que eles não são suficientes. A complexidade da vida moderna é
tamanha que regras concisas não dão conta – gafes, vexames e micos estão sempre
à espreita. Novos arranjos familiares e a vida íntima cada vez mais exposta na
internet põem na berlinda as nossas referências de convivência. O que fazer
quando um amigo publica no Facebook uma foto em que você aparece de sunga ou
biquíni? Na era das redes sociais, em que todos sabem de todos, como montar uma
reunião para um grupo de amigos sem magoar aqueles que você não poderá chamar?
O
jornalista americano Henry Alford, que escreve sobre boas maneiras para títulos
de prestígio como a revista Vanity Fair ou o jornal The New York Times,
encontrou uma forma brilhante de tratar o assunto. Na impossibilidade de
estabelecer regras claras de convivência, a saída é buscar a essência delas:
cultivar a gentileza no trato com o outro, por meio do respeito e do afeto. É
esse princípio que norteia a obra que, recém-chegada às livrarias americanas,
promete uma revolução a respeito do tema: Would it kill you to stop doing that?
(Você morreria se parasse de fazer isso?), ainda sem data para ser lançada no Brasil.
A
obra de Alford vem tendo bom desempenho em vendas e resenhas positivas. Isso
ocorre principalmente por três razões. A primeira é evitar o clichê dos livros
de etiqueta, em geral listas de conselhos que podem ser bastante maçantes. Em
vez disso, os capítulos adotam uma dicção bem-humorada, num estilo que o autor
aprimorou ao escrever para jornais e revistas. O segundo é a pesquisa feita por
ele nos Estados Unidos, país onde vive, e no Japão, que ele considera uma
referência mundial em boas maneiras. O levantamento recheia o texto de
histórias interessantes. O terceiro – e mais importante – é a solidez das
ideias, que se constroem a partir de um princípio basilar: para ter boas
maneiras, o mais importante é o estímulo por trás da atitude. É uma questão,
basicamente, de ser capaz de se colocar no lugar do outro e de se importar com
ele. “Quando temos esse estado de espírito, nossa interação acontece
naturalmente de forma gentil”, disse Alford a ÉPOCA. Ele reconhece, no entanto,
que a gentileza não é um estado natural para a maioria de nós. É uma
construção, que exige calibragem constante. “Vale o esforço. Mudamos nossa
percepção sobre as pessoas, para melhor.”
Boas
maneiras são um conceito relativo, que muda de acordo com as circunstâncias. É
isso que torna impossível a tarefa de estabelecer regras claras de convivência
atualmente. “Num tempo em que os homens raramente interagiam com outras pessoas
fora do contexto de sua própria aldeia, as boas maneiras podiam ser ideias
absolutas livres da necessidade de contexto”, diz Alford. Uma dica para, nesse
terreno movediço, definir o que são boas maneiras é pensar em seu oposto, as
atitudes grosseiras. Para Henry Alford: “Grosseria é todo comportamento que
faça com que eu me sinta um idiota ou mais burro do que realmente sou”. Evitar
que a pessoa com quem você interage – muitas vezes um completo desconhecido –
sinta-se um tolo em sua presença também depende de uma série de fatores. O tom
é um deles. Fazer a pergunta “você fez o quê?” com um tom suave e um sorriso no
rosto tem sentido oposto a usar uma cara raivosa e uma voz entrecortada.
Para
Alford, de todos os espaços para nossa convivência, o mais traiçoeiro é a
internet. Lá, mesmo as melhores maneiras podem se tornar mal-entendidos.
Escondidos atrás de um teclado, sem contato visual ou auditivo com o
interlocutor, podemos libertar nossos piores demônios. A facilidade de apertar
a tecla “enviar” amplia as possibilidades de catástrofe social. “Um dia vi a
entrevista de um homem que sobreviveu depois de ter se atirado da ponte do
Brooklyn, em Nova York”, diz Alford. “Ele dizia que, a partir do momento em que
tirou o pé da ponte e começou a cair, todos os problemas insuportáveis que o
levaram a pular ficaram desimportantes. E ele pensou: Por que fiz isso?”
Arrependimento semelhante pode nos atingir logo após apertarmos o botão
“enviar” em mensagens grosseiras e belicosas. Quando der vontade de desabafar
por e-mail, pense de novo e considere fazer isso pessoalmente. O tom certamente
será mais brando, o que deve aumentar suas chances de sucesso na maioria dos
casos.
Além
de se preocupar com o conteúdo, é importante pensar na forma. Apesar da
agilidade, a internet nem sempre é a maneira mais adequada de interação. Alford
conta um episódio com Abraham Lincoln para mostrar como age alguém que entende
a importância do meio na interpretação da mensagem. Consta que Lincoln era
capaz de passar horas na sala de telégrafo da Casa Branca – era fã da
tecnologia. Quando o general Ulysses Grant tomou Vicksburg e levou mais de 30 mil
soldados rebeldes a se render, durante a Guerra de Secessão americana, Lincoln
dispensou o telégrafo que tanto usava. Escreveu um bilhete congratulando o
general e mandou um mensageiro entregar em mãos. Hoje, de forma análoga, um
telefonema cumprimentando pelo aniversário pode significar mais consideração do
que mandar um e-mail ou recado no Facebook.
Para
escrever seu livro, Alford passou 20 dias no Japão tendo aulas de etiqueta e
observando os hábitos. Ele se encantou com o senso coletivo da população. “No
metrô, as pessoas não falam ao telefone, só teclam, para não importunar os
outros com o barulho”, diz ele. A historiadora Célia Sakurai, especializada em
cultura japonesa, atribui a circunstâncias históricas a evolução da etiqueta no
país asiático. “Ter de conviver com pouco espaço e dividir pouca comida foi
fundamental para incutir no japonês a necessidade de seguir as regras de
convivência à risca”, diz Célia. Além de razões práticas, há motivos
filosóficos. Tanto o confucionismo quanto o budismo, que fazem parte da
formação da cultura japonesa, pregam o respeito às boas normas de convivência
como fundamental para o espírito. “Para o japonês, não seguir tais regras é
considerado uma falha de caráter”, diz Lumi Yokada, economista formada na
Universidade de Nagoya e especialista em etiqueta japonesa.
No
Ocidente, a questão das boas maneiras também ocupou pensadores de diferentes
épocas. O precursor de todos os manuais de boas maneiras é o Tratado de
civilidade pueril, escrito pelo filósofo holandês Erasmo de Roterdã
(1466-1536). Essa obra fundadora estabelece os dois focos que, ao longo do
tempo, nortearam os livros sobre boas maneiras. Um deles dá conta dos
procedimentos para ações específicas – como tratar uma dama, como sentar à mesa
com o rei, como falar com um vassalo, além das maneiras corretas de usar o
talher, fazer a higiene, montar a cavalo. Tais dicas, num mundo ainda
semifeudal, eram sobretudo úteis. No século XV, a maior parte das pessoas ainda
comia com as mãos e tinha hábitos de higiene mais precários do que hoje. O
Palácio de Versalhes, na França, não tinha nenhum banheiro. Entre as recomendações
de Erasmo para as refeições estava não limpar a mão suja de comida na roupa.
Ela deveria ser lavada numa tigela com água ou esfregada no pelo de um animal
próximo.
A
outra parte do livro de Erasmo se aprofunda no lado filosófico e toca na
questão central até hoje: como tratar as outras pessoas de forma civilizada.
Que é, em última análise, o foco do livro de Alford e a essência das boas
maneiras. Para fundar sua tese, Erasmo recorre aos filósofos do Renascimento. O
padre e pensador francês Jean-Baptiste de la Salle (1651-1719) acreditava que
as regras de boas maneiras moldavam o espírito do homem. Fazendo o bem, ele se
tornaria bom. “Os filósofos iluministas criticavam os códigos de comportamento
porque diziam que eram empregados para alcançar vantagens materiais na corte”,
diz a historiadora Maria Cecília Pilla, autora de uma tese de doutorado sobre a
relação entre boas maneiras e poder. “O francês Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778), que fazia parte da turma iluminista, afirmava que as boas maneiras
deveriam nascer do bem-querer, em detrimento de códigos impostos.” Tais
princípios norteiam o livro de Henry Alford. E também a lista que você lerá a
seguir. Não a veja como um receituário de regras, e sim como um conjunto de
dicas para treinar respeito, afeto e gentileza – os bons sentimentos que estão
na raiz das boas maneiras, hoje como no tempo de Erasmo.
INTERNET
1 - Mantenha o nível
A
comunicação à distância tem uma hierarquia. Do mais pessoal para o mais
genérico: telefonema, e-mail, SMS e, por fim, recado em redes sociais. Você
pode manter ou elevar o nível. Baixar, nunca. Se receber um e-mail, tudo bem
responder à mensagem ou telefonar. Mas, se receber uma ligação e responder por
e-mail, pode parecer que está fugindo do interlocutor.
2 - Celular na mesa
Se
você precisar atender uma ligação ou responder a uma mensagem quando estiver
acompanhado, peça licença. Verificar as atualizações no Facebook entre uma
garfada e outra, nem pensar.
3 - Não é assim que se escreve
Você
troca mensagens de texto por celular com um amigo e ele comete um erro
gramatical. No lugar de corrigi-lo, use a resposta para escrever a palavra de
forma correta.
4 - Sem papo
Ao
encontrar alguém com o ícone de on-line no Facebook, no Orkut ou no Gmail, não
conclua que está disponível. Pergunte se a pessoa pode conversar.
5 - Adapte o discurso
Na
internet, é comum que as pessoas tenham formas próprias de falar. Usar gírias,
expressões em inglês, letras em maiúsculas sem ser nome próprio ou começo de
frase. Mas isso não quer dizer que a mensagem será compreendida por qualquer
um. Pense em quem é seu interlocutor antes de dizer “vm cvsa?” quando for
chamar alguém para conversar.
6 - Menos é menos
É
uma indelicadeza responder a todo mundo no grupo da mensagem só para dizer
“ótimo, obrigada!”. É como usar um megafone em plena rua para dizer para uma
única pessoa algo sem importância.
7 - Não deixe a mensagem sem resposta
Quando
alguém lhe pede uma informação, por e-mail ou por redes sociais, não deixe
esperando. Diga que está procurando a resposta e que responderá depois.
8 - Pergunte antes
Não
publique fotos em que seus amigos aparecem em roupas de banho, posições
constrangedoras ou com um namorado antigo em redes sociais. Pergunte antes.
9 - Não curta
No
Facebook, é possível curtir comentários, links e fotos de amigos. Curtir denota
um sentido positivo, sugere que você gostou do comentário. Não é um aviso de
que você o leu. Se alguém diz “meu cachorro morreu” ou “fui demitido”, não
curta.
10 - O reclamão dos reclamões
Se
é chato ler reclamações sobre o tempo no Facebook, imagine acompanhar
reclamações sobre quem reclama do tempo.
FAMÍLIA
11 - Dê o exemplo
Saber
como ensinar boas maneiras às crianças é tão importante quanto o que ensinar. O
exemplo é a melhor forma. Fazer uma cena com a criança num restaurante porque
ela fez uma cena é contraditório. Gentileza é contagiosa mesmo com os pequenos.
12 - Mudar o discurso sem mexer no conteúdo
A
intimidade pode desligar nossa sensibilidade em algumas situações. É comum
entre casais comentários recorrentes que irritam o parceiro. Um exercício
proposto por Alford é pedir que o autor do comentário escreva o mesmo assunto
para três pessoas: seu melhor amigo, seu chefe e para uma criança de 10 anos.
Esse exercício faz com que o outro perceba as diferenças de tom e descubra um
jeito de passar o recado.
13 - Quarentena
Você
e seu companheiro acabaram de se separar e você já tem um namorado novo. Evite
lugares que frequentava com o parceiro anterior, especialmente a casa de amigos
próximos aos dois. Superar o fim da relação fica mais difícil ao saber que o
outro anda acompanhado, frequentando os mesmos lugares onde iam enquanto
estavam juntos.
14 - Não piore as coisas
Doutora
Ruth, uma amiga de Alford, tem 82 anos, escreve livros e leciona em Princeton e
em Yale. Diz que os amigos mais velhos cansam de ouvir a pergunta: “Você está
bem” ou “Você está feliz”. Isso os faz pensar como estão perto da morte. Da
mesma forma, pacientes com doenças terminais não querem ouvir a todo momento:
“Você está ótimo”. A sogra de uma amiga de Alford que teve câncer chegou a
ouvir de uma colega que soube de sua doença: “Oh! Mas as suas crianças são tão
lindas!”.
15 - Adeus na hora certa (ou errada)
Assuntos
do coração costumam provocar atos impulsivos. Mas é preciso cuidado na hora de
dar o fora em alguém. Se um homem desmancha um namoro logo depois de a moça
mudar a cor do cabelo, ela nunca mais vai desfazer a impressão de que ele
detesta loiras. Dizer “eu não aguento mais esta relação” no momento em que o
homem se despe fará com que ele pense que há alguma coisa errada com seu corpo
(para sempre!).
16 - Todo mundo tem a cura
É
comum pacientes com câncer receberem dietas, conselhos de terapias alternativas
e até indicações de remédios de conhecidos. Uma amiga de Alford, que ganhou um
regime macrobiótico quando soube que estava com câncer de mama, recebeu a
gentileza como uma acusação velada: “No fim das contas, deve ter sido sua
culpa. Afinal, você não estava se alimentando direito”.
17 - Fale do futuro
A
poeta e educadora americana Nikki Giovanni, que perdeu a mãe e uma irmã de
câncer, disse a Henry Alford que o comentário que elas mais gostavam de ouvir
quando estavam doentes eram os que pressupunham longevidade, como perguntar se
já reservaram os ingressos para a próxima temporada de dança. O futuro é
reconfortante.
AMIGOS
18 - O problema do “sem problema”
Quando
alguém diz que não pôde ir a sua festa, devolver um “tudo bem” ou “sem
problema” pode deixar a pessoa se questionando: “Como assim, tudo bem? Eu não
fiz falta alguma?”. O correto seria “você fez falta, mas eu entendo”.
19 - Conversa não é competição
Se
alguém lhe conta um episódio curioso e você tem uma história similar, escute o
que a pessoa tem a dizer até o fim. Cuidado para não entrar numa competição de
histórias.
20 - Outra forma de agradecimento
Se
alguém lhe um dá um vale-presente, é gentil fotografar o presente que você
adquiriu, ou comentar como o presente está sendo útil.
21 - Memória
Lembrar
de um comentário espirituoso feito há anos ou perguntar sobre o desfecho de
alguma história que a pessoa tenha lhe contado é uma atitude de gentileza, faz
com que a conversa se torne mais afetuosa.
22 - Solidarize-se
Se
alguém perto de você precisa limpar o nariz, peça licença e traga dois lenços.
Diga que vocês dois estão precisando assoar o nariz. E faça isso. Compartilhar
o
embaraço diminui seu efeito.
23 - Convidados variados
É
saudável convidar pessoas de círculos sociais diferentes para uma comemoração.
Isso evita as panelinhas.
24 - Parabenize. Não desestimule
Um
casal de amigos de Alford que esperava por gêmeos ouvia: “Vocês nunca mais vão
dormir” ou “A vida de vocês nunca mais será a mesma”. Por que as pessoas não
podem ser encorajadoras?
25 - Responda mesmo, por favor
A
sigla RSVP (“répondez s’il vous plaît”) é para ser obedecida. Em eventos com
limite de frequentadores, não responder significa deixar outras pessoas de
fora.
26 - Sozinho eu não vou
Alguém
que sabe que você tem um parceiro convida só você para um jantar. Pedir para
incluir a outra pessoa é grosseiro. Diga que adoraria ir, mas que você e seu
par já têm planos para a noite. Se o anfitrião quiser mesmo sua presença, ele
estenderá o convite para ambos.
27 - O anfitrião dá o tom
Numa
recepção, é de bom-tom você mesmo atender a porta. Também faz diferença o
anfitrião apresentar os convidados uns aos outros e levantar algum assunto que
possa aproximar as pessoas. “Fui a uma festa preparada para Elizabeth Gilbert,
quando ela retornou da viagem que viraria tema do livro Comer, rezar e amar. Os
convidados receberam broches com a inscrição “Pequena lembrança de navegação”.
A brincadeira rendeu comentários e aproximou os convidados” diz Alford.
28 - Gastrochatos
Se
você foi convidado e é um chato para comer, não transfira o problema para o
anfitrião. A não ser em caso de alergia alimentar ou restrição religiosa, não é
responsabilidade do anfitrião quebrar a cabeça para fazer seu gosto. Na dúvida,
coma algo antes de sair.
29 - Visual meio-termo
Quando
fizer uma recepção em casa, use uma roupa neutra. Nem muito arrumada nem um
desleixo completo. Isso possibilita que todos os convidados se sintam à
vontade, dos mais formais aos informais.
30 - Agradecer no dia seguinte
Após
a festa, é afetuoso e educado ligar ou mandar uma mensagem elogiando o evento.
31 - Contenha-se na farmácia
Se
você vir algum conhecido na farmácia, certifique-se de que ele o viu também
antes de se aproximar. Dê tempo para que ele esconda o que não quer que outros
vejam. Como você se sentiria se um amigo o surpreendesse com um remédio para
hemorroidas ou duas dúzias de camisinhas?
32 - Seja discreto sobre sua vida social
Não
comente sobre festas e reuniões na frente de outras pessoas que não foram convidadas.
Quando o anfitrião faz um convite, não é rude informar ao convidado que algum
amigo em comum não foi incluído. Por outro lado, é gentil avisar quando outros
amigos foram convidados, se for o caso.
SOCIEDADE
33 - Quem é essa garota?
Não
assuma que um afrodescendente brincando com uma criança branca é pago para
isso.
34 - Não basta ter razão
A
escritora Amy Vanderbilt escreveu: “Algumas das pessoas mais rudes que conheci
tinham razão”. O exemplo clássico é quando alguém no teatro faz psiu para os
outros. Ele está certo, mas incomoda mais do que os breves comentários que
originaram a repreensão.
35 - Contenha-se na loja
Se
você vir uma moça com uma roupa que lembre uniforme, deitada no chão e
arrumando o pé de um cabide na loja, não conclua que ela é a vendedora.
Pergunte: “Você viu um vendedor por aí, por favor?”.
36 - Você primeiro
É
um ato corriqueiro que faz diferença (para o bem): dê passagem às pessoas. Elas
costumam sorrir de volta.
37 - Esquecer é humano
Ao
ser abordado por alguém que parece conhecê-lo, mas de quem você não se lembra,
seja franco. Fingir que se lembra causa mais constrangimento do que dizer, em
tom bem-humorado, que sua memória está falhando ultimamente.
38 - Apresente-se
É
um ato educado apresentar-se dizendo seu nome, e de onde você conhece a pessoa,
quando for abordar um conhecido na rua. Isso livra-o da situação anterior.
39 - Ninguém sabe tudo
Não
finja que você sabe do que a outra pessoa está falando. Quando ouvir a pergunta
“você sabe, não é?” diante de algo que desconhece, apenas diga: “Não sei. Você
poderia me ajudar a entender?”. É provável que você conquiste a simpatia do
interlocutor.
40 - Grávida ou muito bem alimentada?
Não
assuma que uma mulher está grávida até ser informado sobre isso. Mesmo que
pareça que ela tem uma melancia na barriga. Pode mesmo ser uma melancia.
41 - Tudo o que você não é
Ao
saber a profissão de alguém que você acaba de conhecer, não mencione o nome de
algum especialista daquela área, mesmo que a área seja obscura. A pessoa que
você mencionou pode ser a número 2 num setor em que seu interlocutor é o número
593 ou o 37.960. A menção pode desmerecer seu novo amigo.
TRABALHO
42 - Para que serve?
Cuidado
com comentários que desvalorizem a profissão das pessoas. Perguntar a um garçom
qual é a verdadeira profissão dele ou para um acadêmico se a pesquisa dele tem
utilidade é uma indelicadeza.
43 - Conversas pessoais
Quem
passa a maior parte do dia trabalhando precisa resolver questões pessoais no
escritório. Quando fizer uma ligação pessoal, fale num tom baixo. Se possível,
saia da mesa.
44 - Foco em você
Durante
uma apresentação, evite usar acessórios chamativos, como pulseiras que fazem
barulho. Eles podem tirar a atenção daquilo que você está falando.
45 - Roupa inadequada
No
ambiente de trabalho, roupas justas e decotadas demais podem constranger os
colegas. Para sua imagem, o risco é perder a credibilidade e não ser
reconhecido por seu trabalho.
46 - Redes sociais e trabalho
O
ideal é que você mantenha seus contatos profissionais no LinkedIn. Se não
puder, crie grupos no Facebook e use os filtros de privacidade. Mesmo tomando
esses cuidados, não pense que a rede pode virar um depositório de bobagens e
reclamações do chefe.
47 - Festa da empresa
A
festa de final de ano sempre rende boas histórias e muitas gafes. Não se
esqueça de que, mesmo fora do ambiente de trabalho, o evento faz parte da vida
na empresa. Manter a postura profissional – e não beber demais – evita
constrangimentos e ressacas que podem durar o ano todo.
48 - Tiques e barulhos
Em
locais públicos ou no trabalho, cuide para que o volume da música que você ouve
no fone não esteja alto a ponto de incomodar quem está em volta – e prejudicar
sua audição. Cuidado com outros barulhos incômodos, como batucar na mesa,
limpar a garganta ou assoar o nariz.
49 - “Desta vez passa”
Se
você for chefe, não use a expressão “desta vez passa”. Denota arrogância e pode
tirar sua autoridade. Em vez de ameaçar, aconselhe ou tome providências.
Brincadeiras
inconvenientes
50 - Brincadeiras inconvenientes
Alguns
ambientes de trabalho comportam brincadeiras, outros não. Se você fizer parte
do primeiro caso, cuide para que suas piadas não incomodem os colegas.
Fontes
O
livro Would it kill you to stop doing that, de Henry Alford; Bruna Dias,
gerente da Cia. de Talentos Carreira; Chieko Aoki, presidente da rede de hotéis
BlueTree; Rogério Chér, sócio da Empreender Vida e Carreira e ex-diretor de
recursos humanos da Natura; Glória Kalil, consultora de moda e etiqueta;
Claudia Matarazzo, consultora de etiqueta; Célia Leão, consultora de etiqueta;
Lenny Niemeyer, estilista e autora de Delícia receber.
Por
Flávia Yuri e Daniella Cornachione