a diferença entre
uma bronca do chefe no trabalho e o assédio moral
Agressão moral pode
render pedido de indenização mesmo que não seja assédio moral
O que caracteriza o assédio moral é uma
conduta abusiva, seja da parte do superior hierárquico ou de outros, de
natureza psicológica, e que atenta contra a dignidade psíquica do trabalhador. Ocorre
de forma repetitiva e prolongada no tempo, e expõe o trabalhador a situações
humilhantes, constrangedoras, de desestabilização psicológica.
O assédio moral causa dano emocional, exclui
a posição do trabalhador, destrói a capacidade de resistência da pessoa ou
deteriora o ambiente de trabalho, no exercício de suas atividades profissionais.
Já a bronca, diferentemente do assédio,
consiste em um ato isolado no tempo e que, muitas vezes, não tem o intuito de
ofender a dignidade psíquica do indivíduo.
A bronca nem sempre irá gerar dano moral,
pois pode ela tratar-se apenas de um conflito, que mesmo sendo desagradável e
inoportuno, tem o intuito de mudanças, tomada de decisões. O assédio gera
insegurança; o conflito, mudança.
São alguns exemplos comuns de assédio moral:
as críticas em relação à capacidade profissional; comunicações incorretas ou
incompletas quanto à forma de realização do serviço, de forma que a vítima
sempre faça o seu serviço de forma incompleta, incorreta ou intempestiva;
isolamento da vítima de almoços, confraternizações ou atividades junto aos
demais colegas; exposição da vítima ao ridículo perante colegas ou clientes;
alegação pelo agressor de que a vítima está paranoica, com mania de perseguição,
entre outros.
Assim, para que seja considerado assédio
moral há a necessidade da repetição de gestos, palavras e comportamentos, que
isoladamente considerados, podem parecer inofensivos.
A agressão moral e pontual, ainda que única,
pode atingir a dignidade do indivíduo, ensejando uma indenização por danos
morais, mas não se confunde com a prática do assédio moral.
Por Sônia Mascaro Nascimento
Editado por Camila Pati
Fonte Exame.com