O
segredo, dizem os professores, está num equilíbrio delicado de dedicação e
repouso, leitura e exercício, preocupação com o exame e confiança no seu
próprio desempenho.
Para
ter sucesso na empreitada, é preciso tomar cuidado para não incorrer em alguns
“pecados capitais” do mundo dos concursos. Veja a seguir:
1. Procrastinar
Não
ter uma rotina de estudos - e então se permitir adiar o trabalho quando for
conveniente - é um hábito que destrói as chances de qualquer candidato.
Para
Nestor Távora, o concursando deve respeitar rigorosamente dias e horários
estabelecidos para o estudo para não deixar outras atividades da rotina
sequestrarem o seu tempo. Se está trabalhando, a preparação deve ser
compreendida como uma espécie de segundo emprego.
2. Desconhecer o edital
Ler
o manual de um cartão de crédito parece ser uma tarefa burocrática e
aborrecida, mas desconhecer o seu conteúdo pode virar uma grande dor de cabeça.
Com editais de concursos públicos, não é diferente.
O
documento contém detalhes sobre o programa das provas, os critérios para a
candidatura e as fases do processo seletivo. Dar pouca atenção a ele - ou mesmo
acreditar que ele será igual ao das provas anteriores - é um erro grave e muito
comum, diz Lincoln Moura.
3. Desconhecer a banca
Tão
grave quanto negligenciar o edital é não saber qual é o perfil dos
organizadores do concurso. “Cada banca tem um jeito próprio de atuar”, diz
Távora. “Algumas se concentram no texto da lei, enquanto outras se atêm aos
autores e suas doutrinas, ao passo que outras cobram mais jurisprudência”.
Seu
concurso também inclui prova oral? Vale checar quem são os seus avaliadores,
caso a lista de nomes seja publicada. Segundo o professor, não é raro que eles
façam perguntas ligadas às suas próprias áreas de pesquisa de mestrado ou
doutorado, por exemplo.
4. Não fazer fichamentos
Muitos
pedagogos defendem que escrever é uma excelente forma de fixar conteúdo. Por
isso, ler é importante, mas também é obrigatório fazer um resumo deles com as
suas próprias palavras ou mesmo escrever uma discursiva para recordar o que
você estudou.
Além
de facilitar a assimilação e a retenção da matéria, o resumo ainda pode ser
consultado posteriormente pelo candidato no lugar do livro - o que gera uma
preciosa economia de tempo. Só não vale pegar um fichamento pronto na internet,
já que ele será uma leitura como qualquer outra.
5. Não treinar
Além
das leituras e fichamentos, também é indispensável resolver exercícios. “Sem
fazer simulados e questões de provas anteriores, o candidato não vai aplicar a
teoria que estudou, não saberá quanto tempo demora para concluir o exame e nem
como o conteúdo poderá ser cobrado na prova”, afirma Marcelo Marques.
O
treino também é fundamental para concursos que exigem desempenho físico, como
alguns organizados pela polícia. Para se dar bem, é importante medir a sua
performance nos exercícios e acompanhar sua evolução ao longo do tempo.
6. Ceder ao “terrorismo”
Quem
é concurseiro sabe: não faltam fóruns e grupos de discussão na internet que só
servem para alimentar a ansiedade e tirar a segurança de quem vai fazer a
prova.
De
acordo com Marques, alguns indivíduos mal intencionados usam esses espaço para
minar a motivação dos concorrentes. Para não perder tempo com o “terrorismo”
alheio, é melhor se concentrar nos seus próprios estudos e manter-se confiante.
7. Abdicar do lazer
A
preguiça é um item bastante conhecido da compilação dos 7 pecados capitais
descritos pela Igreja Católica. Nesta lista adaptada ao mundo do concurseiro, a
capacidade de relaxar - na medida certa - é virtude.
Afinal,
diz Rodrigo Lelis, uma rotina sem lazer é nociva à saúde e ao próprio
desempenho do candidato. “Estudar de manhã, à tarde e à noite, sem descanso,
abandonando a família e os amigos, leva à exaustão”, diz ele. “Investir em
repouso e diversão é essencial para que você se sinta bem e dê seguimento a uma
preparação de qualidade".