Todo
devedor apresenta algum comportamento fora do padrão. Uns sorriem demais,
outros vivem calados e alguns gritam a plenos pulmões em qualquer oportunidade.
Segundo
levantamento feito em 2012 por John Gathergood, da Universidade de Nottingham,
na Inglaterra, analisando a saúde mental e financeira de aproximadamente 10.000
pessoas, devedores apresentam um grande risco de perder o controle sobre a
ansiedade e o estresse.
Ainda
de acordo com a pesquisa, outros efeitos, como aumento do constrangimento
diante dos colegas, insônia e desenvolvimento de fobias, também atingem os
endividados com maior facilidade, reduzindo seu contato social e sua capacidade
de concentração.
Como
uma espécie de frustração, a dívida dificulta o avanço pessoal e, claro, o
profissional também. Os sentimentos de incapacidade e impotência com o acúmulo
de despesas acabam por limitar o desempenho e podem resultar, muitas vezes, em
casos de depressão.
E
as instituições financeiras não deixam barato. Qualquer dívida segue a máxima
do "Aqui se faz, aqui se paga", e no Brasil se paga muito caro graças
às adoráveis taxas de juro cobradas nas mais diversas modalidades, que podem
chegar a quase 200% ao ano — em outros países nos quais a máxima capitalista
também é válida, como os Estados Unidos, os juros ficam próximos a 30% ao ano
no cartão de crédito.
Como
consequência, adquire-se uma infeliz série de prejuízos para a vida pessoal e
para relacionamentos. Mas não é somente em casa ou entre os amigos que há
instabilidade — a carreira profissional também é extremamente afetada.
Um
trabalhador com estado emocional debilitado tem baixo retorno e se torna cada
vez menos interessante para o empregador. No entanto, não se pode descartá-lo
como uma mercadoria, mas sim buscar contribuir para a solução dos problemas.
Um
bom início pode ser o incentivo da companhia à educação financeira dos
funcionários por meio de programas de controle sobre os gastos e acompanhamento
psicológico, como muitas empresas já vêm fazendo. Dessa forma, a saúde mental
poderá começar a voltar ao positivo e o saldo bancário também.
Se
você está com problemas para equilibrar seu orçamento, procure ajuda antes que
as despesas se tornem uma dor de cabeça na sua vida, prejudicando até mesmo seu
trabalho.
Por
Samy Dana
Fonte
Exame.com