É importante estudar em um ambiente organizado,
silencioso e confortável, dizem especialistas
Cansados,
nervosos e pressionados pelo tempo, muitos candidatos a concursos públicos
ficam suscetíveis às menores distrações durante os estudos.
Do
barulho na rua às notificações do celular, qualquer estímulo parece ser forte o
suficiente para quebrar a concentração e devolver a linha do pensamento à
estaca zero.
O
prejuízo não é pequeno. De acordo com Gloria Mark, pesquisadora da Universidade
da Califórnia, em Irvine, nosso cérebro demora em média 23 minutos para
retornar plenamente à sua tarefa original após uma interrupção.
A
ausência de um bom plano de estudos, que estabeleça metas claras e exequíveis
para cada semana de trabalho, atrapalha ainda mais o foco e pode sabotar
definitivamente as chances de sucesso na prova.
Veja
a seguir 7 hábitos comuns que minam a eficiência dos estudos, segundo
especialistas em preparação para concursos públicos:
1. Estudar na “companhia” do celular
Para
Gladstone Felippo, coordenador do IMP Concursos, este é o hábito mais nocivo de
todos. “A tentação de conferir aplicativos de mensagens e redes sociais tira
totalmente o foco do candidato”, diz ele. “Estudar com o celular do lado é
assinar a sentença de reprovação”. Para Renata Xisto, psicóloga e coach
especializada em concursos públicos, a única saída é colocar o aparelho no modo
avião. “Deixar apenas no silencioso não funciona, porque a vibração vai atiçar
a sua curiosidade do mesmo jeito”, diz ela.
2. Esquecer a necessidade de intervalos
Felippo
diz que não há pior veneno contra o foco do que o cansaço. “Muitos pensam que
estudar por muitas horas seguidas vai garantir a aprovação, o que é um grande
equívoco”, diz ele. Segundo a neurociência, nosso cérebro não consegue se fixar
em um único objeto por mais do que uma hora. Passado esse prazo, sugere o
especialista, faça uma pausa de 15 minutos para esticar as pernas e refrescar a
cabeça.
3. Ter um ambiente de estudos mal iluminado ou
barulhento
Buscar
um espaço claro, silencioso e acolhedor para estudar ajuda muito na compreensão
e na fixação dos conteúdos, afirma Paulo Estrella, diretor da Nova Academia do
Concurso. “Isso não quer dizer que o candidato só deva estudar nesse ambiente
ideal”, pondera o especialista. “Transporte público, longas filas, qualquer
lugar pode ser aproveitado para ter contato com a matéria, ainda que a
eficiência desse estudo seja menor”.
4. Estudar o dia inteiro uma única disciplina
Na
opinião de Estrella, fazer longas sessões de estudo monotemáticas não é uma
estratégia eficiente, porque o cérebro do candidato fica “viciado” em uma única
forma de raciocinar e acaba se cansando. “Trocar de disciplina depois de duas
ou três horas de estudo muda a lógica e aumenta a eficiência do estudo”,
explica.
5. Estudar muitas disciplinas na mesma semana
Outro
erro tático é compor uma agenda de preparação diversificada demais. Diante de
uma variedade excessiva de assuntos, a cabeça se cansa e fica mais vulnerável a
distrações. Segundo Estrella, o problema é comum entre concurseiros que buscam
concursos de nível superior, que podem chegar a ter 25 disciplinas. “O ideal é
separar o conteúdo em ciclos semanais, cada um com no máximo 8 matérias”, diz o
especialista.
6. Descuidar da postura
O
processo de assimilação e memorização do conteúdo também é muito prejudicado se
o candidato não cuida da própria postura física ao estudar. “É importante que a
cadeira e a mesa sejam confortáveis, porque você precisa se sentir bem para se
concentrar”, diz Rachel Almeida, gerente do site Concurso Virtual. Ficar
estirado no sofá ou na cama pode até parecer prazeroso, mas causará dores a
médio prazo. Cedo ou tarde, o mal-estar físico decorrente da postura inadequada
acabará interferindo na sua concentração.
7. Não enxergar prioridades
Segundo
Francisco Saint Clair Neto, coordenador da Pousada do Concurso, é fundamental
estipular metas diárias de estudo para não se dispersar facilmente. Para isso,
é importante não tentar fazer “malabarismo” com as obrigações do dia, afirma a
psicóloga Renata Xisto. “É preciso ter foco e fazer uma coisa de cada vez”, diz
ela. Além disso, é essencial determinar quais são os assuntos prioritários para
o concurso, e dedicar-se com mais afinco a eles - tudo com base em uma análise
afiada do edital.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame.com