Obsolescência
programada: Saiba o que é e como ela te afeta
Obsolescência programada. Poucos conhecem ou
sabem o que quer dizer esse “palavrão”. Porém, hoje em dia, todo mundo já teve
a sensação provocada por essa faceta do consumo moderno. Apesar do avanço
tecnológico, resultando na criação de uma diversidade de materiais disponíveis
para a produção e compra, hoje nossos eletrodomésticos e eletroeletrônicos têm
durabilidade muito inferior do que os aparelho fabricados há 50 anos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec), o desgaste natural dos produtos é normal. Mas, o
produto ser “planejado” para parar de funcionar ou se tornar obsoleto em curto
período de tempo é prática da indústria que deve ser combatida.
Um dos principais exemplos de obsolescência
programada é a lâmpada. Quando criada, durava muito. Mas, os fabricantes
perceberam que venderiam um número limitado de unidades. Assim, criaram uma fórmula
para limitar o funcionamento das peças, que passaram a durar apenas mil horas,
por exemplo.
Um estudo do Idec e da Market Analysis sobre
percepção e hábitos dos consumidores brasileiros em relação ao uso e descarte
de aparelhos eletrônicos comprovou que as pessoas esperam uma vida útil de dois
a três anos a mais do que, de fato, os equipamentos oferecem. A falta de assistência
técnica, elevado custo para o conserto e a atualização estão entre os
principais fatores que influenciam na troca.
Celulares, smartphones e computadores estão
entre os equipamentos que apresentam a maior frequência de problemas de
funcionamento. Para a entidade, a obsolescência funcional programada, ou seja,
o tempo de durabilidade, é planejado para ser menor e induzir novas vendas.
Também existe a obsolescência psicológica,
quando os consumidores são induzidos a trocar de produtos mesmo que ainda não
apresentem defeitos, estimulados pela rápida substituição por modelos mais
modernos lançados.
Pesquisadora do Idec, Renata Amaral diz que
não existe nenhuma regulamentação que determine o tempo de vida útil de um
equipamento. Segundo ela, a sensação de que os produtos duram menos é grande
entre os consumidores.
Além disso, a pesquisadora alerta sobre a
necessidade das pessoas refletirem se é mesmo necessário trocar de aparelho, às
vezes, até com menos de um ano de uso.
Prazo maior de
garantia
Professor do MBA em Estratégia e Ciências
do Consumo da ESPM-Rio, Eduardo França diz que, desde a crise de 2008, há incentivo
grande ao consumo. Segundo ele, é um movimento próprio da economia.
Porém, França afirma, no entanto, que há tendência
de consumo consciente que leva a pessoa a refletir sobre preço, qualidade e
necessidade na hora da compra de um novo produto.
Já uma pesquisa da Proteste — Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor, apontou que 45% dos eletrônicos e eletrodomésticos
apresentam defeito antes de completarem dois anos de uso. Os campeões são as câmeras
fotográficas, os computadores e os tablets.
Por isso, a entidade lançou uma campanha
para ampliar o prazo da garantia legal, que hoje é de apenas três meses, para
dois anos. A justificativa é que se a garantia for mais longa, a indústria
investiria em produtos mais duradouros.
Por Aurélio Gimenez
Fonte O Dia Online