Fraude, roubo, comércio eletrônico - Muitos
fraudadores se apropriam de dados fornecidos em cadastros na internet para
aplicar golpes
A
cada 15 minutos, uma pessoa sofre tentativa de fraude no Brasil por meio de
informações pessoais roubadas. Os ladrões usam os dados para conseguir crédito
ou fechar negócio e depois deixam as dívidas em nome das vítimas. De janeiro a
julho deste ano, ações desse tipo bateram recorde, com um total de 1,22 milhão
de tentativas, segundo a pesquisa Indicador Serasa Experian de Tentativas de
Fraudes.
De
acordo com o levantamento, iniciado há três anos, em 2010 ocorreram 1,04 milhão
de tentativas. Desde então, o número foi subindo gradualmente. Em 2011, foram
1,13 milhão de tentativas e, em 2012, 1,18 milhão.
O
setor preferido pelos criminosos é o de telefonia, com 42% dos casos
registrados - o equivalente a 507,6 mil tentativas. A participação do segmento
nas tentativas de fraude havia sido de 25%, em 2011 e de 31%, em 2012.
O
setor de serviços - que engloba construtoras, imobiliárias, seguradoras e
serviços em geral, como salões de beleza, pacotes turísticos, etc. - aparece em
segundo lugar, com 376,8 mil tentativas ou 31% do total observado. O setor era
o que apresentava, até o ano passado, a maioria das tentativas. A taxa nos sete
primeiros meses de 2011 atingiu 33% e, em 2012, 37%.
De
acordo com a Serasa Experian, o crescimento no setor de telefonia e serviços
está associado à popularização da internet e das mídias sociais.
Em
bancos e empresas financeiras, a taxa alcançou 19% das ações, a mesma
verificada no ano passado e inferior a 2011 (28%).
Ainda
de acordo com a pesquisa, as táticas de fraudes são variadas. Há fraudadores
que criam uma identidade mesclando, por exemplo, a filiação de um consumidor
com a data de nascimento de outro, e chegam até a usar os dados pessoais de
falecidos para obter bens, serviços e linhas de crédito, deixando prejuízos
para os comerciantes e muita dor de cabeça para as famílias.
Há
também os que se apropriam de dados fornecidos em cadastros na internet. De
posse de dados pessoais, eles compram telefone para obter um comprovante de
endereço e assim abrir contas em bancos, ter acesso a talões de cheques, cartão
de crédito e empréstimos. Segundo a Serasa, os consumidores que tiveram seus
documentos roubados têm dobrada a probabilidade de sofrer uma fraude.
Metodologia
O
indicador é constituído pela quantidade de CPFs (Cadastro de Pessoa Física)
consultados mensalmente na Serasa Experian multiplicada pela probabilidade de
fraude, cuja estimativa do risco é obtida pela empresa por meio de modelos
probabilísticos de detecção próprios.
Por
Agência Brasil
Fonte
Época.com