quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

TV A CABO, CELULAR E BANCOS: SAIBA QUEIMAR 'GORDURAS' DO ORÇAMENTO


Começo de ano é uma boa época para fazer uma revisão do orçamento. Será que o seu pacote de telefonia celular é o mais adequado para seu perfil de gastos? Vale a pena continuar pagando a TV por assinatura, se você nunca para em casa? Responder a perguntas simples como essas pode resultar numa boa economia durante o ano inteiro.
O primeiro passo é deixar a preguiça de lado: será preciso tempo para analisar os contratos assinados e pesquisar os preços cobrados pelos mesmos serviços na concorrência, por exemplo.
"As empresas, muitas vezes, oferecem para o consumidor muito mais do que eles precisam. Se ele fizer uma análise depois, pode ser possível acabar com algumas 'gorduras'", diz a economista Ione Amorim, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Telecomunicações exigem revisão constante
Planos de serviços de telecomunicações, por exemplo, requerem uma revisão constante. "Pegue as últimas três contas do telefone celular e analise: o plano contratado é adequado ao seu perfil de uso? Ou você acaba sempre gastando muito com minutos de ligações extras e envio de SMS que não estão no pacote?", diz o economista Samy Dana, professor da FGV.
Pedir a readequação do plano para a operadora é uma saída. A outra é trocar de empresa, caso uma concorrente ofereça condições melhores. Nessa situação, o consumidor pode lançar mão da portabilidade numérica, que permite que ele leve o número antigo para a nova operadora.
Só pode usar a portabilidade, porém, o consumidor que não está mais atrelado a programas de fidelidade (as empresas oferecem celulares mais baratos aos clientes contanto que ele permaneça com elas por cerca de um ano).

Novos assinantes pagam menos que antigos
Samy Dana sugere também uma revisão no pacote de TV por assinatura: se você fica pouco tempo em casa ou acaba vendo só canais abertos, é hora de avaliar se vale a pena manter o serviço.
Dependendo da época em que o serviço foi assinado, também é interessante verificar se não está pagando muito por um pacote que é mais barato para novos assinantes. Esse tipo de oferta é feito com frequência pelas empresas.
"Se você vai numa loja e compra um produto, mas, dias depois, o produto entra em promoção, você não pode reclamar. Mas com os serviços é diferente, porque eles estão constantemente em uso", diz. Na hora de pedir a mudança, é fundamental ter em mãos os preços cobrados pela concorrência.

Combos nem sempre compensam
As operadoras também costumam oferecer combos que unem TV por assinatura, internet e telefone fixo. Geralmente, os preços compensam na comparação com a contratação desses serviços individualmente. Mas nem todo mundo tem vantagem nessa situação. "A empresa às vezes empurra a telefonia fixa, mas o consumidor não usa", diz o economista Samy Dana, da FGV.
Serviços financeiros também merecem uma reavaliação. Manter várias contas correntes abertas é um problema, porque, mesmo sem uso, é preciso pagar pela manutenção. O mesmo vale para cartões: é preciso pagar anuidade com ou sem utilização.
Nos dois casos, é preciso fazer o cancelamento de forma oficial, por escrito. No caso da conta, é preciso ainda devolver folhas de cheque e cartões e deixar um saldo que seja suficiente para pagar tarifas e compromissos já assumidos.

Banco oferece serviços gratuitos
Se a ideia for manter a conta ativa, então pode ser interessante analisar o pacote de tarifa pelo qual você paga. Olhando os extratos dos últimos meses, é possível descobrir o tipo de operação mais comum e procurar um pacote adequado a essas movimentações.
"Em alguns casos, pode ser interessante até suspender o pacote e ficar apenas com os serviços essenciais, que não têm custo", diz Ione Amorim, do Idec.
Todos os bancos são obrigados a oferecer, gratuitamente, uma quantidade mínima de serviços (quatro saques, dois extratos e dez folhas de cheque por mês, por exemplo). O consumidor que opta por esse modelo só paga pelas operações que realizar além do mínimo.
"É possível evitar saques extras concentrando os gastos no cartão de débito, por exemplo", sugere a economista Ione Amorim.

Dívida pode ser transferida para outra instituição
Cancelar alguns cartões de crédito pode ser outra atitude econômica. Até há pouco tempo, era comum o consumidor ficar com pelo menos dois cartões na carteira, de duas administradoras diferentes, porque nem todas as lojas aceitavam as diversas marcas.
Hoje a mesma maquininha recebe cartão de várias operadoras. "Manter mais de um cartão é interessante se o consumidor tem uma viagem programada para o exterior, por exemplo. Caso contrário, vale a pena tentar negociar a anuidade com a administradora", diz a economista.
Outro conselho dos especialistas é rever as próprias dívidas. Esse novo cenário abre margem para uma renegociação com o banco ou até para a transferência da dívida para outra instituição. Nesse caso, o consumidor também pode usar a portabilidade, feita sem custo.

Por Aiana Freitas
Fonte Portal UOL