Começo de ano é uma boa época para fazer uma
revisão do orçamento. Será que o seu pacote de telefonia celular é o mais
adequado para seu perfil de gastos? Vale a pena continuar pagando a TV por
assinatura, se você nunca para em casa? Responder a perguntas simples como
essas pode resultar numa boa economia durante o ano inteiro.
O primeiro passo é deixar a preguiça de lado:
será preciso tempo para analisar os contratos assinados e pesquisar os preços
cobrados pelos mesmos serviços na concorrência, por exemplo.
"As empresas, muitas vezes, oferecem
para o consumidor muito mais do que eles precisam. Se ele fizer uma análise
depois, pode ser possível acabar com algumas 'gorduras'", diz a economista
Ione Amorim, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
Telecomunicações
exigem revisão constante
Planos de serviços de telecomunicações, por
exemplo, requerem uma revisão constante. "Pegue as últimas três contas do
telefone celular e analise: o plano contratado é adequado ao seu perfil de uso?
Ou você acaba sempre gastando muito com minutos de ligações extras e envio de
SMS que não estão no pacote?", diz o economista Samy Dana, professor da
FGV.
Pedir a readequação do plano para a
operadora é uma saída. A outra é trocar de empresa, caso uma concorrente ofereça
condições melhores. Nessa situação, o consumidor pode lançar mão da
portabilidade numérica, que permite que ele leve o número antigo para a nova
operadora.
Só pode usar a portabilidade, porém, o
consumidor que não está mais atrelado a programas de fidelidade (as empresas
oferecem celulares mais baratos aos clientes contanto que ele permaneça com
elas por cerca de um ano).
Novos assinantes
pagam menos que antigos
Samy Dana sugere também uma revisão no
pacote de TV por assinatura: se você fica pouco tempo em casa ou acaba vendo só
canais abertos, é hora de avaliar se vale a pena manter o serviço.
Dependendo da época em que o serviço foi
assinado, também é interessante verificar se não está pagando muito por um
pacote que é mais barato para novos assinantes. Esse tipo de oferta é feito com
frequência pelas empresas.
"Se você vai numa loja e compra um
produto, mas, dias depois, o produto entra em promoção, você não pode reclamar.
Mas com os serviços é diferente, porque eles estão constantemente em uso",
diz. Na hora de pedir a mudança, é fundamental ter em mãos os preços cobrados
pela concorrência.
Combos nem sempre
compensam
As operadoras também costumam oferecer
combos que unem TV por assinatura, internet e telefone fixo. Geralmente, os preços
compensam na comparação com a contratação desses serviços individualmente. Mas
nem todo mundo tem vantagem nessa situação. "A empresa às vezes empurra a
telefonia fixa, mas o consumidor não usa", diz o economista Samy Dana, da
FGV.
Serviços financeiros também merecem uma
reavaliação. Manter várias contas correntes abertas é um problema, porque,
mesmo sem uso, é preciso pagar pela manutenção. O mesmo vale para cartões: é preciso
pagar anuidade com ou sem utilização.
Nos dois casos, é preciso fazer o
cancelamento de forma oficial, por escrito. No caso da conta, é preciso ainda
devolver folhas de cheque e cartões e deixar um saldo que seja suficiente para
pagar tarifas e compromissos já assumidos.
Banco oferece serviços
gratuitos
Se a ideia for manter a conta ativa, então
pode ser interessante analisar o pacote de tarifa pelo qual você paga. Olhando
os extratos dos últimos meses, é possível descobrir o tipo de operação mais
comum e procurar um pacote adequado a essas movimentações.
"Em alguns casos, pode ser interessante
até suspender o pacote e ficar apenas com os serviços essenciais, que não têm
custo", diz Ione Amorim, do Idec.
Todos os bancos são obrigados a oferecer,
gratuitamente, uma quantidade mínima de serviços (quatro saques, dois extratos
e dez folhas de cheque por mês, por exemplo). O consumidor que opta por esse
modelo só paga pelas operações que realizar além do mínimo.
"É possível evitar saques extras
concentrando os gastos no cartão de débito, por exemplo", sugere a
economista Ione Amorim.
Dívida pode ser
transferida para outra instituição
Cancelar alguns cartões de crédito pode ser
outra atitude econômica. Até há pouco tempo, era comum o consumidor ficar com
pelo menos dois cartões na carteira, de duas administradoras diferentes, porque
nem todas as lojas aceitavam as diversas marcas.
Hoje a mesma maquininha recebe cartão de várias
operadoras. "Manter mais de um cartão é interessante se o consumidor tem
uma viagem programada para o exterior, por exemplo. Caso contrário, vale a pena
tentar negociar a anuidade com a administradora", diz a economista.
Outro conselho dos especialistas é rever as
próprias dívidas. Esse novo cenário abre margem para uma
renegociação com o banco ou até para a transferência da dívida para outra
instituição. Nesse caso, o consumidor também pode usar a portabilidade, feita
sem custo.
Por Aiana Freitas
Fonte Portal UOL