Veja algumas formas de usar o dinheiro que são o mesmo
que depositá-lo diretamente na lata de lixo
Se
você não for uma pessoa muito atenta à forma como gasta seu dinheiro é possível
que você esteja jogando ou já tenha jogado milhares e até centenas de milhares
de reais no lixo. A seguir estão listadas 16 maneiras de jogar seu dinheiro
fora. Confira e evite que elas sejam aplicadas a você.
1 Não fazendo o financiamento de imóvel mais barato
Ao
financiar um imóvel, o comprador pode chegar a gastar mais do que o dobro do
que na compra à vista. Como parcelar pode ser a única opção e comprar um imóvel
pode ser uma questão de necessidade, falar que o financiamento é dinheiro
jogado no lixo pode ser algo muito controverso. Mas, quando o comprador gasta
mais dinheiro do que precisaria ao não realizar o financiamento mais barato do
mercado, é inevitável dizer que ele está jogando dinheiro no lixo, e em grande
quantidade.
Segundo
mostra uma simulação feita pelo Canal do Crédito, no financiamento de um imóvel
de 500 mil reais em 30 anos, com uma entrada de 100 mil reais, o comprador paga
até o final do prazo 932 mil reais no financiamento mais barato do mercado, do
HSBC, enquanto no mais caro, ele paga 1,041 milhão de reais, uma diferença de
108 mil reais. O exemplo considerou um perfil de cliente entre 36 e 40 anos,
com renda mensal de 15 mil reais e não levou em conta apenas as taxas de
balcão, que são aquelas inicialmente divulgadas pelos bancos, mas as taxas que
podem ser obtidas depois de realizada uma análise de crédito do cliente (por
isso a Caixa não aparece como a opção mais barata).
2 Abastecendo o carro com o combustível mais caro
Você
não precisa abastecer seu carro com gasolina aditivada se o manual do veículo
não faz esse tipo de recomendação. E nem é aconselhável fazer isso. “Com os
carros da Volvo, por exemplo, os próprios técnicos orientam o proprietário a
não usar gasolina aditivada. Para as petrolíferas é bom promover esse tipo de
combustível, mas há alguns elementos na gasolina aditivada que, dependendo do
motor, podem até levar ao acúmulo de borra. Por isso, o ideal é sempre seguir a
orientação do manual”, explica Milad Kalume Neto, Gerente de Desenvolvimento de
Negócios da Jato Dynamics.
3 Comprando o óleo mais caro sem necessidade
A
mesma lógica da gasolina aditivada vale para a troca de óleo. “Ao comprar um
óleo que trabalha abaixo da especificação do manual, o motor pode ser
danificado, mas se o proprietário usar um óleo de gama maior do que a
necessária, ele pode estar jogando dinheiro fora”, afirma Kalume.
Ele
acrescenta que ao fazer a revisão periódica do carro, muitas concessionárias
também aconselham a realização da limpeza dos bicos de injeção. “Todo mundo
coloca na revisão a limpeza do bico, mas não existe necessidade de limpar o
bico a cada 10 mil quilômetros porque neste intervalo normalmente não ocorre a
formação de elementos prejudiciais. E o propriertário gasta com isso 100, 200,
300 reais à toa. Novamente, é preciso seguir a orientação do manual”, diz o
gerente da Jato Dynamics.
A
troca do disco de freio também costuma ser indicada sem necessidade em alguns
casos. “Se a pessoa não conhece, ela olha e acha que precisa trocar. Não é como
o pneu, que a pessoa percebe que está desgastado. Uma regrinha básica é
realizar uma troca de disco a cada duas trocas de pastilha”, diz Kalume.
4 Usando um plano de celular não adequado ao seu uso
Uma
pesquisa realizada pelo site Pricez, de comparação de preços de planos de
celular, mostrou que 87% das pessoas estão com o plano de telefonia errado,
gastando, em média, cerca de 980 reais a mais por ano.
Para
não contratar um plano com mais ou menos serviços do que você necessita, o
ideal é que seja avaliado o tipo de uso que você faz para que sejam pesquisadas
as opções mais adequadas. No Pricez, ao informar a quantidade de minutos de
ligações por mês e o plano de dados ideal para a sua frequência de acesso à
internet, são mostrados os valores cobrados nas operadoras Claro, Oi, Tim e
Vivo.
5 Usando o modelo errado de declaração de imposto de
renda
No
modelo simplificado da declaração de imposto de renda, o contribuinte substitui
todas as possíveis deduções por um desconto único de 20% dos rendimentos
tributáveis, sem a necessidade de detalhar seus gastos.
Mas
quem tem dependentes, possui um plano de previdência privada da modalidade PGBL
ou tem despesas médicas pode deixar de aproveitar uma restituição maior ou pode
pagar mais imposto do que deveria caso opte pelo desconto de 20%. Em vez disso,
o modelo completo permite as deduções de gastos com dependentes, consultas
médicas, planos de saúde, aportes feitos ao PGBL etc. O ideal é preencher a
declaração com todas as possíveis deduções, que o programa da Receita já
calcula qual dos dois modelos é o mais vantajoso para o contribuinte.
6 Contratando pacotes de serviços bancários caros
Tal
como os planos de celular, os serviços bancários também devem ser contratados
de acordo com o tipo de uso que o cliente faz. Se você não pensou nisso antes
de abrir sua conta e deixou por conta do banco a escolha do pacote contratado,
é possível que você esteja pagando mais do que deveria.
Por
uma disposição do Banco Central, todos os bancos são obrigados a oferecer aos
clientes, sem qualquer tipo de cobrança, um conjunto de serviços essenciais que
inclui: 10 folhas de cheque, quatro saques, dois extratos dos últimos 30 dias e
duas transferências entre contas da própria instituição. Além de oferecer a
opção de contas sem custo, os bancos também devem, por lei, oferecer quatro
pacotes padronizados de serviço, cada um com um grupo de serviços por um valor
fechado.
No
site Febraban Star, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), é possível
comparar não só o preço dos pacotes padronizados, como as tarifas de todos os
outros serviços de qualquer banco do mercado.
Além
disso, os bancos também podem oferecer pacotes promocionais. O Santander, por
exemplo, possui opções de contas isentas de tarifas, desde que o cliente
realize algumas ações em contrapartida, como a portabilidade de salário ou
manutenção do crédito de salário no Santander e o pagamento de uma conta nos
canais eletrônicos.
7 Deixando dinheiro na conta corrente
Se
você não está utilizando todo o dinheiro que entra na sua conta, deixá-lo
parado é o mesmo que jogá-lo no lixo, já que ele poderia estar rendendo se
fosse destinado a algum investimento. Além dissovocê corre o risco de gastar
até o último centavo com coisas desnecessárias. Por isso, por mais que você
ainda esteja estudando qual o melhor destino para o seu dinheiro, aplique-o
pelo menos na poupança. É uma forma de obter rendimentos ainda que depois você
destine os recursos a outro investimento.
8 Atrasando a fatura do cartão
Atrasar
a fatura do cartão de crédito e pagar juros por isso é uma das melhores táticas
para jogar seu dinheiro no lixo, e os bancos adoram. Se você não pagar toda a
fatura até o vencimento e parcelar a dívida, você entrará no crédito rotativo e
pagará um dos juros mais caros do mercado. Conforme mostra uma simulação feita
na Calculadora do Cidadão do Banco Central, o parcelamento de uma fatura de 5
mil reais em um banco de Custo Efeitvo Total (CET) de 9% (taxa comum no
mercado), você jogará fora nada menos que 1.185 reais em juros e encargos.
9 Pagando multas de trânsito
Talvez
a maneira mais irritante de jogar seu dinheiro no lixo sejam as multas de
trânsito, que a cada ano são aplicadas de forma mais eficiente.
10 Viajando na alta temporada
Seria
necessário um espaço muito maior do que este para mostrar todos os exemplos de
serviços e produtos turísticos que ficam mais caros durante a alta temporada.
Mas, para ficar em apenas um deles, o site Viaje Aqui, da revista Viagem e
Turismo, mostrou que um pacote para Fernando de Noronha em dezembro era
vendido por 7 mil reais, enquanto em março saía por 3 mil reais.
Em
geral, os meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro são os mais caros para
se viajar e o restante representa a baixa temporada. Mas cada lugar pode ter
sua própria alta temporada, como é o caso de Nova York na semana do
Thanksgiving Day, a última semana do mês de novembro.
Além
disso, alguns lugares podem ser mais bem aproveitados na baixa temporada não só
pelos custos. Na mesma reportagem do site Viaje Aqui, o autor mostra que alguns
destinos ficam não só mais baratos, como mais bonitos na baixa temporada, como
é o caso da Holanda e do Japão na primavera e das serras Gaúcha e Catarinense
no outono.
11 Comprando título de capitalização
Os
bancos vendem os títulos de capitalização exaltando que o produto oferece uma
remuneração maior ou igual à da poupança e ainda permite que o cliente concorra
a sorteios. Mas, mesmo que o rendimento se iguale ao da poupança, boa parte do
valor destinado ao título é abocanhado por taxas altíssimas.
Em
um título comercializado no mercado, que reflete bem como funcionam outros
produtos similares, apenas 10% do valor das três primeiras mensalidades vai
para a cota de capitalização para ser remunerado por uma taxa de juros. Do
quarto ao 23º mês, 90% do valor da mensalidade vai para a cota de capitalização
e, do 24º ao 48º mês, 97,98%. Neste produto, essas quantias são remuneradas da
seguinte forma: juros de 0,45% ao mês mais TR do primeiro ao 12º mês, e juros de
0,5% ao mês mais TR do 13º ao 48º mês.
Portanto,
a não ser que você acredite que sua sorte pode ser maior com um título de
capitalização do que com um jogo da Mega-Sena, é melhor não desperdiçar seu
dinheiro com isso.
12 Pagando o seguro de automóvel mais caro
Notícias
e mais notícias mostram que os preços dos seguros podem variar muito de acordo
com o perfil do cliente, o modelo do carro e a seguradora. Para se ter uma
ideia, em um mesmo CEP, o seguro de um mesmo modelo, vendido a um mesmo
proprietário, pode variar até mil reais dependendo da empresa. Por isso, vale a
pena simular os custos em diferentes seguradoras, como em sites de corretoras
online.
Além
de não contratar a apólice mais barata, outra forma de perder dinheiro com o
seguro ocorre quando alguma característica no seu perfil mudou e você não
comunicou isso à seguradora. Se o seu filho saiu de casa, por exemplo, você
pode estar pagando o valor que seria cobrado de um cliente com perfil de risco
mais arriscado e pode estar gastando centenas de reais a mais à toa.
13 Comprando um carro que consome muito combustível
Não
são só os carros de luxo e os SUVs que bebem muito combustível. Em uma mesma
categoria, o consumo pode variar muito dependendo do modelo do carro. Até mesmo
um mesmo modelo pode ter níveis de consumo diferentes de acordo com a versão.
No ranking de consumo de combustíveis do Inmetro, duas das versões do
Volkswagen Polo, a 1.6 e a Sportline 1.6, aparecem entre os carros que mais
consomem combustível, enquanto a versão BlueMotion é um dos exemplos de menor
consumo da tabela.
14 Pagando por coisas que você não usa
Você
realmente usa sua casa na praia? E a academia, tem sido frequentada? Estes são
dois dos diversos exemplos de coisas que costumamos pagar, mas não usamos.
Pense bem e avalie se esses gastos realmente valem a pena, ou se convença de
uma vez por todas que você não gosta de puxar ferro ou não tem tempo para
viajar. Você pode aproveitar esse dinheiro muito melhor em algo que você vá de
fato usufruir
15 Comprando as marcas mais caras
Assim
como remédios genéricos custam menos e fazem o mesmo efeito que os remédios de
marcas mais caras, suas roupas, cosméticos, alimentos e diversos outros
produtos podem satisfazê-lo plenamente, mesmo sem um nome famoso na etiqueta.
Basta pesquisar para encontrar um produto de qualidade e entender que talvez a
funcionalidade e a economia podem ser mais importantes do que o status que o
produto de marca garante. Afinal, uma embalagem bonita e um logo famoso nem
sempre são sinônimos de melhor qualidade.
Por
Priscila Yazbek
Fonte
Exame.com