Estudar é mais uma das atividades em que
focar na eficiência é mais benéfico do que na quantidade. Inclusive, segundo a
ciência, estudar muito – prática chamada pelos especialistas de “overlearning”
– prejudica o aprendizado.
Isso porque a capacidade das pessoas de
relembrar um conteúdo tem limite proporcionalmente menor à capacidade de estudo.
Para aumentar a produtividade na hora de
aprender – e diminuir tempo e estresse – o site americano que cataloga
universidades Best Colleges compilou diversas dicas para estudar melhor (e
menos!), comprovadas pela ciência.
10 dicas para
estudar eficientemente, segundo especialistas
1. Impeça a “curva
do esquecimento”
Os cientistas começaram a explorar o
fenômeno psicológico “curva do esquecimento” em 1885. Ainda hoje, continua
sendo um fator importante a ser considerado quando se estuda.
Essencialmente, ele diz que a primeira vez
que você ouve uma aula ou estuda algo novo, tem a melhor chance de retenção, de
até 80%, do que aprendeu apenas revendo o conteúdo novamente dentro de 24 horas.
E – bônus – isso tem um efeito cumulativo. Depois
de uma semana, você terá capacidade de reter 100% das mesmas informações após
apenas cinco minutos de análise.
Geralmente, os psicólogos concordam que este
tipo de intervalo estudando – e não estudando – é o melhor. Para otimizar seu
tempo de estudo, aproxime-o mais do dia em que você teve contato com o material
do que do dia da prova.
2. Utilize material
impresso
Tablets e outros meios eletrônicos são
ótimos para conveniência e portabilidade. No entanto, pesquisas sugerem que, quando
se trata de estudar na faculdade, os materiais impressos tradicionais ainda têm
vantagem.
Mesmo que alguns pesquisadores argumentem
que adotar novos hábitos ao usar uma interface digital melhora a experiência
acadêmica, mais de 90% de alunos entrevistados em um estudo compreensivo
disseram preferir uma cópia impressa a um dispositivo digital quando se trata
de estudo e trabalho escolar.
Além disso, um professor de psicologia da
Universidade de Leicester, na Inglaterra, descobriu que os alunos precisam de
mais repetição para aprender quando leem na tela do computador em comparação a
quando consultam apenas material impresso.
3. Faça conexões
Muitos especialistas consideram que a
diferença entre quem aprende rápido e devagar é a maneira como estudam: em vez
de memorizar, os alunos mais rápidos fazem conexões entre as ideias.
Conhecido como aprendizagem contextual, o
processo é crucial e exige que cada aluno personalize seus próprios métodos de
aprendizagem, fazendo conexões que relacionem as informações para começar a se
encaixar e fazer sentido.
4. Estude quando
estiver cansado – e descanse em seguida
Embora isso possa parecer contraintuitivo a
princípio, de acordo com a ciência, faz sentido.
Estudar quando você está mais cansado
imediatamente antes de dormir pode realmente ajudar seu cérebro a reter
concentrações mais altas de habilidades novas, como falar uma língua
estrangeira ou tocar um instrumento.
Existe até um termo para isso: “sleep-learning”
(em português, “aprendizado do sono”).
Isso porque o processo de consolidação da
memória está em seu melhor momento durante o sono “de ondas lentas”. O que
significa que a revisão do material antes de dormir pode realmente ajudar o
cérebro a reter as informações.
5. Não releia, relembre
Esse método de estudar foi tema em 2009, quando
um professor de psicologia da Universidade de Washington em St. Louis publicou
um artigo na Psychological Science aconselhando os alunos contra o hábito de
leitura e releitura.
Segundo ele, ler e reler os materiais podem
levar os estudantes a pensarem que conhecem bem o conteúdo, mesmo quando não é
verdade.
Em vez disso, ele sugere que os alunos
utilizem “recordação ativa”, fechando o livro e recitando tudo o que podem
lembrar para praticar a memorização a longo prazo.
6. Use o sistema
Leitner
O sistema Leitner é o mais conhecido para
utilizar “cartões de memorização”. Ele serve para que os estudantes aprendam o
conteúdo com o qual estão menos familiarizados pela repetição.
Na prática, o aluno coloca todos os cartões
com perguntas na caixa 1. Em seguida, pega cada cartão e tenta responder a
pergunta. Se acertar a resposta, coloca-o na caixa 2. Se errar, deixa-o na
caixa 1.
O estudo passa para as caixas seguintes e a
premissa permanece. A única diferença é que nas próximas se o estudante errar, deve
voltar o cartão para a caixa anterior. Assim, os cartões na primeira caixa são
estudados com mais frequência.
7. Pense sobre o
pensar
Especialistas defendem o uso do método
testado e comprovado de aprendizagem chamado metacognição, ou “pensar sobre o
pensar”.
Aplicado ao estudo, os alunos precisam
avaliar constantemente seu nível de habilidade e progresso. Além disso, monitorar
cuidadosamente seu bem-estar emocional quando realizam atividades
potencialmente estressantes. A premissa é de que a metacognição ajude em uma
retenção mais consciente e efetiva do conteúdo.
8. Varie o conteúdo
Cientistas comprovaram que é melhor variar o
tema ao estudar, em vez de se concentrar apenas em uma área. No entanto, é
aceitável e até mesmo preferível unir campos de assuntos relacionadas ou
semelhantes.
Por exemplo, em vez de apenas memorizar
vocabulário em outro idioma, misture também a leitura. Se estiver estudando
matemática, inclua vários conceitos juntos, em vez de apenas um.
9. Mude de cenário
Embora isso possa ser óbvio para alguns
alunos, outros podem esquecer que uma mudança tão simples quanto de cenário
pode ter um grande impacto nas habilidades de aprendizado.
Um psicólogo da UCLA, por exemplo, apontou
que trocar de local de estudo aumenta pode aumentar os níveis de retenção de
informações e concentração.
Mudar de cômodo já é o bastante, mas os
especialistas também recomendam ir “um passo além” estudando ao ar livre.
10. Assuma o papel
de “professor”
Pesquisas mostram que os alunos têm melhor
chances de recordação ao aprenderem novas informações quando têm a expectativa
de ensiná-las a outra pessoa. Além disso, estudos também sugerem que os alunos
se engajam mais e instintivamente buscam métodos de recordação e organização
para o papel de “professor”.
Se tiver oportunidade, experimente ensinar o
que aprendeu a um colega ou até a um “colega imaginário”. O importante é ter a
expectativa de “ser professor” desde o momento de estudo, porque é ela que
proporciona os benefícios.
Por Suria Barbosa
Fonte guiadoestudante.abril.com.br