Compreenda os argumentos contra e a favor da cobrança
pela consulta jurídica
Certamente
cobrar ou não cobrar pela consulta é um dos temas mais polêmicos que existem na
advocacia.
Antes
de mais nada, pode-se dizer que a grande competitividade do mercado foi uma das
principais responsáveis por dividir opiniões sobre o assunto.
Alguns
profissionais, em vista da grande dificuldade em conseguir clientes, acabam por
dispensar a cobrança da consulta, porém isso não é uma regra.
Na
verdade, é correto afirmar que cada profissional tem as suas razões pessoais
para instaurar ou não a cobrança pela consulta jurídica.
É preciso analisar os dois lados da questão
Todos
sabemos que não há verdade absoluta nas questões de valor agregado (não o valor
numérico, mas o sentimento que está atrelado ao exercício da profissão.
Um
advogado é representa muito mais do que um profissional disposto a lutar pelos
seus direitos: ele se torna um amigo, um confidente, um apoio para os mais
variados problemas dos cidadãos.
Por
isso, se você está na dúvida, cobrar ou não cobrar consulta jurídica deve ser
decidido depois de considerar as opiniões a favor e contra tal cobrança.
Cobrar ou não cobrar pela consulta jurídica: por que
se deve cobrar
Se
levar em consideração o exercício de outras profissões liberais, como médicos,
dentistas e psicólogos, o cliente já sabe de antemão que a consulta é cobrada.
Por
que com o advogado é diferente? Afinal de contas, ele tira o seu sustento de
seu trabalho e, assim como os profissionais citados acima, também estudou muito
para ter a capacidade de resolver os mais diversos problemas que afligem os
cidadãos.
A
OAB/SP estabelece um valor mínimo de consulta em horário comercial, o qual é
acrescido de cerca de 20% a 30% do valor, se a consulta ocorrer fora desse
horário. Portanto, cobrar pela consulta jurídica não é uma prática ilegal ou
algo que o valha.
Além
disso, um profissional da advocacia deve saber precificar seus honorários de
maneira justa porque compreende não só o valor (preço) do seu trabalho, como o
valor agregado (emoção) que ele traz consigo.
Alguns
profissionais, no entanto, podem se sentir incomodados em cobrar seus
honorários por uma questão de autoestima, ou seja, eles simplesmente não
confiam em seus conhecimentos para a prestação dos serviços.
Isso
é algo pessoal e deverá ser trabalhado adequadamente para que o profissional
seja capaz de viver da advocacia, aprendendo a precificar seu trabalho.
Outro
ponto importante, é que o Novo Código de Ética da OAB do Brasil regulamenta
agora a atuação pro bono. Portanto, caso julgue necessário, o profissional
poderá atuar dessa forma, depois de analisar cada um dos casos que chegam até
ele.
Por que não cobrar pela consulta jurídica
Argumentos
de por que não cobrar pela consulta jurídica também abundam. Uma boa parcela
dos profissionais escolheu não cobrar pela consulta jurídica por uma série de
razões pessoais.
Para
chegar à tal conclusão, os profissionais que optaram por não cobrar a consulta
analisam alguns fatores, como:
-
Região em que se encontram: os profissionais que atuam nos estados mais pobres
do Brasil reconheceram que a cobrança pela consulta se torna um empecilho na
contratação dos serviços.
-
Muitos se considerem ainda inexperientes, como pouco tempo de ordem, para poder
cobrar pela consulta.
-
Que tipo de advocacia esses profissionais querem praticar: alguns profissionais
encontram satisfação em exercer a profissão de uma forma menos mercantil e
optam por não cobrarem pela consulta.
-
Saber recusar um caso: não é porque não cobram consultas que assumem todos os
casos que chegam até eles. Eles sabem filtrar os casos e pegar aqueles que,
eventualmente, lhe trarão retorno financeiro.
A decisão é pessoal e intransferível
A
polêmica continuará, isso é um fato. Cada profissional tem argumentos
convincentes para justificar os dois lados dessa questão. Porém, é precisão ter
cuidado para que uma decisão pessoal não prejudique a classe.
Só
o próprio profissional poderá decidir se deve cobrar ou não cobrar pela
consulta. Cada advogado deve ter o discernimento para escolher o que é melhor
para a sua prática, de acordo com a sua vivência da profissão.
Fonte
examedaoab.com