A
inflação em 2015 foi de 10,67 do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a
maior alta desde 2002. O índice que mede a variação dos preços dos alimentos e
serviços aos consumidores foi impulsionado principalmente pelo aumento de preço
dos alimentos. Em abril, o reajuste autorizado para os medicamentos para 2016
foi de 12,5%, o maior nos últimos cinco anos.
O
cenário da crise econômica é severo e com altos índices de desemprego e inflação,
que impõe ao consumidor a adoção de uma disciplina rigorosa na administração da
renda e nos cuidados com os gastos. O aumento desordenado e constante dos
preços de produtos e serviços compromete as condições de escolha na hora da
compra e reduz o poder aquisitivo dos consumidores.
Para
driblar uma parte considerável desses aumentos, os consumidores devem pesquisar
os preços em vários estabelecimentos para cada segmento de produtos de consumo,
como é o caso dos alimentos e medicamentos. No caso dos serviços, é importante
avaliar os contratos e observar se há margens para renegociação de preço,
redução de consumo ou, por exemplo, se o serviço é prestado por uma empresa
concorrente que pode oferecer um preço mais baixo.
Antes
de ir às compras de qualquer produto é importante pesquisar os preços
previamente no sites das empresas que oferecem os itens. Quem tem hábito de
fazer as compras com regularidade nos supermercados já possui alguma noção de
preço, porém, com reajustes frequentes essa referência pode se perder. Portanto, programe-se: prepare uma lista e
avalie os produtos que estão em promoção.
No
supermercado, a pressa é inimiga da economia. Dedique um tempo para observar a
variação dos preços anunciados como oferta em um dia específico da semana,
porque as promoções não costumam ser feitas em todos os produtos. Algumas
delas, inclusive, são feitas apenas para atrair o consumidor. Nesse caso, vale
a pena somar os preços do que pretende comprar e comparar a lista em dois ou
três supermercados.
Avaliar
a diferença de preço de um produto com diferentes tamanhos de embalagens podem
gerar economia também. Às vezes, a embalagem econômica é mais cara do que
convencionais porque o tamanho da embalagem afeta o preço por unidade de
medida. Além disso, alguns produtos pode perder as características se não forem
consumidos em determinado tempo. Nesse caso, avalie o risco de desperdício, que
também é uma forma de aumento de gastos.
Para
os produtos processados e de limpeza, as compras podem ser planejadas de acordo
com a embalagem com o menor preço por unidade de medida, respeitando as
condições de preservação dos produtos, como prazo de validade superior a 60
dias e características depois de abertos. Isso vale para material de limpeza,
cereais, azeite, achocolatados, entre outros.
Nas
feiras livres, sacolões e setor de hortifruti, acompanhe as informações sobre
os produtos mais afetados pelas condições climáticas e fora de época, que são
mais expostas a alterações de preços. Substitua por produtos similares. Se for
preciso, altere o cardápio de acordo com os produtos de maior disponibilidade
na época e oferta, e pechinche os preços.
Levar
uma calculadora ou utilizar o recurso do celular ajuda a definir a escolha mais
econômica, a estabelecer o limite de gastos e a comparar com os preços
registrados no caixa. É muito frequente a diferença de preço identificado na
prateleira e no registro do caixa. Propositais ou não, esses erros acabam
passando desapercebidos porque o consumidor não confere ou não lembra do valor
no momento da escolha. Essa diferença
pode ser surpreendente.
Na
compra de medicamentos, pesquise os preços nos sites de busca e consulte as
drogarias e farmácias. Também observe os descontos oferecidos pelos programas
de fidelidade das farmácias. No caso de medicamentos de uso contínuo, acompanhe
os descontos oferecidos pelos planos de saúde. Compare o preço do medicamento
de marca e os produtos genéricos, que possuem a mesma equivalência farmacêutica
e preços inferiores.
Os
medicamentos para algumas doenças crônicas como diabetes e hipertensão, são
comercializados através dos programas de saúde pública de governo de farmácia
popular com descontos de até 90%. Entres eles, é possível ter acesso a
medicamentos gratuitamente nos postos de saúdes e unidade básica de saúde.
Se
o orçamento ficou fora de controle e pressionado pelos aumentos dos preços com
alugueis, condomínio, entre serviços com menor flexibilidade de mudança ou
redução de preços, procure fazer reduções onde possui alternativas, como
alimentação fora de casa e lazer.
Porém,
não transforme o seu combate à inflação em um processo de isolamento e flagelo.
Aproveite o momento e explore a sua criatividade. Descubra sua habilidade na
cozinha, convide os amigos e familiares, promova encontros colaborativos e
reuniões em casa. Além de reduzir as despesas, todos contribuem, se divertem e
não fica caro para ninguém.
Por
Ione Amorim
Fonte
Idec