É quase certo que dormir pouco irá acarretar problemas
sérios para seu trabalho
Não
é segredo para ninguém que uma noite mal dormida tem tudo a ver com baixa
produtividade no trabalho. Porém, os efeitos de um sono curto - e de má
qualidade - vão muito além disso.
As
primeiras horas de descanso podem até ajudar na recuperação metabólica e do
vigor físico, mas não contribuem para uma parte importante do desenvolvimento
mental.
“Nosso
sono não é igual durante a noite toda. Então dormir pouco ou fragmentar o
descanso com sonecas pode impactar nosso desenvolvimento no longo prazo”,
alerta a neurocientista e professora da Santa Casa, Carla Tieppo.
Segundo
ela, a duração ideal do sono varia de acordo com a idade do indivíduo.
Adolescentes devem dormir em média 9 horas, enquanto jovens adultos precisam de
8 horas. Já pessoas mais velhas se satisfazem com 6 ou 7 horas de repouso.
Dormir
demais também pode ser prejudicial para a produtividade. "O sono em
excesso gera preguiça, cria lassidão”, aponta. As horas a mais de descanso
também afetam o raciocínio e atrapalham o foco.
Carla
lembra ainda que existem dois grupos de pessoas: as diurnas, que produzem mais
pela manhã, e as vespertinas, que rendem mais à tarde e à noite.
“Estas
últimas costumam ser as mais prejudicadas pelo funcionamento da sociedade,
porque produzem pouco antes do almoço”, destaca.
Independentemente
do grupo em que você se encaixa, é quase certo que dormir pouco irá acarretar
problemas para o seu trabalho. Veja a seguir quais são os piores deles:
1. Perda de memórias
Quem
dorme pouco ou lida com o sono tirando sonecas no meio da tarde pode ter a
memória prejudicada.
Isso
porque o processo de fixação de lembranças acontece no estágio mais profundo do
sono, conhecido como R.E.M. ("movimento rápido dos olhos", na sigla
em inglês).
Segundo
Carla, além da memória, sonos curtos ou de baixa qualidade atrapalham o aprendizado
de maneira geral.
2. Bloqueio criativo
A
fase R.E.M. também é responsável por estimular nossa capacidade de ter ideias
originais. É nesse momento de intensa atividade cerebral que acontecem os
sonhos.
“Quando
não atingimos esse estágio do sono, nossa capacidade criativa pode ser
prejudicada”, afirma a professora.
3. Ansiedade
O
sono curto é um fator de estresse para o organismo, que entende a falta do
descanso como uma não-adaptação.
A
reação do corpo é a liberação de uma série de hormônios como a adrenalina e o
cortisol que, por sua vez, trazem ansiedade e irritação.
4. Descontrole emocional
A
falta de sono deixa o indivíduo mais reativo e impulsivo. No ambiente de
trabalho, isso prejudica o processo de comunicação, a criação de empatia e a
socialização.
“O
sono insuficiente é inimigo da inteligência emocional e da nossa capacidade de
respeitar o timing das outras pessoas”, considera Carla.
5. Perda de concentração
Se
você tem tido dificuldades em manter o foco no trabalho, é provável que esteja
dormindo pouco. Isso porque a privação do sono traz prejuízos graves à atenção.
A
doutora lembra que o cérebro humano já tem dificuldades naturais para realizar
duas ou mais tarefas ao mesmo tempo. "Dormir pouco, por sua vez, prejudica
ainda mais essa competência".
Por
Nicolas Gunkel
Fonte
Exame.com