Segundo especialista, é possível conseguir valores
pela metade do preço
Você
já conhece todas as regras para acumular e trocar pontos. Mas, se mesmo assim,
o seu plano de viagens não dá certo, é bom ficar atento a outros fatores que
podem estar influenciando suas decisões na hora de usar as milhas: falta de
planejamento, escolha errada do plano de pontos ou do destino final. As razões
para que sua viagem, em milhas, não saia do papel são muitas. Para evitar estes
e outros erros, elaboramos uma lista de dicas para que ajudarão o seu próximo
embarque.
MELHOR RESGATER 90 DIAS ANTES
Se
alguma dica é unânime entre os especialistas consultados é a necessidade de se
planejar. Segundo Bruno Nissental, do Oktoplus, aplicativo especializado em
milhagem, o cliente consegue valores até 50% mais baixos (em milhas), se
resgatar a passagem com 90 dias de antecedência da viagem.
A
falta de assentos disponíveis nas datas desejadas também é fonte de
reclamações. E a solução também está no planejamento. Segundo Cristina
Anfimovas, coordenadora do Victoria, programa da TAP, os assentos disponíveis
variam de acordo com a demanda pelo voo:
—
Para conseguir passagens em alguma data específica, e se ainda for na alta
temporada, é preciso reservar com antecedência. Há assentos para clientes de
milhagem em todos os voos, mas a quantidade e disponibilidade variam com a
época.
Se
possível, conseguir datas flexíveis de ida e volta contribui para encontrar
passagens mais baratas. Celio Martins, do site Milhas e Pontos, diz ainda que
procurar companhias menos tradicionais em certos trajetos também ajuda na economia:
—
Há voos para a América do Sul sendo operados por aéreas asiáticas e europeias.
MONITORE OS PREÇOS
Monitorar
os preços com frequência é importante. Segundo Nissental, as variações são
grandes ao longo do ano e entre as companhias. A dica vale, especialmente, para
quem tem pontos acumulados no crédito e pode escolher para qual aérea deseja
desembolsar o tíquete:
—
Muitos programas de cartões de crédito possuem opções de utilizar os pontos no
próprio programa e resgatar passagens. Essa opção é, muitas vezes, mais barata.
ACUMULE EM POUCOS LOCAIS
Ter
muitos pontos espalhados entre programas de fidelidade, cartão de crédito e
companhias aéreas pode ser um problema já que, muitas vezes, as empresas não
têm parcerias entre si. O conselho do economista Samy Dana, da FGV/SP, é mesmo
acumular os pontos no crédito. Neste
caso, as opções para compra da passagem são mais amplas, e a troca é simples,
com os pontos armazenados no mesmo local.
EVITE OS EXAGEROS
Porém,
se o seu fraco é o consumismo e o cartão de crédito vive ultrapassando a renda,
é melhor deixar a ideia de juntar pontos de lado. Pelo menos no crédito. Dana
alerta que os juros do cartão de crédito são altos e não adianta nada consumir
demais, se depois vai faltar dinheiro para pagar a viagem:
—
A passagem é só um dos gastos. É preciso ter dinheiro para hospedagem, comida
etc. Então, não adianta gastar muito se depois vai ficar faltando. E os juros
do cartão são altos! Melhor economizar o valor que se pagaria pela dívida e
pagar a passagem em dinheiro mesmo.
Também
não vale comprar em uma loja mais cara só porque ela acumula pontos.
SIMULE SEU CONSUMO
Aliás,
para não perder as contas de vista nem se decepcionar com os pontos acumulados,
o ideal é simular os gastos no cartão e ver se, dentro do período de validade,
será possível comprar uma passagem, acentua Dana:
—
Muita gente começa com a expectativa de viajar pra Europa e, no final, não
consegue um liquidificador.
DE OLHO NA VALIDADE
Um
dos maiores erros de quem junta pontos no cartão (ou milhas nos programas de
fidelidade) é esquecer que a maioria tem data de validade estabelecida. Em
alguns casos, não chegam a dois anos (em média, rondam a casa dos três anos).
Esquecer as datas pode significar muita decepção e dinheiro perdido, comenta
Nissental.
Em
alguns casos, como no Smiles, é possível pagar para reativar as milhas
vencidas, desde que elas tenham expirado nos últimos 12 meses.
TECNOLOGIA A SEU FAVOR
Aplicativos,
sites e blogs também ajudam. O aplicativo Oktoplus (oktoplus.com.br), por
exemplo, pesquisa os melhores preços em milhas e avisa o usuário quando as suas
vão expirar. Outros, como Melhores Destinos (melhoresdestinos.com.br) e Clic
Viagens (clicviagem.com.br) fornecem dicas valiosas.
PREÇOS EM CONTA
O
economista Samy Dana acrescenta outro ponto relevante: se a passagem estiver
mais barata no caso de pagamento em dinheiro, se possível, é melhor guardar as
milhas para outro momento:
—
Ganhar milha não é a mesma coisa que ganhar descontos em dinheiro.
DESCONTOS E PROMOÇÕES
Conseguir
comprar passagens aéreas com as promoções das companhias é uma das melhores
formas de viajar com milhas. O Smiles, por exemplo, lançou recentemente uma
promoção em que trechos para Salvador, Goiânia e Campo Grande ficavam em duas
mil milhas. Para conseguir a pechincha, é fundamental se planejar e ficar de
olho no site das companhias e programas.
LUPA NO CONTRATO
Cláusulas
abusivas, mudanças de regras, preços inacessíveis. Estas são algumas das
reclamações que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor já observou nos
contratos de fidelidade. Para a advogada da instituição, Cláudia Almeida, é
importante ficar de olho na hora de assinar os contratos.
PROCURE ALTERNATIVAS
Você
vai até gastar mais milhas, mas se elas estiverem perto do prazo de validade ou
em excesso, vale a pena buscar assentos na classe executiva. Menos disputados,
eles são mais confortáveis e a probabilidade de encontrar um lugar é maior.
INSATISFEITO? RECLAME!
Se
você seguiu todos os passos corretamente e, mesmo assim, não conseguiu trocar
os pontos e milhas? Procure a ouvidoria da empresa ou órgão responsável, como o
Procon, e reclame.
Por
Carolina Mazzi
Fonte
O Globo Online