Com grande oferta de
vagas, os tribunais têm concursos bastante cobiçados. Preparamos um guia para
quem está interessado em seguir carreira nesta área
Com Justiça brasileira sendo dividida em
cinco esferas - estadual, federal, eleitoral, militar e do trabalho – há pelo
menos dois concursos públicos para tribunais ao ano. “Ainda que sejam de
esferas diferentes da Justiça”, diz o professor Fernando Bentes, diretor do
site Questões de Concursos.
O grande número de vagas, na soma de todas
as esferas do Judiciário, faz com que os concursos sejam bastante cobiçados por
candidatos à carreira pública, dizem especialistas.
“Cada estado tem um tribunal de Justiça e um
tribunal regional eleitoral. Além disso, são 24 tribunais regionais do trabalho
e 5 tribunais regionais federais. Foram criados outros 4 novos tribunais
regionais federais, mas ainda não estão instalados”, diz João Mendes,
coordenador do curso Ênfase.
A seguir confira, um guia para os
concurseiros que estão de olho nas oportunidades de trabalho em tribunais:
As vantagens, cargos
e salários
Boa estrutura e ambiente de trabalho,
estabilidade e remuneração acima do mercado de trabalho são alguns dos
principais atrativos das posições em tribunais, segundo João Mendes,
coordenador do curso Ênfase.
Os cargos e salários variam entre as
diversas oportunidades profissionais. Juízes têm salários na casa dos 20 mil
reais, analistas recebem em média 8 mil reais.
Já cargos de nível médio como escreventes, técnicos
e oficiais de Justiça têm salários entre 4 mil reais e 6 mil reais, em média,
segundo especialistas consultados.
“Há ainda diversas especialidades para cada
perfil de cargo. Por exemplo, para nível superior há cargos privativos para médico,
dentista, advogado, engenheiro, etc.”, diz Mendes.
Com os técnicos ocorre o mesmo. “Há áreas
para formação técnica específica como, por exemplo, tecnologia da informação,
segurança, entre outras”, diz o coordenador do curso Ênfase.
O perfil esperado
dos servidores e as atividades principais
Proatividade, produtividade, atenção a
detalhes e a prazos são algumas das características necessárias para se dar bem
no trabalho em tribunais, segundos os especialistas.
Entre as diversas atividades no dia a dia de
trabalho, Bentes, diretor do site Questões de Concursos, destaca algumas:
1. Elaboração da decisão, por juízes, com o
auxílio de analistas.
2. Ordenação e confecção de atos processuais
por juízes, com a ajuda de analistas e técnicos.
3. Contato com as partes, por meio dos técnicos.
4. A comunicação de atos processuais e a
avaliação de bens, por meio de oficiais de Justiça.
5. A assessoria técnica para a decisão
judicial e a gestão dos órgãos judiciários, pelos analistas.
As disciplinas
comuns aos concursos da área:
Português, regimento interno dos tribunais,
direito administrativo e constitucional se repetem em todas as provas para
tribunais, segundo o professor e advogado Sergio Camargo especializado em
concursos públicos.
“Muitos tribunais também exigem raciocínio lógico
matemático e informática, mas não são todos”, lembra João Mendes, do curso Ênfase.
Como aproveitar os
estudos para tribunais
Todos os especialistas concordam que é muito
comum concurseiros prestarem provas para diferentes tribunais ao mesmo tempo.
O diretor do site Questões de Concurso,
Fernando Bentes, sugere que o concurseiro consulte editais de cada um dos
tribunais em que está interessado.
“Depois, ele deve fazer um quadro de
aproveitamento de estudos, com enfoque no núcleo de disciplinas comuns aos vários
concursos”, diz. Assim, é possível estudar as disciplinas que estão nesta zona
de intersecção.
“O próximo passo é recorrer ao método de
resolver questões de provas passadas, com destaque para as bancas que costumam
organizar estes concursos que são o Cespe, a Fundação Carlos Chagas, a
Cesgranrio, a Fundação Getúlio Vargas, entre outras”, indica o especialista.
Quando o edital de um dos tribunais de
interesse sair, o concurseiro deve repete o mesmo processo de combinar o estudo
entre teoria e exercícios, sugere Bentes. “Mas com a preferência para as
disciplinas que ainda não estudou”, diz.
“O candidato deve também estar atento às
alterações legislativas e à jurisprudência dos tribunais superiores”, afirma
Gabriel Quintanilha, professor especialista em concursos.
Matérias que merecem
mais atenção em cada tribunal
Bentes indica atenção às matérias que cobram
conhecimento específico do candidato naquela esfera.
“Na Justiça estadual e federal, os
candidatos devem valorizar a normativa estadual e federal de organização judiciária,
na Justiça do trabalho, o enfoque é nas disciplinas de direito do trabalho e
processo do trabalho, na Justiça eleitoral, o direito eleitoral tem importância
destacada e na Justiça Militar o concurseiro deve abordar a legislação especial
pertinente”, diz Bentes.
Por Camila Pati
Fonte Exame.com