Recrutadores apontam
equívocos comuns em CVs; saiba como evitar uma desclassificação automática da
sua candidatura
Na lata de lixo: como
evitar que os recrutadores joguem fora o seu currículo?
O currículo é o primeiro contato do
empregador com o candidato. Se há problemas com esse documento básico, mesmo um
bom profissional pode ser desqualificado para uma entrevista.
Com a ajuda de especialistas em RH, listamos
alguns equívocos frequentes em CVs que espantam os recrutadores. Veja abaixo o
que evitar no seu “cartão de visitas” profissional:
1. Falta de dados
pessoais
A ausência de informações importantes como
idade, contatos ou endereço residencial no CV pode atrapalhar um candidato.
“Se não possuir logo de cara dados básicos
sobre o candidato, é provável que o recrutador passe logo para o próximo”,
afirma Ricardo Karpat, diretor da Gábor RH.
2. Excesso de dados
pessoais
Incluir informações demais sobre você é tão
ruim quanto apresentar poucas. “É completamente desnecessário apresentar no
currículo números de documentos como CPF e RG”, diz Erica Isomura, especialista
em RH no Vagas Tecnologia. Sua foto pessoal também é dispensável, com raras
exceções.
3. Lacunas sem
explicações
Na descrição das experiências profissionais,
é importante não deixar nenhum período descoberto. “Por exemplo, se você escreve
que trabalhou numa empresa de 2000 a 2002, e só menciona o próximo vínculo
empregatício em 2006, o recrutador vai se perguntar o que aconteceu nesses 4
anos da sua vida”, diz Karpat.
4. Mentiras
Escrever no currículo que você fala inglês
fluentemente se o seu nível é intermediário, por exemplo, é um tiro no pé.
De acordo com Paulo Dias, diretor da unidade
de recrutamento e seleção da Mariaca, transparência é essencial. “Se você mentir
no currículo, será desmascarado na entrevista, e vai ser muito pior”, explica.
5. Erros de português
e falta de revisão
Os três especialistas ouvidos foram unânimes
e enfáticos sobre a impressão negativa causada por um currículo escrito fora da
norma culta da língua.
O mesmo vale para problemas de digitação. “Não
basta passar o corretor ortográfico, é preciso revisar atentamente os textos que
você escreve”, alerta Erica Isomura, do Vagas Tecnologia.
6. Tamanho exagerado
Para um candidato em início de carreira, uma
página é suficiente para o CV. No caso de profissionais mais experientes, o
limite pode ser de duas a três páginas, na opinião de Paulo Dias, da Mariaca.
“Currículos muito longos e prolixos
dificultam a localização de informações importantes”, explica.
7. Autoavaliação
sobre comportamento
Não é recomendável usar qualificações
elogiosas a sua maneira de ser no currículo. “Gabar-se sobre o quão ousado você
é pode até irritar o recrutador”, afirma Dias.
O ideal é deixar esse julgamento para quem
vai entrevistar você. Ainda assim, vale usar adjetivos mais concretos, como “sólida
experiência” ou “intenso contato com a atividade X” na síntese de qualificações.
8. Formatação “criativa
demais”
Para a esmagadora maioria dos profissionais,
o texto do CV deve vir em fontes clássicas como Times New Roman e Arial, em
tamanho legível e na cor preta. Usar negrito, itálico ou sublinhado também é permitido.
“Para cores, no máximo uma, e de preferência
sóbria, como cinza ou azul”, explica Karpat, da Gábor RH. A exceção existe para
designers e outros profissionais ligados a criação e arte.
9. Derrapar na versão
em inglês do currículo
“CVs mal traduzidos deixam uma péssima
impressão no recrutador”, afirma Paulo Dias, da Mariaca. Segundo ele, usar
ferramentas como o Google Tradutor, por exemplo, transmite descaso ou falta de
domínio da língua estrangeira.
10. Ser evasivo e/ou
ambíguo
“Às vezes recebemos currículos que não
esclarecem o nível de experiência, o objetivo e nem sequer a área em que o
candidato pretende trabalhar”, conta Erica Isomura, do Vagas.
Por Claudia Gasparini
Fonte Exame.com