Estar empregado não
significa estar construindo a carreira. Especialistas explicam a diferença e
revelam sinais de que uma pessoa tem emprego, e só
“Grande parte das pessoas têm emprego, mas não
têm carreira”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela da
Matta. É que estar empregado não significa, necessariamente, estar na trilha de
uma trajetória de sucesso.
Segundo especialistas, a diferença entre ter
um emprego e estar construindo uma carreira é notável a partir de alguns sinais
na vida profissional.
EXAME.com perguntou a três deles quais
seriam estes indicativos. Confira os sinais de que o profissional está se
mantendo em um emprego mas está longe de pensar na sua carreira:
1 Você faz o que
deve ser feito, e só
Esta é definição dada pelo presidente da
Sociedade Brasileira de Coaching para emprego. Para Simone Leon, diretora da
Right Management, ter só emprego é ter uma ocupação que traz remuneração. E ,
ponto final. “Já a carreira predispõe movimentação, crescimento”, explica.
Estar estagnado na mesma função há um bom
tempo, não ter mudança de responsabilidades nem encarar novos desafios revelam
que o profissional está - como diz da Matta, - fazendo o que deve ser feito, e
só. E sem a menor perspectiva de ir além disso.
2 Aprendizado zero
“A diferença entre emprego e carreira está ligada
ao aprendizado. Quem está aprendendo está se desenvolvendo na carreira”, diz
Eline Kullock, especialista em geração Y e sócia da Stanton Chase Internacional.
Há quanto tempo você não aprende algo novo
na sua função ou sobre a sua empresa? “Às vezes o profissional está na mesma
função mas vai se tornando mais sênior, começa a ser chamado para reuniões,
recebe atribuições ligadas a tomada de decisão”, diz Simone.
Nesse caso há desenvolvimento de carreira. “Saber
pra onde a empresa está indo também é sinal que a pessoa está evoluindo na sua
carreira”, diz Eline.
3 Estar tão
absorvido por tarefas cotidianas a ponto de nunca inovar ou influenciar
A ausência de inovação também acende a luz
vermelha para a carreira. “O profissional não se empenha em fazer diferente,
dentro da função que exerce”, diz Simone.
Criar coisas novas, trazer algo de diferente
para a rotina do escritório, ter novas ideias e sugestões de como executá-las
indica a vontade de ir além do job description.
Afinal, trazer ou procurar novas práticas é uma
maneira de influenciar pessoas e se tornar uma referência. “Para assumir um
cargo de liderança, o profissional tem que já ter mostrado habilidade de influência”,
diz Simone.
4 Não ter um
objetivo definido (nem saber qual o próximo passo)
Falta de foco, falta de meta. Quem está em
um emprego, e não tem a visão de construção de uma carreira, não faz a mínima
ideia de qual é o seu próximo passo, de acordo com Vilella da Mata.
Quem não toma as rédeas da sua trajetória, não
planeja. Fica refém do que a empresa decide para a sua vida profissional.
É claro que o plano de carreira não é algo
estanque. “Não é por estar trabalhando com algo diferente do que se imaginou no
início que a pessoa fracassou”, lembra Eline.
Mas é essencial, mesmo que vá ajustando e
refazendo, ter um esboço do que quer da sua vida profissional nos próximos anos.
“Se a pessoa não sabe nem a direção a ser
seguida, não consegue avaliar as oportunidades de acordo com a aderência ao que
estabeleceu como próximo passo”, diz Simone Leon, da Right Management.
5 Não acreditar que
pode atingir seus objetivos
A falta de fé em si mesmo barra o
desenvolvimento de qualquer carreira, segundo o presidente da Sociedade
Brasileira de Coaching.
“As pessoas até sonham em chegar ao topo,
mas, com frequência, não acreditam ser capazes de conseguir”, diz. Aqui fica
explícita a distinção entre sonhar com uma posição e se planejar chegar ao seu
objetivo.
6 Não desenvolver
competências que o levem a um objetivo
Se o movimento é o principal divisor de águas
entre emprego e carreira, a pessoa que cria condições propícias para a sua
evolução demonstra que está atenta a sua trajetória profissional como um todo.
Desenvolver as competências necessárias para
dar o próximo passo é fundamental nesse processo de cuidado com a carreira,
segundo Villela da Mata.
“O profissional deve perceber o que será necessário
saber lá na frente”, diz Simone. Hoje pode não fazer diferença, mas uma
movimentação lateral que permita experiência na área comercial, por exemplo,
pode contar pontos na hora de assumir um cargo de gestão.
Por Camila Pati
Fonte Exame.com