As
anuidades dos cartões de crédito variam muito de uma instituição financeira
para outra e, até mesmo, de um cliente para outro. Dependendo do caso, o
consumidor pode ser isento da tarifa, que chega a R$ 300, segundo o Banco
Central.
Os
reajustes nas anuidades são de até 937% de um ano para o outro, como mostrou um
levantamento feito pelo “Correio Braziliense”, e muitos clientes que antes eram
isentos ficam surpresos quando percebem a cobrança em suas faturas. Apesar das
elevações parecerem abusivas, nenhum órgão regula a tarifa, que é determinada
livremente pelas instituições.
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Lamentavelmente, a lei não prevê uma taxa máxima — explica Vinícius Leal,
assessor jurídico do Procon RJ.
Mesmo
com essa autonomia, os bancos precisam avisar seus clientes sobre mudanças nos
valores:
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Qualquer alteração de cobrança deve ser comunicada previamente ao consumidor,
por correspondência — destaca o subsecretário municipal de Defesa do
Consumidor, Fábio Ferreira.
Para
tentar uma redução e até a isenção do valor, Maria Inês Dolci, coordenadora da
Proteste — Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, lembra que o cliente
precisa ver quais serviços e benefícios, como cobertura internacional e
programa de fidelidade, compõem essa tarifa anual:
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Muitas vezes, a pessoa paga uma anuidade cara sem nem saber o que está
incluído. Um cartão internacional costuma ser mais caro, e algumas pessoas o
possuem sem viajarem para o exterior. O cancelamento de benefícios que não são
usados pode baratear a anuidade.
Especialistas explicam como chegar a um acordo
O
economista e professor do Ibmec Gilberto Braga esclarece que cliente
insatisfeito com a anuidade deve entrar em contato com a operadora para
barganhar:
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O histórico do cliente, como tempo e relacionamento com a empresa, pesa nessa
negociação. Dificilmente ele não vai conseguir, pelo menos, um desconto.
Se
o cartão é vinculado à conta no banco, o caminho é conversar com o gerente.
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Você pode alegar que possui outros serviços no banco, como cheque especial e
investimentos. Essa cesta de serviços pode resultar em um desconto na anuidade.
O
educador financeiro Reinaldo Domingos lembra que o cliente deve ter paciência
para mostrar aos funcionários que não tem como arcar com a despesa.
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A ameaça de cancelar o cartão só deve ser usada em último caso e se o cliente
pretende cumpri-la de fato.
Segundo
os especialistas, para conseguir os melhores preços e benefícios é preciso
pesquisar. No site do Banco Central (www.bcb.gov.br),
há uma tabela com as tarifas das instituições, entre elas, a anuidade. A
comparação também pode ser feita pelos sites dos próprios bancos e pela página
www.tarifasdocartao.org.br, da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de
Crédito e Serviços (Abecs).
Usando o cartão
Cautela
O
assessor jurídico do Procon RJ , Vinícius Leal, lembra os cuidados necessários
na hora de usar cartão: “O consumidor não pode achar que é o crédito é uma
complementação da renda. É preciso usar com prudência, comprometendo, no
máximo, 30% da sua renda"
Controle
O
educador financeiro Reinaldo Domingos ressalta outra precaução: “Se a pessoa
tem um ganho mensal, deve ter apenas um cartão. Vários cartões significam
muitas anuidade, e a administração das faturas fica mais difícil”.
Organização
O
subsecretario municipal de Defesa do Consumidor, Fábio Ferreira, destaca uma
regra sobre a quitação das dívidas: “É importantíssimo se organizar para pagar
o valor total da fatura, pois, sobre o valor mínimo, incidem juros altíssimos a
cada mês".
Por
Marcela Sorosini
Fonte
Extra – O Globo Online