sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

CONSUMO SUSTENTÁVEL - EM CINCO ANOS, METADE DOS COMPUTADORES APRESENTARÁ ALGUM DEFEITO

Idec e Market Analysis realizam pesquisa inédita sobre o desempenho e durabilidade de aparelhos eletroeletrônicos na visão do consumidor

Dentre os dez produtos analisados, computadores e celulares são os que apresentam a maior frequência de problemas de funcionamento. E, em média, os consumidores esperam uma vida útil de 2 a 3 anos a mais do que de fato os aparelhos apresentam.
 Pesquisa sobre ciclo de vida de aparelhos eletrônicos realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e pelo Instituto de Pesquisa Market Analysis demonstra que a satisfação sobre o desempenho e durabilidade dos produtos eletroeletrônicos é menor com relação aos celulares, que também está, junto com o computador, entre os aparelhos que têm maior frequência de problemas de funcionamento.

Apresentaram defeito ao menos uma vez, num tempo médio de uso:


Combinando o tempo de posse dos aparelhos com o número de problemas relatados neste período, o resultado é que, em média, a cada cinco anos, 51,6% de todos os computadores e 42,3% de todos os celulares do país apresentarão algum defeito. Este dado objetiva a obsolescência funcional programada, isto é, a durabilidade planejadamente reduzida dos aparelhos como indutor das vendas.  
Os dados corroboram as informações do Sindec – Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, que reúne os atendimentos de 279 Procons do país – dos últimos sete anos, período no qual ambos os produtos lideraram as reclamações.
Mesmo assim, 70% dos brasileiros dizem que estão satisfeitos com aparelhos eletroeletrônicos que possuem. A elevada satisfação com os aparelhos eletrônicos está relacionada à ocorrência de um problema de funcionamento com o aparelho. É mais comum encontrar consumidores satisfeitos enquanto esses não vivenciaram problemas com os aparelhos eletrônicos que possuem. Havendo um único problema com os aparelhos, a satisfação já apresenta queda.  
“Existe o que poderíamos qualificar como uma assimilação conformada do consumidor frente às estratégias da indústria e da propaganda, já que ele percebe “em abstrato” que os aparelhos deveriam durar mais, mas está satisfeito com a durabilidade e desempenho de seu aparelho”, considera João Paulo Amaral pesquisador do Idec.
“Os consumidores conciliam suas aspirações a um aparelho menos descartável com sua realidade de troca do mesmo ajustando suas expectativas de durabilidade e expressando uma satisfação com o aparelho que a troca parece desmentir”, comenta o diretor do Instituto de Pesquisa Market Analysis, Fabián Echegaray.
Os segmentos com menor renda disponível para o consumo descartável – os jovens e os de classe mais baixa - valorizam mais a durabilidade dos produtos e, portanto, expressam mais intensamente a sua frustração quando se defrontam com problemas de obsolescência funcional.

Expectativa de durabilidade pelo consumidor
A pesquisa também tem como objetivo identificar as expectativas do consumidor em relação à duração dos aparelhos, dado inédito até agora no Brasil. De forma geral, os consumidores esperam que os aparelhos tenham uma vida útil de 2 a 3 anos a mais do que de fato têm hoje.
Nos aparelhos celulares, por exemplo, a duração ideal é 77% maior do que a duração vivenciada (3 anos e 5,3 anos, respectivamente).


Combinando o tempo de posse dos aparelhos com o número de problemas relatados neste período, o resultado é que, em média, a cada cinco anos, 51,6% de todos os computadores e 42,3% de todos os celulares do país apresentarão algum defeito. Este dado objetiva a obsolescência funcional programada, isto é, a durabilidade planejadamente reduzida dos aparelhos como indutor das vendas.  
Os dados corroboram as informações do Sindec – Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, que reúne os atendimentos de 279 Procons do país – dos últimos sete anos, período no qual ambos os produtos lideraram as reclamações.
Mesmo assim, 70% dos brasileiros dizem que estão satisfeitos com aparelhos eletroeletrônicos que possuem. A elevada satisfação com os aparelhos eletrônicos está relacionada à ocorrência de um problema de funcionamento com o aparelho. É mais comum encontrar consumidores satisfeitos enquanto esses não vivenciaram problemas com os aparelhos eletrônicos que possuem. Havendo um único problema com os aparelhos, a satisfação já apresenta queda.  
“Existe o que poderíamos qualificar como uma assimilação conformada do consumidor frente às estratégias da indústria e da propaganda, já que ele percebe “em abstrato” que os aparelhos deveriam durar mais, mas está satisfeito com a durabilidade e desempenho de seu aparelho”, considera João Paulo Amaral pesquisador do Idec.
“Os consumidores conciliam suas aspirações a um aparelho menos descartável com sua realidade de troca do mesmo ajustando suas expectativas de durabilidade e expressando uma satisfação com o aparelho que a troca parece desmentir”, comenta o diretor do Instituto de Pesquisa Market Analysis, Fabián Echegaray.
Os segmentos com menor renda disponível para o consumo descartável – os jovens e os de classe mais baixa - valorizam mais a durabilidade dos produtos e, portanto, expressam mais intensamente a sua frustração quando se defrontam com problemas de obsolescência funcional.

Expectativa de durabilidade pelo consumidor
A pesquisa também tem como objetivo identificar as expectativas do consumidor em relação à duração dos aparelhos, dado inédito até agora no Brasil. De forma geral, os consumidores esperam que os aparelhos tenham uma vida útil de 2 a 3 anos a mais do que de fato têm hoje.
Nos aparelhos celulares, por exemplo, a duração ideal é 77% maior do que a duração vivenciada (3 anos e 5,3 anos, respectivamente).


A durabilidade como influência na decisão de compra do consumidor
A durabilidade é considerada um fator muito importante (78%) ou parcialmente importante (7%) no momento de compra por uma grande maioria de consumidores. É pequena a fatia (8%) dos que afirmam que não têm a preocupação com a durabilidade entre os fatores de escolha.

Preocupação com a durabilidade na hora da compra:


É na Região Sul que a durabilidade é mais valorizada (95% dos entrevistados), e 99% dos consumidores de maior poder aquisitivo afirmam dar importância a esse aspecto.  
Quando comparada a outros fatores como, por exemplo, o fato de ser o último modelo lançado, o design mais moderno e a diversidade de funções do aparelho, a durabilidade permanece como atributo mais importante de um produto eletrônico. Os perfis que mantêm mais fortemente a posição de preferência à durabilidade, mesmo diante de outros fatores, passam a ser as mulheres e os consumidores mais pobres e menos escolarizados. 


Fontes que o consumidor consulta para informações sobre durabilidade
O acesso a fontes de informação sobre a durabilidade dos produtos varia de acordo com a escolaridade, renda e idade dos consumidores, sendo que as fontes impessoais (internet, sites de fabricantes) são mais buscadas por jovens, homens, pessoas com alta escolaridade e renda mais elevada, enquanto que os mais pobres e menos instruídos tendem a recorrer aos vendedores.
  

“O dado surpreende porque, por razões óbvias, o vendedor não deveria ser considerada uma fonte isenta para esta informação. De toda forma, é interessante ver como sites e fóruns especializados no assunto também são fontes relevantes aos consumidores", avalia João Paulo.

Como foi feita a pesquisa
Foram entrevistados, por telefone, 806 homens e mulheres, de 18 a 69 anos, de diferentes classes sociais das seguintes cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). O número de entrevistados em cada capital foi proporcional à população de cada capital. O levantamento foi feito entre agosto e outubro de 2013. A margem de erro é de 3,5% para mais ou para menos.

Fonte Idec