Consumir somente o que você realmente precisa e pode
pagar traz benefícios para o bolso e para seu bem-estar
Algumas medidas simples podem contribuir na qualidade
da relação com o dinheiro
A
vida hoje é mais corrida e estressante do que no tempo de nossos avós. E grande
parte de toda essa tensão tem origem na competitividade e no consumismo
desenfreado: para ser feliz, parece que é preciso ter o último modelo de
celular, o melhor carro na garagem do prédio e ser o mais bem-vestido do
escritório. Que tal rever seus parâmetros para fazer o dinheiro sobrar?
Acredite: atitudes simples podem ajudá-lo a relaxar e ainda a equilibrar o
orçamento.
Viva de acordo com seus recursos
Mesmo
sendo tão básica, essa noção anda fora de moda e muita gente não consegue
entendê-la. Significa comprar apenas o que você pode pagar, evitando dívidas.
Na maioria dos casos é preciso juntar a quantia necessária antes de adquirir
alguma coisa. Assim, dá para ganhar um período para refletir se realmente quer
ou precisa daquilo. Adeus à cobrança de juros, ao estresse para pagar o cartão
de crédito no fim do mês e ao consumo por impulso.
Faça uma lista dos desejos
Todos
nós temos algum sonho de consumo, seja uma televisão nova, seja uma viagem
especial. Antes de sacar o cartão de crédito no primeiro impulso, escreva seus
desejos numa lista. No dia do pagamento, tire a lista da gaveta. Esse exercício
ajuda a ser mais disciplinado ao longo do mês, a poupar para realizar uma
vontade e a seguir a primeira regra: a de viver de acordo com seus recursos.
Aproveite os momentos
Desfrutar
as pequenas alegrias da vida é essencial para nos sentirmos bem. Atualmente, a
correria nas grandes cidades faz com que as pessoas passem cada vez mais tempo
no trabalho e, frequentemente, queiram compensar, com o consumo, a falta de
prazer e o pouco contato com a família e os amigos. Para melhorar a qualidade
de vida, é preciso mudar o comportamento.
O
dinheiro é fruto de seu trabalho e, portanto, de seu tempo. Ao usá-lo para
consumir em excesso você aplica mal seu tempo e não tem resposta à falta de
autoconhecimento e de contato com pessoas queridas.
Em
vez de se presentear com roupas ou com o último modelo de celular, experimente
valorizar cada momento em que está fazendo coisas de que gosta e junto de
pessoas que são importantes: conversar sem pressa com os colegas no almoço,
dirigir para o trabalho ouvindo sua música preferida, preparar o jantar e até
mesmo gastar tempo em um ritual só seu antes de dormir.
Anote seus gastos
A
maioria de nós não sabe exatamente como usa o dinheiro. Durante um ou dois
meses, anote numa planilha absolutamente tudo o que gastar, do aluguel e
mensalidade da pós-graduação à conta do pet shop e aquele cafezinho.
Denise
Hills, responsável pelo programa Uso Consciente do Dinheiro, do Itaú-Unibanco,
lembra que as pessoas trabalham em média 40 horas por semana para ter um
retorno financeiro, mas nem todas dedicam parte de seu tempo para organizar o
orçamento. Com a planilha de gastos, você vai perceber como as pequenas compras
são responsáveis por boa parte de suas despesas e enxergar em que é possível
economizar — sem sofrimento.
Longe dos shoppings
A
melhor maneira de não gastar o que você não pode é manter-se longe dos
shoppings. É claro que, se você realmente precisar de algo específico, a visita
está justificada. Mas evite passear em frente às vitrines. Pergunte a si mesmo
se realmente precisa daquilo que vai adquirir, antes de sair abrindo a
carteira.
Tenha apenas um cartão
Escolha
um único cartão de crédito para emergências e cancele todos os outros. Além de
se livrar das anuidades, será mais fácil controlar as compras. Para quem tem
dificuldade em segurar o impulso, é bom lembrar que alguém terá de trabalhar
para sempre — ou você ou seu dinheiro.
Por
isso, procure investir da melhor maneira o resultado de seu trabalho. Se você
tiver alguma dívida, concentre esforços para quitá-la e, depois, invista as
economias numa aplicação para grandes compras, como um carro ou a reforma da
casa.
Use bem o carro
Não
é à toa que a garantia de fábrica do automóvel só é mantida se você fizer todas
as revisões. Independentemente da idade do carro, faça manutenção regular das
peças, troque óleos e filtros nas datas certas.
Esse
hábito simples melhora sua vida, diminuindo o estresse e a ansiedade de ter um
veículo que pode dar problema a qualquer instante. Avalie bem se um segundo
carro é mesmo necessário. Automóveis têm alto custo de manutenção, incluindo
impostos, seguro, combustível e estacionamento.
Vá para a rua
Ir
de carro a praticamente todos os lugares é tão comum atualmente que muita gente
nem cogita a possibilidade de caminhar — até levar um susto e ganhar a
recomendação do cardiologista. Não espere seu corpo reclamar: faça as
atividades do dia a dia em seu bairro a pé. Saiba que viagens curtas, com o
motor do carro ainda frio, são as principais responsáveis por desgastes e maior
consumo de combustível.
Invista na carreira
Faça
o que estiver ao seu alcance para aumentar seu valor profissional. Se ainda não
for possível inscrever-se numa pós-graduação, procure cursos de curta duração
que tenham relação direta com o trabalho e invista em aprender um idioma.
Não
deixe o discurso negativo da rádio-peão desanimar você: as boas empresas
investem na retenção de quem cuida do autodesenvolvimento, entrega resultados e
demonstra que está pronto para mais desafios.
Escolha o bairro certo
Os
valores de imóveis dentro da mesma cidade variam muito. Se o aluguel ou a
prestação do financiamento está alto demais para seu orçamento, considere
mudar-se para outro bairro mais barato, levando em conta também a proximidade
com o trabalho e com meios de transporte público. Se o seu sonho é a casa
própria, a regra de contrair a menor dívida possível continua valendo. O ideal
é juntar reservas que permitam realizar os sonhos junto com o crédito.
Por
Fernanda Tambelini
Fonte
Idec