Confira 4 cenários que podem explicar o fato de seu
nome estar na lista de demissões e as dicas dos especialistas sobre o que fazer
em cada um deles
Primeiro passo é saber por que o seu nome está lista
de próximos demitidos
Conversas
de corredor, percepção de isolamento, expressão de decepção estampada no rosto
do chefe por conta de resultados não entregues e sinais de que a empresa não
vai bem podem indicar que o seu nome é o próximo na lista de demissões.
Quando
a sensação que o emprego está por um fio aparece, no entanto, uma coisa é certa:
o frio na barriga é inevitável só de pensar em precisar erguer a cabeça e
voltar ao mercado de trabalho.
Mas,
de acordo com especialistas, algumas atitudes devem ser tomadas assim que você
percebe que algo não vai bem durante o expediente. “O primeiro ponto é tentar
entender se isso é real mesmo, se não é um fantasma por conta de já ter vivido
isso ou ter visto outras pessoas viverem”, diz Marcelo Braga, sócio da
consultoria Search.
Partindo
do pressuposto de que a demissão se aproxima, confira 4 diferentes cenários que
se apresentam e as dicas de especialistas:
Cenário 1 Decisão tomada sem possibilidade de reversão
Se
for uma questão de tempo até o encerramento do contrato de trabalho, qualquer
esforço em tentar mudar este cenário para continuar na empresa é inútil,
segundo Braga. “Dificilmente é possível reverter, nesses casos”, afirma o sócio
da Search.
Esqueça
a ideia de pedir ajuda a colegas com maior poder de influência mas use o tempo
que lhe resta na empresa para mudar qualquer imagem negativa a seu respeito. É
hora de pensar no futuro, aconselha Braga.
“Crie
parcerias para mais pra frente não ter problema se forem pedidas referências
suas naquela empresa”, aconselha o especialista. Converse com colegas.
Investigue o que levou o seu chefe a tomar a decisão e invista na melhoria de
competências e habilidades para não enfrentar os mesmos problemas no próximo emprego.
Cenário 2 Você errou mas enxerga espaço para virar o
jogo
Cogitaram
seu nome durante uma reunião de cortes, mas não foi tomada nenhuma decisão e
você tem espaço para brigar e mudar este cenário. É hora de promover uma
reflexão interna e descobrir o que fez com que seu nome fosse associado a
possíveis cortes.
“O
profissional deve tentar entender o que está errado, se é uma questão técnica,
de negócio, ou se é comportamental”, diz Braga. Caso você não queira ou não
haja a possibilidade de ser remanejado, o caminho é entender o que está errado
e melhorar. Converse com colegas e veja se há a possibilidade de perguntar ao
chefe os pontos em que ele considera que você não está indo bem.
Se
o problema é comportamental, empreenda uma mudança rápida de padrão. “Mas não é
só uma questão de mudar, é preciso também fazer os outros verem que ele mudou”,
lembra Braga. “A mudança de atitude tem que começar do bom dia, e a pessoa
precisar ir trabalhando no desenvolvimento das competências que lhe faltam”,
diz o especialista.
Na
opinião da coach e palestrante Márcia Luz, para mudar este quadro vá além. “É
mostrar o seu melhor, se comprometer além do solicitado, é oferecer mais”,
indica. Ela ressalta que quem está em busca de crescimento profissional deve
mostrar o que tem a oferecer antes. “Assim é possível criar boas
oportunidades”, explica.
De
acordo com ela, ao mostrar o seu talento, tendo isso como causa pessoal, é
possível transformar o cenário. “A ponto de não quererem mais perder aquele
profissional”, diz.
Cenário 3 É a
empresa que está por um fio
Se
o problema não está relacionado especificamente a sua atuação profissional, é a
empresa que vai mal, o melhor é encarar o mercado e ficar atento às
oportunidades profissionais.
“Isso
às vezes acontece, mas não é da noite para o dia”, diz Márcia. Prepare-se.
Atualize seu currículo, convoque sua rede de contatos e fisgue recrutadores.
Quais os prontos necessários para aumentar a sua empregabilidade? “O
profissional não pode parar no tempo, tem que estar sempre fazendo coisas
novas”, lembra Márcia.
Invista
em você e na sua carreira assim mesmo que a empresa se recupere você ainda terá
a chance de escolher o que quer fazer, se continua ou aposta em novos caminhos.
Cenário 4 É perseguição do chefe
Gritos,
ameaças e isolamento fazem parte do seu cotidiano? “Desapegar é o melhor
caminho”, recomenda Márcia. Sendo uma questão de assédio moral, a melhor opção
é buscar novos ares, de acordo com a especialista.
E
ela fala com conhecimento de causa. Funcionária concursada na Caixa Econômica
Federal, Márcia e toda a equipe enfrentaram marcação pesada do chefe. “Ele era
grosseiro, perseguia toda a equipe”, lembra.
Com
este cenário, Márcia decidiu de sair de da zona de conforto e apostar na sua
empresa de treinamento, que já sinalizava para o crescimento. “Tive que tomar
esta decisão e foi o melhor que eu pude fazer”, diz ela, que hoje ganha trinta
vezes mais do que na época em que trabalhava na Caixa.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com