Confira um roteiro do que você deve começar a fazer
desde já para retormar a trajetória profissional certa, de acordo com dois
especialistas consultados
No
início de carreira é comum pensar que, aos 35 anos, estaremos no auge ou bem
perto dele. Mas escolhas erradas e solavancos podem atrasar a trajetória rumo
ao topo ou mesmo fazer você se desviar no caminho.
O
resultado é que você pode chegar nesta idade e sentir-se sem rumo ou ainda ser
invadido pela estranha sensação de não se encaixar na posição que ocupa
atualmente. E então, encarar o expediente passa a ser mais penoso com o passar
do tempo e, só de ouvir o despertador ao raiar de mais uma segunda-feira você
sente um terrível frio na barriga.
Para
quem está nesta situação e procura uma luz no fim do túnel, alguns pontos de
reflexão e certas atitudes são indicadas por especialistas. Confira um roteiro
do que você deve começar a fazer desde já:
1 Analise o que deve mudar: profissão, carreira ou o
foco dela
O
momento é de reflexão, diz Caio Tucunduva, diretor da Fesa. “É preciso que o
profissional faça uma análise em relação ao que ele quer mudar”, diz o
especialista.Se você deseja continuar na mesma profissão pode apostar em uma
nova carreira e ampliar seu escopo de atuação.
Outra
possibilidade é ajustar o foco da sua carreira. “Atuar dentro do mesmo core
business, mas migrar da área técnica para de gestão”, explica o diretor da
Fesa. Geralmente ao se formar, o profissional inicia carreira com uma atuação
mais técnica, estando ainda “cru” em termos de gestão. “Com o tempo a tendência
é esse quadro ir se invertendo”, diz Tucunduva.
Você
pode descobrir que o fato não ter ultrapassado o patamar técnico é a raiz do
problema. A mudança mais radical dentre as apresentadas é a de profissão, e
pressupõe que você dê um passo atrás para avançar mais pra frente.
2 Pontos fortes
e aspectos que precisam ser desenvolvidos
Seja
qual for a conclusão, você deverá ter em mente seus pontos fortes e fracos,
antes de iniciar a movimentação. “É identificar as competências que terão que
ser desenvolvidas para essa nova carreira, por exemplo”, diz Tucunduva.
Por
exemplo, se o objetivo é chegar a uma posição de gestão, será preciso investir
em habilidades de liderança, foco em resultado e trabalho em equipe. Se a
transição é de carreira ou de profissão, verifique a demanda da nova posição e
reflita a respeito do que você já sabe e o que precisa estudar.
3 Pense nos seus reais objetivos e prioridades
Qual
é a lógica que sustenta a sua carreira? “A gente costuma fazer essa provocação
para a pessoa pensar em interesses e propósitos e estimular que ela tenha
consciência do seu repertório e imaginar em quais outras circunstâncias ela
poderia aplicar essas competências”, diz Fernando Mazzuli, gerente de inovação
e qualidade do LAB SSJ.
Revisitar
sua bagagem profissional, ou seja, lembrar-se das principais entregas de
resultado, vai ajudá-lo a definir o caminho. Não se esqueça de que saber aonde
você quer chegar é o ponto de partida de um plano de carreira.
“Muitas
vezes a pessoa é levada por escolhas que os outros fizeram por elas, foi
recebendo recebeu propostas de emprego e se distanciou daquilo que ela
valoriza”, diz Mazzuli. Para quem está com 35 anos e está em dúvida em relação
ao rumo da carreira, ter consciência das escolhas é fundamental, segundo o
gerente de inovação e qualidade do LAB SSJ.
4 Defina metas e prazos e analise o mercado
“Quando
os objetivos e prioridades são identificados, o profissional vai saber o que
ele precisa fazer para migrar e não perder o foco”, diz Tucunduva.
A
partir daí é hora de definir metas e prazos. “É preciso ser realista”, lembra o
diretor da Fesa. Dependendo da mudança o prazo pode ser maior ou menor.
Se
a direção é oposta, ou seja, você vai mudar de profissão, provavelmente,
precisará de mais tempo, do que se se o objetivo é sair do patamar técnico para
o de gestão, mudar de empresa ou de escopo de atuação.
Não
é mercado que vai ditar a mudança, mas se fazer uma análise da demanda
existente é recomendável, de acordo com Mazzuli. “Para trazer mais luz a pessoa
deve pensar na escolha com uma visão de longo prazo e verificar as áreas mais
promissoras para dar mais tranquilidade”, diz o especialista.
5 Estude o impacto
da mudança
Toda
e qualquer transição causa um impacto. Por isso é melhor se antecipar a ele e
para não ser pego de surpresa. De acordo com o diretor da Fesa, três pilares
merecem atenção: social, financeiro e familiar.
Afinal,
uma transição de profissão e carreira pode, no início, resultar em perda
temporária de prestígio e também de remuneração. É claro que isso não ocorre se
a meta é migrar da área técnica para de gestão dentro no mesmo ramo de atuação.
Seguir
esse roteiro funciona seja qual for a transição pretendida garante o diretor da
Fesa. Foi esse também o caminho percorrido por ele próprio a promover uma
transição de carreira em sua vida profissional. “Recomendo esses pontos porque
fiz essa mudança”, diz ele.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com