É
PRECISO ESTAR ATENTO NA HORA DE PREENCHER OS FORMULÁRIOS PARA TIRAR
O VISTO AMERICANO
O
que países fascinantes como Estados Unidos, Austrália e Japão têm
em comum? Todos eles pedem visto de turismo para brasileiros que
queiram visitá-los.
Tirar
este documento de viagem pode ser, muitas vezes, um processo chato e
demorado: trata-se de uma pequena via-crúcis na qual o viajante
precisa reunir documentos pessoais, preencher formulários e, no caso
dos Estados Unidos, ir até um consulado para, depois de enfrentar
filas, se submeter a uma entrevista com um funcionário do governo
americano.
Mas
há maneiras que podem facilitar esta travessia burocrática (e
diminuir as chances de, no final de tudo, você ter seu pedido
negado). Abaixo, veja atitudes e estratégias que podem ajudar a
conseguir o visto de turismo para países que não oferecem uma
entrada tão fácil para brasileiros, como os três citados acima.
ATENÇÃO
AOS FORMULÁRIOS
Ao
tentar tirar o visto de turismo para nações como Estados Unidos,
Austrália e Japão, o brasileiro tem que preencher uma série de
formulários com dados de sua vida pessoal e profissional. Não
encare esta obrigação apenas como um capricho dos serviços
consulares destes países: o que você escrever ali será fundamental
para determinar se seu pedido de visto será aceito ou não.
E,
por isso mesmo, você deve prestar o máximo de atenção para
preencher tudo corretamente (e falando a verdade, sempre). "Os
funcionários consulares sempre vão buscar inconsistências nestes
formulários", diz Gustavo Kanashiro, gerente da Fragomen
Brasil, empresa especialista em assessorar viajantes a tirar vistos.
"Qualquer tipo de discrepância vai gerar questionamentos".
Kanashiro
fala que, no caso dos Estados Unidos, o turista deve responder se já
teve, alguma vez, um pedido de visto para os EUA negado. "Se a
pessoa já tiver sido negada e não informar isso, enfrentará
grandes problemas. Eles têm como saber se a pessoa já teve uma
solicitação por visto recusada. Mentir provavelmente irá gerar
outra recusa".
Mas
há que se atentar, também, a detalhes menores. Kanashiro conta que,
certa vez, uma brasileira quase não consegue um visto americano pois
se equivocou ao informar o endereço em que iria se hospedar nos
Estados Unidos. E um brasileiro teve problemas para tirar o visto
japonês pois errou ao escrever sua data de nascimento no formulário
do visto japonês.
Se
você pretende ficar na casa de um amigo em locais como Estados
Unidos e Japão, leve, na hora da entrevista, uma carta convite desta
pessoa e algum documento que comprove que ela vive legalmente no
país.
COMPROVE
VÍNCULOS COM O BRASIL
Uma
das missões das pessoas responsáveis por emitir vistos de turismo
de lugares como Estados Unidos é ter certeza de que o brasileiro não
tem a intenção de ficar morando ilegalmente em seus países.
Por
isso, na hora de pedir um visto para estas nações, é fundamental
reunir o máximo possível de documentos que comprovem vínculos do
viajante com o Brasil. Ou seja: você tem que mostrar que tem motivos
para voltar para o Brasil após sua viagem.
Ter
imóveis em seu nome, carteira assinada de trabalho e até matrícula
de faculdade ajudam neste processo.
E
se você for uma pessoa completamente sem posses e emprego fixo? "No
caso do visto dos Estados Unidos e do Japão, que exigem a ida da
pessoa ao consulado, vai depender muito da entrevista que o
requerente fizer com o agente consular", avalia Kanashiro. "Será
preciso ter argumentos sólidos para provar que a intenção é fazer
apenas uma viagem de turismo e, quando a jornada acabar, haverá o
retorno ao Brasil".
Kanashiro
também aproveita para dar uma dica: "encare uma ida a um
consulado, para fazer uma entrevista de visto, como uma ida a uma
reunião. Não é preciso se vestir de maneira chique, tentando
mostrar algo que você não é. Mas é bom se trajar e se comportar
com sobriedade. Responda apenas o que o agente perguntar e sempre
fale a verdade. É uma excelente oportunidade para mostrar que você
está bem intencionado".
JÁ
FOI NEGADO? TENTE OUTRA VEZ
Se
você tiver sua solicitação de visto de turismo negada, não pense
que é o fim do mundo. Se o motivo da recusa não houver sido por uma
razão extremamente grave, nada impede que você tenha chances de
conseguir o visto se tentar de novo.
Mas,
logicamente, é preciso analisar as razões que levaram à primeira
negação. Se, por exemplo, seu pedido foi recusado porque você não
conseguiu provar ter vínculos suficientes com o Brasil, é
aconselhável alcançar mais de estabilidade financeira ou
empregatícia antes de requerer um novo visto. Como falado
anteriormente, ter um trabalho com carteira assinada pode ajudar
muito para ganhar um "sim" dos serviços consulares de
países do mundo que pedem visto para brasileiros.
Ter
uma conta bancária cheia também: seja na primeira ou segunda vez em
que você estiver requerendo o visto, diversos serviços consulares
podem pedir para ver o extrato de seu banco. É importante estar com
recursos consideráveis na conta.
NÃO
É DIREITO ADQUIRIDO
É
importante, porém, lembrar de um detalhe fundamental: ter recebido o
visto de turismo não é garantia que você terá sua entrada
permitida na hora em que chegar a aeroportos de lugares como
Austrália, Canadá, EUA e Japão.
"O
visto não é um direito adquirido de entrada nestes países, mas uma
expectativa de direito", diz Kanashiro.
Após
desembarcar em locais como EUA, Canadá e Austrália, é comum que os
viajantes ainda tenham que responder a perguntas do agente de
imigração: quanto tempo pretende ficar no país? Onde vai se
hospedar? Quanto dinheiro você está trazendo?
Aqui,
a atitude tem que ser parecida com a do momento de preencher os
formulários e da entrevista nos consulados: sempre falar a verdade e
da maneira mais clara possível. E se esforçar para ter todas as
respostas na ponta da língua.
Cair
em contradição na hora desta interação com o agente imigratório
pode fazer com que o turista seja submetido a verdadeiros
interrogatórios (às vezes, na temida salinha do aeroporto) e, mesmo
com o visto no passaporte, o viajante pode ser mandado de volta para
casa.
E
saiba que você pode ser abordado mesmo depois de ter passado pela
imigração. Certa vez, em um aeroporto dos EUA, presenciei uma
família de brasileiros ser tirada da fila das esteiras de bagagens e
levada para a sala de interrogatórios. O motivo: agentes viram que a
enorme quantidade de bagagens que eles estavam carregando não era
condizente com a quantidade de dias que eles informaram que iriam
ficar no país. Um indício de que eles poderiam estar se mudando
definitivamente para os EUA.
NÃO
QUER TIRAR VISTO? HÁ PAÍSES QUE NÃO PEDEM ISSO PARA BRASILEIROS
Se,
após ler tudo isso, você decidir que não está a fim de enfrentar
burocracia para ir para os Estados Unidos ou Austrália, saiba que há
diversos países que não pedem visto de turismo para brasileiros.
A
Europa, por exemplo, é uma das regiões que menos pedem visto para
viajantes do Brasil: mais de 40 países do velho continente não
fazem esta exigência.
A
América do Sul, a área do Caribe e a América Central são outros
lugares cheios de países que não exigem visto de turismo de
brasileiros.
Porém,
a ausência da exigência do visto não quer dizer que o ingresso no
país será fácil. Nações como Alemanha, Espanha e Itália (na
foto acima), por exemplo, não pedem visto para brasileiros, mas
podem exigir passagem de retorno ao Brasil e comprovantes de recursos
financeiros para autorizar o ingresso em seus territórios. Se falhar
em cumprir as exigências do oficial de imigração, o viajante pode
ser mandado de volta para casa.
Por
Marcel Vincenti
Fonte
UOL