Sua preparação não está rendendo? Especialistas em
concursos públicos dizem quais são os principais sabotadores do sucesso de um
candidato
O
segredo para passar em um concurso público não é estar “iluminado” ou ter um
clarão de genialidade na hora da prova. O caminho para a aprovação começa muito
antes desse momento: consiste em meses ou até anos de preparação direcionada e
eficiente.
O
desafio é imenso, porque a produtividade dos estudos depende de inúmeros
fatores, tanto internos quanto externos. Para Vanessa Pancioni, gerente
acadêmica da escola preparatória para concursos LFG, as variáveis internas —
elementos subjetivos, como motivação e persistência — são as mais decisivas
para o sucesso.
“É
muito difícil ter um bom rendimento se você não consegue alinhar as suas
atitudes cotidianas ao objetivo maior de ser aprovado”, diz ela. Mais do que
ruídos ou interrupções, o que realmente tira a concentração dos seus estudos é
não estar realmente convicto da sua capacidade de conquistar a vaga. O
consequência é a autossabotagem.
A
melhor saída é abandonar o pessimismo ou o otimismo exagerados, e desenvolver a
sua inteligência emocional para lidar com o desafio de forma simplesmente
realista.
Dito
isso, é evidente que certas questões externas também podem comprometer
gravemente a qualidade da preparação. Segundo Marco Antônio Araújo Júnior,
diretor-executivo da Damásio Educacional, o ambiente de estudos é um dos
“detalhes” mais importantes.
“O
local precisa ser limpo, arejado, silencioso, sem odores, bem iluminado e
confortável”, diz ele. Dificilmente você conseguirá reunir todas essas
características numa sala de estar ou no quarto, então o ideal é estudar fora
da sua casa.
Bibliotecas
e escolas são espaços mais adequados para essa finalidade, na visão de Araújo,
porque agregam outras pessoas que estão ali para estudar — haverá um clima de
seriedade e introspecção pairando no ar, o que facilita a concentração.
Nenhum
vilão, porém, é tão poderoso quanto as redes sociais. Durante o estudo, muita
gente não resiste à tentação de checar mensagens instantâneas no celular,
assistir a um vídeo divertido ou ler um pequeno texto no Facebook.
Pode
parecer só um “respiro” inocente, mas a interrupção custa caro para o seu
rendimento. Após uma quebra de atenção, o cérebro demora cerca de 23 minutos
para retornar plenamente a uma tarefa, diz Gloria Mark, especialista em
comportamento ouvida pelo jornal “The Wall Street Journal”.
A
única saída, segundo Araújo, é desligar o celular ou deixá-lo no modo avião, e
ficar longe de computadores ou laptops com acesso à internet. Não quer dizer
que você precise se desconectar totalmente do mundo por horas e horas — nos
dias atuais, isso virou uma façanha quase irrealizável.
O
segredo está em delimitar horários específicos para acessar as redes sociais.
Se você vai estudar durante quatro horas, por exemplo, faça pausas de 15
minutos a cada hora. Durante esse intervalo, estique as pernas, vá ao banheiro,
beba água e aproveite para checar tudo o que aconteceu na internet enquanto
você estava offline.
Você tem um plano?
Outra
atitude improdutiva é estudar a esmo, sem objetivo ou plano definido. “O
primeiro passo é definir que linha de concurso você vai prestar, não ‘sair
estudando’ para provas aleatoriamente, que sequer abordam o mesmo conjunto de
disciplinas”, diz Pancioni.
O
correto é determinar um escopo para investir seu tempo e energia. Consultar
editais e provas anteriores é fundamental para traçar um plano eficaz e um cronograma
organizado por disciplinas.
De
acordo com Araújo, o ideal é estudar entre duas ou três matérias por dia,
intercaladas entre si. Se você se debruça por horas sobre um único tema, logo
ficará cansado e perderá o foco; se tenta cobrir quatro ou cinco assuntos
diferentes num só dia, não conseguirá se aprofundar em nenhum deles.
Para
evitar distrações e desperdício de tempo, também é importante saber qual é o
seu estilo de aprendizagem. “Algumas pessoas são muito visuais, outras têm mais
facilidade para reter conteúdos transmitidos por sons”, diz Pancioni. A dica é
testar várias metodologias para descobrir qual é a mais adequada para você.
Confira aqui 6 técnicas de estudo poderosas para concursos públicos.
Com
um bom plano de ação e métodos adequados, você perceberá que qualidade importa
mais do que quantidade. O número de páginas lidas ou de horas passadas na
companhia das apostilas não importa tanto assim. O sucesso da sua preparação se
mede pela efetiva retenção de informações — algo que você pode descobrir ao
fazer exercícios e simulados.
Alternar
leitura e resolução de exames anteriores, aliás, é um ótimo modo de arejar a
cabeça. É também uma das melhores formas de gravar o conhecimento e descobrir
os pontos da teoria que você ainda precisa repassar.
Especialistas
em concursos também recomendam fazer simulados com tempo cronometrado e, claro,
sem consulta. Quanto mais habituado você estiver à linguagem e ao estilo das
perguntas da banca examinadora, maiores serão as chances de se dar bem quando a
prova de verdade estiver na sua frente.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame.com