É
comum a gente ter uma percepção de qual é o nosso limite ao fazer determinada
coisa e achar que não é possível ir além. Afinal, somos pessoas comuns.
Acontece
que esse limite não é algo estabelecido necessariamente – nem prioritariamente
– pelo corpo. De modo geral, o ponto máximo é aquele que nossa mente acredita
ser o limite, não importando se está além ou aquém do corpo. Disso resulta um
descompasso quando precisamos atingir uma meta que exija envolvimento da pessoa
como um todo, com alto rendimento.
Falando
em concursos públicos, valendo também para provas de vestibular, muitas vezes
estamos, sim, comprometidos com o processo, e, conforme a data vai se
aproximando, sentimos que é preciso um arranque: o sprint final.
O
estudo para concurso é feito de longos períodos de empenho forte com picos de
arranque (após o edital), que duram em torno de dois meses. Em seguida, o
estudo retoma o ritmo de meio de maratona: firme e constante.
Não
cabe aqui a analogia com um projeto de curto prazo, ou com quem só estuda
depois que o edital é publicado até a data da prova. Essa situação teria uma
dinâmica diferente da que estamos comentando. Quero apenas lembrar que essa
estratégia não costuma ser suficiente para a aprovação num concurso realmente
difícil e concorrido. Ou seja, quase todos.
Voltando
aos projetos que exigem esforço continuado e por longos períodos, há gente que
lida bem com a regularidade, com o estudo de médio prazo. Mas quando a data
está poucos meses à frente e seria necessário intensificar a carga, dar o
máximo para atingir o melhor desempenho, algumas pessoas têm reação inversa:
conforme a prova se aproxima, esmorecem, cedem ao cansaço, perdem o ritmo. Por
que isso acontece?
Seria
preciso um exame do contexto de cada um, mas algumas possibilidades são
recorrentes:
1 – Soberba
Tem
gente que se acha tão capaz, que tem a certeza de que vai superar todo mundo,
mesmo com pouco esforço. Pode ser, mas, em concurso público, não conheço.
Somente
depois de algumas decepções a pessoa cai na real e percebe que algumas coisas
na vida dependem de muito empenho. Uma vaga no serviço público é uma delas.
2 – Medo
Para
algumas pessoas, manter a rotina de estudos por longos períodos não é um
problema. Mas colocar-se à prova pode trazer o risco do fracasso. E o medo de
não ser bem sucedido pode fazer com que a pessoa perca as forças antes da hora
e já perca a batalha porque não “vai com tudo”.
Isso
inclui a possibilidade de ficar doente. O corpo é um grande aliado nosso e
atende aos nossos comandos internos. Se você quer um bom motivo para não ser
posto à prova, literalmente, ele adoece para você ter uma bela e incontestável
justificativa.
3 – Baixa percepção a respeito de suas capacidades
Os
motivos podem ser diversos, encontrados na história de cada um. A gente,
simplesmente, não acredita que pode. Ou não acredita que pode mais. Então, faz
meia força, meio empenho porque acha que é o máximo que consegue.
Mas
a aprovação é para os melhores. Em algum momento, você precisa ser o melhor da
leva para passar pelo funil. Se você vem estudando há tempos, fazendo tudo
certo, é só uma questão do arranque final: é chegada a hora de romper o limite
imaginário e ser mais.
4 – Cansaço
Essa
é uma situação real. Quem estuda há muito tempo tem reação similar a alguém que
corre uma maratona. Depois de determinado número de quilômetros, a pessoa está
simplesmente exausta, e só pensa em largar tudo. Nada mais vale a pena.
Mas
é um ponto que precisa ser ultrapassado. Depois disso, a sensação é de que é
possível correr eternamente. Ou estudar até ser aprovado, não importando quanto
tempo seja necessário.
O
fato é que não importa o motivo. Não temos tempo para isso se a sua prova está
menos de 60 dias à sua frente.
Pense
no que já foi investido. E, de verdade, o dinheiro gasto com cursos, aulas e
materiais é o de menos, por mais suado que tenha sido. Pense nas horas
dedicadas, nas dificuldades que precisou superar, nas privações de convívio com
pessoas queridas, nos monstros internos que teve de vencer para continuar até
onde está. Não foi pouca coisa.
Então,
só há uma saída: é hora de trincar os dentes e partir para cima, como se a sua
vida dependesse disso. Não importa mais se está cansado, com medo, humilhado,
descrente. Não importa nem mesmo se você vai vencer ou perder. Só o que importa
é a luta. Que seja com tudo o que você tem e com o que acha que não tem também.
Por
Qualconcurso Consultoria
Fonte
G1