Mais de 2,1 milhões de pessoas pediram migração para
outra empresa no primeiro semestre
A
lei da portabilidade numérica nas telefonias móvel e fixa está em vigor há oito
anos, mas 59% dos consumidores não sabem de seu direito ou acreditam que não é
possível permanecer com número do aparelho ao trocar de operadora. A pesquisa
feita por uma consultoria foi encomendada pela empresa TIM, com dois mil
usuários da sua base de clientes. Esse percentual sobe para 60% quando a fatia
de clientes é de planos pré-pagos.
Apesar
disso, o número de pedidos de mudança de operadora aumentou 29% no Rio de
Janeiro, no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano
passado. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Recursos em
Telecomunicações (ABR Telecom). Os usuários de telefones das áreas dos DDDs 21,
22 e 24 realizaram 343.640 ações de portabilidade, sendo 81.240 (24%)
solicitações para telefones fixos e 262.390 (76%) para aparelhos móveis. No
Brasil, houve um crescimento de 10% no número de pedidos, com mais de 2,18
milhões de operações.
Vários chips
—
As pessoas, nos últimos quatro anos, compraram vários chips de celular para
falar gastando menos, mas depois abdicaram deles e escolheram uma única
empresa. Além disso, o processo de portabilidade é bem rápido — observou Rafael
Zanatta, pesquisador de Telecomunicações do Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec).
A
partir do momento em que o usuário solicita a transferência, a efetivação
ocorre em três dias úteis. Se houver arrependimento, o prazo para voltar atrás
é de dois dias úteis, suspendendo a migração. A Resolução 460 da Anatel, de
2007, determina que as trocas devem ser solicitadas somente dentro do mesmo
serviço, isto é, de móvel para móvel ou de fixo para fixo, e na área de
abrangência do DDD.
—
O que os consumidores buscam é qualidade e preço. Mas é preciso saber o motivo
real que leva à migração, e se a operadora que vai lhe receber oferece a
cobertura que você deseja — disse a Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da Proteste — Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Falha com número provisório
A
primeira experiência de portabilidade da dona de casa Patrícia Albuquerque, de
24 anos, foi frustrante. Mais de um mês depois de solicitar o serviço, ela e o
marido estão com números de telefone provisórios e não conseguem reaver os
originais. O casal saiu da Claro e foi para a Nextel, mas, no momento da
migração, pediu a alteração da titularidade da conta, passando do nome de
Patrícia para o do marido. A mudança do CPF foi o suficiente para que o
problema surgisse.
—
Perguntamos ao atendente se seria possível fazer a portabilidade com essa
alteração e fomos informados de que não haveria problemas. Mas esse foi o
argumento da empresa para justificar a falha. Nos mudamos há pouco tempo e,
como não sei quando eles vão resolver a questão, estamos dando o número
provisório e o antigo para fazermos os cadastros de instalação de luz, gás e TV
a cabo — reclamou Patrícia.
A
Nextel informou que o problema será resolvido até 16 de agosto. Segundo a
empresa, houve “discrepância entre os CPFs nas operadoras de origem e de
destino”. Segundo a Nextel, o atendente pode não ter fornecido a informação com
a clareza necessária.
Fidelização no contrato
O
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para os planos com a
chamada cláusula de fidelização, que prevê multa caso o cliente queira deixar a
empresa antes do prazo de carência.
—
Entendemos que, além da previsão no contrato, é preciso que o representante da
operadora esclareça as condições de contratação do serviço. Muitos consumidores
não entendem ou não leem os artigos e, depois, são surpreendidos — disse
Rodrigo Neves, diretor da Regional Rio da TIM Brasil.
O
Idec orienta, ainda, que os usuários prestem atenção aos prazos nos quais os
descontos para clientes novos estarão em vigor. Segundo o instituto, algumas
operadoras estão oferecendo promoções com planos pela metade do preço original,
mas, depois de seis meses ou um ano, os consumidores recebem faturas com o
valor integral. Confira as opções:
Vivo
Para
fazer a portabilidade para a Vivo no plano pós-pago ou Controle, o consumidor
deve fazer o pedido numa loja própria, numa unidade credenciada ou pelo site
www.vivo.com.br. No caso do acesso pré-pago, o pedido também pode ser feito via
SMS. Para isso, basta adquirir um chip pré-pago da Vivo, enviar um torpedo
grátis para o número 7678, com o DDD e o número da outra operadora, e seguir as
orientações a partir daí. Uma vez aprovado o pedido de portabilidade, em três
dias úteis o cliente já deve estar na base da Vivo. Informações sobre
promoções, planos e acompanhamentos de processos de portabilidade podem ser
acessadas pelo site. O contato para a solicitação da portabilidade deve ser
feito, sempre, com a operadora de serviço para a qual o usuário deseja ser
transferido, tanto na telefonia fixa quanto na móvel. Na fixa, basta o cliente
ligar para 103 15.
Claro
A
operadora informou que as ofertas e as estratégias para a portabilidade variam
de acordo com a necessidade e o perfil de cada usuário. A Claro tem opções de
planos a preços que variam de 30MB, no pré-pago, a 40GB, no pós-pago, com o
Combo Multi. O cliente pré-pago do Rio de Janeiro, ao realizar a portabilidade,
ganha automaticamente o pacote Claro 500, com 500MB para navegar como quiser na
internet 4G Max, chamadas ilimitadas para Claro, Claro Fone e NET Fone de todo
o Brasil, usando o código 21, além de torpedos ilimitados para qualquer
operadora, válidos por sete dias. Ainda existe a opção de realizar a
portabilidade por SMS, cuja solicitação pode ser feita pelo próprio cliente sem
sair de casa. Para isso, é preciso inserir o chip da Claro no celular, enviar
um SMS para 1970 com o número da linha a ser transferida e seguir o passo a
passo.
Nextel
A
empresa informou que, para realizar a portabilidade numérica entre operadoras,
o consumidor precisa procurar um dos canais de atendimento Nextel, disponíveis
na seção “Onde solicitar”, e agendar sua transferência. A mudança poderá ser
feita em qualquer região com cobertura 3G Nextel. A operadora ressalta que não
precisa avisar à sua antiga prestadora que pretende trazer seu número para a
Nextel. Com a portabilidade, a linha é cancelada automaticamente em sua antiga
operadora e ativada na nova companhia.
TIM
A
empresa lançou um novo processo de solicitação de portabilidade numérica.
Agora, o usuário que levar seu número para a operadora pode fazer o pedido por
mensagem de texto, sem qualquer custo e de forma rápida. A novidade, segundo a
empresa, isso facilitará o procedimento, já que os novos clientes não precisam
mais ir a uma loja física para efetuar a mudança. Para fazer a portabilidade, o
primeiro passo é adquirir um TIMChip. Em seguida, é preciso ativá-lo discando
*144 e associá-lo ao CPF do proprietário da linha. Para iniciar o processo de
portabilidade numérica, o cliente deve enviar um SMS gratuito para 4441,
indicando o número da linha que deseja migrar para a TIM, com o respectivo DDD.
Em seguida, a operadora envia um código de confirmação do pedido para o
telefone da outra operadora, a fim de manter a segurança do processo. O cliente
recebe, então, uma mensagem com a data e o horário de quando a portabilidade
será concluída.
OI
Para
pedir a portabilidade para a Oi, o cliente precisa ir a um das lojas da
operadora e levar o documento de identidade e o CPF originais, além de um
comprovante de residência. Após um estudo dos hábitos de consumo de serviços de
telecomunicações no Brasil, a companhia lançou três planos: Oi Livre
(pré-pago), Oi Mais Controle (para o controle das despesas) e Oi Mais
(pós-pago).
Diretor regional Rio da TIM Brasil
—
A partir de uma pesquisa, percebemos que poucos consumidores tinham ciência do
direito, apesar de a portabilidade numérica ter sido implantada a partir de
2008. Nossa ideia é facilitar o processo de migração. Por isso, passamos a
oferecer o serviço também por meio de uma solicitação via mensagem de texto no
celular (SMS).
Por
Pollyanna Brêtas
Fonte
Extra – O Globo