Entra
ano, sai ano, sempre no primeiro trimestre há aquelas despesas das quais não há
como escapar: o pagamento de IPVA, IPTU, material escolar e, em muitos casos,
rematrículas nas escolas.
É
normalmente o período em que o consumidor mais se aperta, já que
tradicionalmente usa o 13º salário para pagamento de dívidas, para as compras
de Natal e viagens, sobrando pouco ou nada para esses gastos obrigatórios.
"O
ideal é que a pessoa tenha se preparado para essas despesas ao longo do ano que
passou. Quem não se planejou agora tem que postergar viagens, gastos com lazer
e se concentrar nas despesas urgentes", diz o educador financeiro Elisson
de Andrade. "Isso serve de lição para a pessoa se preparar neste ano para
não passar aperto em janeiro do ano que vem."
Para
o educador financeiro Álvaro Modernell, o consumidor tem de tomar consciência
de que, se 2023 não foi bom financeiramente, 2024 pode ser ainda pior.
"Cada um deve fazer sua parte para amenizar sua situação", afirma.
"Deve-se
tomar muito cuidado com os gastos no início do ano. Cerca de 90% das pessoas
que se endividam no primeiro trimestre acabam o ano endividadas", alerta.
"Resista
às tentações de consumo neste início de ano, adie viagens, a troca de carro e
se concentre no pagamento das despesas inevitáveis. Gastar tudo em férias podem
custar estresse ao longo do ano", acrescenta Modernell.
CONFIRA 11 DICAS DOS ESPECIALISTAS
Use reservas financeiras
Use
parte do 13º salário ou da reserva financeira para o pagamento de contas
essenciais e despesas inevitáveis de início de ano, caso disponha desses
recursos.
Fuja de empréstimos
Não
recorra a financiamentos para pagar as despesas de início de ano. "A única
situação em que vale a pena pegar um empréstimo é trocar uma dívida mais cara
por uma mais barata, e só", destaca Elisson de Andrade.
Recorra a calculadora e planilhas
"As
pessoas desorganizadas cedem a tentações e gastam mais", afirma Álvaro
Modernell. Por isso, controlas as finanças é essencial no início do ano e você
pode fazer isso utilizando cadernos de anotações e planilhas.
Corte despesas e economize
Procure
comer mais em casa e menos em restaurantes e compartilhe caronas, por exemplo.
De acordo com os economistas, o final de um ano e o início de outro sempre
trazem gastos inesperados ao orçamento
Venda objetos que não usa mais
"Pode-se
obter uma renda extra vendendo roupas, calçados, bicicleta e outros objetos
usados. Existem sites especializados neste tipo de negócio", comenta
Modernell.
Avalie se vale a pena parcelar
Para
quem está endividado, a única opção para não comprometer ainda mais no
orçamento é o parcelamento destes impostos. "Para quem tem reservas,
deve-se avaliar se o desconto dado é maior do que o rendimento dos
investimentos, diz Modernell. "Em geral, desconto acima de 5% vale a pena
e abaixo de 2%, não. "
IPTU ou IPVA?
Se
estiver com dinheiro para pagar à vista um dos dois impostos, opte pelo IPVA. O
IPTU dá descontos maiores e também cobra taxas menores que o tributos dos
carros. "Só não fique devedor no cheque especial, porque aí você se
complica", diz José Dutra Vieira Sobrinho, vice-presidente da Ordem dos
Economistas do Brasil.
Pesquise os preços do material escolar
Compare
os preços dos fornecedores e, se possível, procure pagar à vista. "Quando
se oferece parcelamento sem juros, tem de verificar mesmo se não há juros
embutidos. Muitas vezes se oferece desconto para pagamento à vista", diz
Elisson de Andrade.
Tudo pra já?
Avalie
se é necessário comprar todo o material escolar agora. Às vezes, as escolas
pedem materiais que só serão usados no segundo semestre, lembra Modernell. Se
for o caso, deixe para comprar esses materiais mais para frente para aliviar os
gastos de início de ano.
Em grupo
Em
geral, compras de grandes quantidades de material por grupos de pais barateiam
os produtos. Mesmo neste caso, é preciso pesquisar bastante os preços.
Material reaproveitado
Lápis,
canetas, cadernos e réguas do ano anterior, por exemplo, podem ser reutilizados
pelo próprio aluno no ano seguinte. Livros paradidáticos usados podem ser
adquiridos em sebos com preços atraentes. Muitas escolas também promovem feiras
de trocas de livros, e os alunos também podem fazer essa troca entre si.
Fonte
Folha de S. Paulo