Entrevista de emprego: mostrar respeito à figura do
profissional de RH é essencial, diz especialista
Entrevistas
de emprego são jogos delicados. Por vezes, um pequeno gesto involuntário ou uma
palavra mal colocada podem colocar tudo a perder.
Algumas
variáveis para o sucesso são até inusitadas. Pesquisas já mostraram, por
exemplo, que o horário da entrevista e até as condições climáticas do dia podem
interferir no humor de um avaliador - e levá-lo a se decidir ou não por uma
contratação.
No
entanto, há nuances mais ou menos controláveis que interferem nos resultados de
um processo seletivo. Veja a seguir 7 desses detalhes, apontados por
recrutadores ouvidos por EXAME.com:
1. Nível de positividade do discurso
A
sua imagem perante o entrevistador depende em larga medida do entusiasmo
implícito no seu tom de voz. De acordo com Gabriel Almeida, gerente executivo
da Talenses, é esperado que o nível de energia varie naturalmente de pessoa
para pessoa, mas é inegável que aquelas que transmitem mais positividade
costumam ter vantagem.
Isso
não significa que você deva ser teatral. “Eu me lembro de um candidato ótimo
que acabou não conquistando a vaga porque fechava os olhos por três ou quatro
segundos enquanto dizia algo”, conta Marcelo Beltrame, gerente da Michael Page.
“Exagerar na energia, às vezes, pode ser interpretado como artificialidade por
alguns recrutadores”.
2. Qualidade do vocabulário
Você
não precisa - e nem deve - usar palavras muito difíceis só para impressionar.
Ainda assim, você certamente ganhará pontos se tiver um vocabulário amplo,
preciso e livre de gírias.
A
conversa também é muito influenciada pelo emprego de jargões. “O candidato
precisa identificar com quem está falando, se é com alguém da área dele ou com
alguém do RH”, diz Almeida. Se o diálogo for com um leigo, é necessário adaptar
o vocabulário mais técnico para se fazer compreender.
3. Capacidade de fazer perguntas
Segundo
Fabio Saad, gerente da Robert Half, os candidatos não são avaliados apenas por
suas respostas: quanto mais certeiras e interessantes forem as suas perguntas,
maior a chance de causar uma boa impressão.
Isso
porque pessoas que apenas reagem ao que lhes é solicitado podem transmitir
certa indiferença ou até despreparo. Se o profissional não fizer nenhuma
pergunta, o entrevistador pode até se perguntar se o candidato realmente
entendeu tudo que foi conversado, afirma Saad.
4. Expressão facial e corporal
Nem
tudo que interfere na decisão do avaliador sai da boca do candidato: muitas
vezes, o recado é transmitido pelos pés, braços, olhos e diversas outras partes
do corpo.
É
que não faltam detalhes de linguagem corporal que podem afetar os rumos de uma
entrevista de emprego. Segundo Paulo Sérgio Camargo, especialista no assunto,
você deve gesticular moderadamente enquanto fala e inclinar-se um pouco para
frente ao ouvir uma pergunta, por exemplo.
5. Respeito à figura do RH
Outro
detalhe que faz toda a diferença é o tratamento dispensado ao profissional de
recrutamento. Em grande parte dos casos, lamenta Beltrame, falta consideração
por parte do candidato.
“É
muito comum que a pessoa desmereça o departamento de recursos humanos e até
insinue que preferiria falar com alguém da área dela”, diz. "Demonstrar,
ainda que sem querer, que você não não vê muita importância na figura do
recrutador é um tiro no pé".
6. Roupas
Via
de regra, o vestuário do candidato não está no topo dos critérios de um
avaliador. Porém, o seu guarda-roupa não deixa de ter um peso considerável para
o seu sucesso.
Segundo
Beltrame, até um ótimo candidato pode ser prejudicado se vier com roupas
completamente fora do dressing code do seu potencial empregador. E se ele
estiver fazendo uma entrevista às cegas e não souber nada sobre a empresa
contratante? O melhor a fazer é apostar nas peças mais neutras que você
encontrar, recomenda o executivo.
7. Empatia
Existe,
por fim, algo totalmente imponderável na interação entre recrutador e
candidato: a "química". Segundo Almeida, até a entrevista mais
impecável pode ser ameaçada pela falta de identificação pessoal entre as
partes. Mas como se preparar para uma variável tão subjetiva?
Para
Almeida, o segredo é simplesmente agir de forma espontânea. "Ser você
mesmo é a única forma de arriscar uma conexão pessoal verdadeira",
explica. Ainda assim, há uma grande chance de tudo fracassar e você não saber
exatamente onde errou. “É preciso aceitar que não dá para controlar tudo”,
conclui o executivo.
Por
Claudia Gasparini
Fonte
Exame.com