A
preocupação com o planeta pode aumentar com a chegada de um novo membro à
família. Veja a seguir algumas medidas que podem ser adotadas não só pela
"saúde" da Terra, mas também do bebê.
A
alimentação orgânica, o uso de fraldas de pano e a abolição do uso de mamadeira
estão entre as prioridades de pais que desejam causar menos impacto ambiental
e, ao mesmo tempo, garantir a saúde do bebê, segundo Ana Paula Silva, uma das
responsáveis pela ong Morada da Floresta.
Além
dessas, várias outras medidas podem ser adotadas (algumas são simples, outras
mais complicadas), como pintar o quarto da criança com tinta à base de água;
usar menos sabão na hora de lavar as roupinhas; ou, simplesmente, consumir
menos. "Para seu sustento, sua saúde e seu conforto, os bebês não
necessitam de toda a parafernália que é comercializada", opina a pediatra
Ana Júlia Colameo, conselheira em amamentação da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e membro da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (Ibfan).
Confira algumas dicas a seguir:
Berço
O
móvel mais sustentável para o bebê dormir é um berço de segunda mão. Vale
apelar para familiares, amigos ou brechós. Caso não seja possível ou você faça
questão de um novinho em folha, procure um que vire cama. Dessa forma, ele terá
vida útil maior.
Se
o berço for de madeira, peça o Documento de Origem Florestal (DOF) ou o
equivalente estadual, que comprova que o produto é legal. Segundo Geraldo José
Zenid, diretor do Centro de Tecnologia de Recursos Florestais do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), isso é o mínimo que se deve exigir. O ideal seria
que o berço tivesse o selo do Conselho de Manejo Florestal (FSC) ou do Cerflor,
que é capitaneado pelo Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia
(Inmetro). Esses selos garantem a produção sustentável da matéria-prima, no
entanto, não são fáceis de encontrar e os produtos que o apresentam custam mais
caro.
Se
o berço for encomendado a um marceneiro, procure um fornecedor que use madeira
certificada.
Roupas
Você
pode pedir a parentes e amigos as roupinhas que não servem mais nos filhos
deles (ou aproveitar as de seus filhos mais velhos) ou ainda organizar um bazar
de trocas (as mamães levam as roupas — e também sapatos, brinquedos etc. — que
seus filhos não usam mais e as trocam entre si).
O
site Descolaaí oferece aluguel e troca de objetos diversos, entre eles artigos
para bebês. Outra ideia é fazer compras em brechós. No site da Ecotece, ong que
atua pelo "vestir consciente", há indicação de lojas em São Paulo
(SP), no Rio de Janeiro (RJ), em Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Salvador
(BA).
Algodão orgânico
Uma
opção para roupinhas e artigos como babadores, lençóis e toalhas são os feitos
de algodão orgânico, que não leva agrotóxicos na sua produção. Já é possível
encontrá-los em alguns estabelecimentos físicos e virtuais no Brasil. O
problema são os preços. Enquanto uma toalha de banho de algodão convencional
custa cerca de R$ 35, uma de algodão orgânico chega a custar R$ 90.
Fraldas
Segundo
várias mamães consultadas para esta reportagem, uma criança necessita, até os
dois anos de idade, de mais de três mil fraldas descartáveis. Dá para
visualizar a montanha de lixo, não é? Contudo, muitas mulheres não conseguem
nem pensar em substituir as fraldas descartáveis pelas de pano, que podem ser
lavadas e usadas centenas de vezes. "Dá muito trabalho!", dizem.
Mas
é crescente o número de mães e pais que têm se disposto a fazer um pouco de
esforço a fim de gerar menos lixo e garantir mais conforto para o filhote, já
que as fraldas de algodão irritam menos a pele do bebê. "O uso de fraldas
de pano fez com que finalmente as alergias do meu filho passassem", conta
a jornalista Luíza Diener, autora do blog Potencial Gestante. A blogueira
orienta os papais de primeira viagem a retirar o sólido da fralda com a
mangueirinha do chuveiro, no vaso sanitário, e deixá-la de molho até o fim do
dia, quando pode ser lavada na máquina. Contudo, as fraldas sujas de xixi não
devem ficar de molho, pois o cheiro ruim impregna nelas.
Quem
tiver dificuldade em encarar o desafio, pode alternar entre fraldas
descartáveis e de tecido. Quando for viajar ou visitar a casa da vovó, por
exemplo, pode ser mais prático usar somente as descartáveis.
Fonte
Idec