Especialistas citam erros comportamentais que
atrapalham e atrasam o caminho até a tão sonha aprovação no concurso público
Pecar no planejamento e na disciplina é um erro
matador para os concurseiros
O
conhecimento técnico impulsiona as chances de um concurseiro conquistar o seu
lugar ao sol na carreira pública, mas o preparo emocional faz toda a diferença
durante a trajetória. De acordo com especialistas, alguns comportamentos podem
colocar a perder todo o esforço e diminuir as chances de aprovação.
EXAME.com
conversou com o psicólogo Fernando Elias José, especialista em preparo
emocional de candidatos a concursos públicos, e com Alessandro Sanchez,
coordenador de cursos para concursos públicos da LFG, para tentar desvendar os
comportamentos e erros que mais atrapalham os candidatos. Confira quais são:
1 Falta de objetivos claros
Pecar
no planejamento é o primeiro erro e o que mais atrasa a vida do concurseiro,
segundo José. Candidatos sem meta costumam prestar um sem número de provas e
acumular resultados negativos e frustrações.
“É
preciso ter claro o concurso que ele quer e seguir uma coluna mestra do que
estudar”, diz José. Ele ressalta que a tentação em prestar outros concursos é
grande, mas é importante não perder o foco. “Muitos concurseiros acabam
perdendo tempo, porque cada banca é uma banca, cada edital é um edital, as
matérias mudam”, explica.
2 “Salto-alto” na hora da prova
Excesso
de confiança (que José chama de salto-alto) na hora da prova pode revelar que o
conhecimento adquirido é superficial e sem consistência, de acordo com ele. “A
pessoa sente que precisa mostrar isso para os outros, mas quem está confiante
de verdade não precisa demonstrar”, diz.
Para
exemplificar, José conta ter presenciado uma vez uma concurseira após a prova
dizer em alto e bom som que quem quisesse consultar o gabarito da prova que
viesse falar com ela. “Mas ela não estava com o gabarito, estava passando as
suas respostas da prova como se fossem as corretas. Aí você me pergunta: ela
passou? Não”, lembra.
3 Deixar-se abater pela opinião alheia
Por
outro lado, deixar-se influenciar por opiniões negativas também pode ser
bastante prejudicial. “É o quanto ele dá de importância e de informação para o
outro criticá-lo”, diz José.
Permitir
que estas opiniões interfiram na autoconfiança é uma armadilha da qual muitos
candidatos precisam se desvencilhar principalmente nos instantes que antecedem
a prova. “Por isso, a recomendação é para o concurseiro evitar ficar
conversando com os colegas antes da prova. Ele deve chegar quietinho e ficar na
dele”, recomenda.
4 Falta de controle da ansiedade
É
totalmente compreensível que a ansiedade seja uma das companheiras mais
inoportunas na vida de um concurseiro. Mas perde, e muito, quem não desenvolve
mecanismos para controlar este sentimento de angústia. “Está comprovado que a
ansiedade pode causar o temido ‘branco, que é uma interrupção do pensamento’”,
lembra José.
Ele
recomenda aos mais ansiosos que resgatem o esforço concreto e abram espaço para
o pensamento de que fizeram o melhor. “Respiração e alongamento antes da prova
podem quebrar a ansiedade”, diz. Confira quais são os alongamentos recomendados
pela fisioterapeuta Rossana Quessa.
5 Deixar de conversar com familiares para evitar a
pressão
Conflitos
com familiares ávidos pela aprovação do concurseiro são contraproducentes, diz
Alessandro Sanchez, coordenador de cursos para concursos públicos da LFG.
“Muitos concurseiros trabalham apenas meio período ou nem trabalham para se
dedicar aos estudos e muitos contam com a ajuda financeira da família. E,
depois um tempo começam a sofrer pressão para passar”, diz o especialista.
O
erro dos candidatos é justamente não estabelecer um diálogo com a família para
minimizar esta pressão. “Por exemplo, ele deve explicar que para determinadas
carreiras não há como estabelecer tempo até a aprovação”, diz.
6 Desorganização e indisciplina
Horários
de estudo e de lazer precisam estar bem definidos na rotina de quem pretende
seguir a carreira pública. Não adianta estudar uma mesma matéria por 10 horas
seguidas, sem planejamento e método.
Da
mesma forma que acontece com o corpo que deve ser treinado para adquirir
resistência física, a mente também precisa se acostumar à rotina de estudos.
“A
gente recomenda que para quem não está acostumado a estudar que escolha duas
matérias por dia e comece com períodos curtos, iniciando pelo assunto que de
que gosta menos e finalizando com uma matéria da qual goste mais”, diz Sanchez.
O especialista recomenda: vá com calma e aumente gradativamente o tempo de
estudo. “Assim o cérebro assimila melhor a matéria”, diz.
7 Não investir na identificação de suas fraquezas
Assim
como os profissionais devem saber seus pontos fortes e fracos, os concurseiros
também devem estar alertas para identificar o que dominam e quais são as suas
limitações. Não dar importância para este aspecto é um erro que pode
comprometer o desempenho na hora da prova, segundo Sanchez.
Ele
indica que candidatos lembrem-se do que os impede de estudarem com eficiência e
empreendam uma mudança de comportamento, deixando hábitos nocivos de lado.
Fazer
simulados utilizando provas anteriores é um bom mecanismo para ajustar métodos
e corrigir deficiências, de acordo com o especialista.
Por
Camila Pati
Fonte
Exame.com