segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

BRASILEIROS RETORNADOS PODEM SOFRER SÍNDROME DO RETORNO


Nostalgia, perda de liberdade, frustração e decepção com o próprio país são alguns motivos que levam à síndrome do regresso, cujo sintoma mais comum é a aparente recusa em viver no presente.

Síndrome do Regresso – o que é e como tratar
Entenda porque é tão comum quem saiu do país, ao regressar, ter crises de pânico e depressão e entenda porque governo criou cartilha sobre a Síndrome do Regresso.
O sonho de muito brasileiro é ir trabalhar no exterior, almejando sempre sucesso e bom retorno financeiro. No entanto, com a recente crise dos países europeus – sonho de consumo de viagem de muito brasileiro -; muitos brasileiros estão fazendo as malas e voltando para a pátria amada.
Até o momento de desembarcar tudo bem. No entanto, baque emocional do retorno pode levar viajante a Síndrome do Regresso.
Até o momento de desembarcar tudo bem. No entanto, baque emocional do retorno pode levar viajante a Síndrome do Regresso.

Síndrome do Regresso
Algo que passou a ser observado, é que muitos brasileiros que deixaram o país, ao retornarem, estão sofrendo de depressão, crises de pânico e falta de estímulo. É a chamada Síndrome do Regresso. Mas que síndrome é essa?
O termo foi batizado pelo neuropsiquiatra Décio Nakagawa, que morreu em 2011 e estudava a frustração de brasileiros que voltavam ao país após uma temporada de trabalho em fábricas japonesas, por exemplo.  A psicóloga Kyoko Nakagawa, viúva do psiquiatra e coordenadora do projeto Kaeru, de reintegração de crianças que voltam do Japão, fala sobre a síndrome:
“A adaptação em um país diferente acontece em seis meses, já a readaptação ao país de origem demora dois anos.”

Saída e Regresso
Ao sair do Brasil, o cidadão que busca uma vida lá fora começa a estudar a língua, a cultura do país e sente-se mais próximo da natureza corriqueira e diária para o país que está embarcando. Porém, ao regressar, depois de algum tempo fora, o indivíduo pode apresentar sinais de frustração.
”A sensação é de que perdemos o bonde, estamos por fora do que deveríamos conhecer como a palma da mão.”, diz a psicoterapeuta Sylvia Dantas.

Amigos e família
Muitas vezes, os amigos que acreditam estar ajudando, ao convidar o recém-chegado para festas e tudo mais, na verdade, pode causar ainda mais depressão em quem voltou de viagem de outro país. A pressão que é feita para a diversão, põe em cheque os reais sentimentos da pessoa, do que ela deixou para trás e da vida que levava. A família também é muito importante no processo de readaptação, pois, geralmente, quem retornou de viagem tende a reclamar mais e os parentes passam a não ter paciência ou pouco interesse nos assuntos de viagem.
Mais do que paciência, é necessário uma boa interação e interesse naquilo que o viajante viveu fora do seu país. Tirando vantagens e não somente comparando, mas estimulando que as diferenças fazem parte e de que a vida continua para cada um, de forma singular e, o que fazemos no presente e dali para frente é que terá um novo significado nessa nova etapa da vida.
Fonte Folha de S. Paulo