sexta-feira, 20 de setembro de 2024

REALIDADE BRASILEIRA

ENERGIA SOLAR - FONTE ENERGÉTICA ABUNDANTE


No decorrer da década de 70, o mundo adquiriu profunda consciência de uma escassez global de combustíveis fósseis e, com o inevitável declínio dessas fontes convencionais de energia à vista, os principais países industrializados empreenderam uma rigorosa campanha a favor da energia nuclear como fonte energética alternativa. O debate sobre como solucionar a crise energética concentra-se usualmente nos custos e riscos da energia nuclear, em comparação com a produção de energia proveniente do petróleo, do carvão e do óleo xistoso. Os argumentos usados por economistas do governo e das grandes companhias, bem como por outros representantes da indústria energética, são fortemente tendenciosos sob dois aspectos. A energia solar — a única fonte energética que é abundante, renovável, estável no preço e ambientalmente benigna — é considerada por eles "antieconômica" ou "ainda inviável", apesar de consideráveis provas em contrário; e a necessidade de mais energia é pressuposta de maneira indiscutível.
Qualquer exame realista da "crise energética" tem que partir de uma perspectiva muito mais ampla do que essa, uma perspectiva que leve em conta as raízes da atual escassez de energia e suas ligações com os outros problemas críticos com que hoje nos defrontamos. Tal perspectiva torna evidente algo que, à primeira vista, poderá parecer paradoxal: para superar a crise energética, não precisamos de mais energia, mas de menos. Nossas crescentes necessidades energéticas refletem a expansão geral dos nossos sistemas econômico e tecnológico; elas são causadas pelos padrões de crescimento não-diferenciado que exaurem nossos recursos naturais e contribuem, de modo significativo, para nossos múltiplos sintomas de doença individual e social. Portanto, a energia é um parâmetro significativo de equilíbrio social e ecológico. Em nosso estágio atual de grande desequilíbrio, contar com mais energia não resolveria os nossos problemas, mas só iria agravá-los. Não só aceleraria o esgotamento de nossos minerais e metais, florestas e peixes, mas significaria também mais poluição, mais envenenamento químico, mais injustiça social, câncer e crimes. Para fazer frente a essa crise multifacetada não necessitamos de mais energia, mas de uma profunda mudança de valores, atitudes e estilo de vida.
Uma vez percebidos esses fatos básicos, torna-se evidente que o uso de energia nuclear como fonte energética é absoluta loucura. Ultrapassa o impacto ecológico da produção de energia em grande escala a partir do carvão, impacto esse que já é devastador, em vários graus, e ameaça envenenar não apenas nosso meio ambiente natural por milhares de anos, mas até mesmo extinguir toda a espécie humana. A energia nuclear representa o caso mais extremo de uma tecnologia que tomou o freio nos dentes, impulsionada por uma obsessão pela auto-afirmação e pelo controle que já atingiu níveis patológicos.
Ao descrever a energia nuclear em tais termos, refiro-me a armas nucleares e a reatores nucleares. Esses dois fatores não podem ser considerados separadamente; esta é uma propriedade intrínseca da tecnologia nuclear. O próprio termo nuclear power tem dois significados vinculados. Power, além do significado técnico de "fonte de energia", possui também o sentido mais geral de "posse de controle ou influência sobre outros".
Assim, no caso do nuclear power (energia nuclear e poder nuclear), esses dois significados estão inseparavelmente ligados, e ambos representam hoje a maior ameaça à nossa sobrevivência e ao nosso bem-estar.
Por Fritjjof Capra 1982
Fonte O Ponto de Mutação

BIOENERGIA: APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA DE FORMA SUSTENTÁVEL


Os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente se intensificaram a partir da revolução industrial do século XVIII, e especialmente durante o século XX. A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo fundamentais para as sociedades atuais, dependemos dela para a nossa produção industrial, sistemas de transportes, de segurança, de saúde, de educação, conforto, o comércio, a agricultura e outros fatores associados à qualidade de vida.
Em nosso planeta encontramos diversos tipos de fontes de energia, sendo que, algumas são renováveis e outras esgotáveis. O petróleo é a principal fonte de energia do planeta, seguido pelo carvão mineral e pelo gás natural e sua formação se deu em um lento processo geológico de produção, podendo acabar caso não haja um consumo racional. Por outro lado, o ritmo de consumo vem se acelerando com o aumento da população e o consumismo desenfreado, principalmente das nações dos países desenvolvidos, assim, têm provocados inúmeros problemas ambientais, poluição, mudanças climáticas, aquecimento global, por causa da intensificação do efeito estufa, destruição da fauna e flora, cuja solução é um desafio atualmente.
A formação da base energética do Brasil sempre esteve ligada às condições econômicas e disponibilidade de exploração dos recursos naturais. O emprego das fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio, têm causado grandes danos ambientais, locais e globais, e estas reservas estão diminuindo a cada ano, possuem uma capacidade limitada. Diante disso, às fontes de energia renováveis, como a hidráulica, a solar, eólica, geotérmica, biomassa (bagaço de cana de açúcar, lenha, carvão vegetal, os resíduos vegetais, agrícolas e os resíduos sólidos) são consideradas as formas de geração de energia mais limpas, que contribui para o meio ambiente.
Cabe destacar que, nenhuma forma de energia é totalmente limpa e implicam danos ambientais. Assim, fazer economia de energia e o uso de forma sustentável, independentemente de sua fonte, irá beneficiar o homem e a natureza.
O setor elétrico no Brasil de base predominantemente hidráulica (movimento das águas) se deu devido às características físicas e geográficas do nosso território, amplamente aproveitado para a construção de usinas hidrelétricas, rios com grandes extensões, caudalosos, e correndo sobre planaltos e depressões, sendo estas projetadas como forte impulso rumo à industrialização e desenvolvimento do país. Atualmente, o Brasil possui um dos maiores parques hidrelétrico do mundo, atrás somente da China e Rússia, responsável pela produção de mais de 90% da energia consumida internamente. O Brasil é um pais privilegiado em recursos hídricos, mas é um recurso cada vez mais escasso e pode ser um bem controlado, a energia através de resíduos sólidos pode se tornar importante no futuro, porque a geração de lixo tem aumentado muito e precisamos de uma destinação final de forma adequada e sustentável.
O desafio que se coloca na atualidade é o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos, relacionando as etapas de geração, acondicionamento, coleta, transportes, reaproveitamento e destinação final, integrando fatores de reciclagem de materiais e a geração de energia elétrica a partir dos RSU.
Assim, podemos contribuir para a qualidade de vida da população e evitar uma série de impactos ambientais, sociais e econômicos. Ambientais: contaminação da água pelo chorume, do solo pelas condições favoráveis ao desenvolvimento de fungos e bactérias, poluição do ar pelas emissões de gases e mau cheiro dentre outros. Aspecto social: a população de baixa renda buscam uma forma de sustento por meio da captação e comercialização de materiais recicláveis, má qualidade de vida dos catadores e exposição a doenças, ferimentos pela manipulação dos resíduos. Quanto ao aspectos econômicos: altos investimentos para a recuperação de áreas degradadas e mananciais, altos investimentos para a implantação de aterros sanitários e operação, cuja vida útil se esgotam rapidamente e elevados gastos com tratamento com saúde causada pela disposição inadequada do lixo.
No Brasil nos últimos anos devido as dificuldades de se obter licenciamento ambiental para as grandes obras de hidrelétricas, as mudanças climáticas e o valor da eletricidade, são fatores que favorecem a implatação da geração de energia elétrica a partir dos RSU, porque a geração próxima ao ponto de consumo, evita gastos com linhas de transmissão e gera crédito de carbono (protocolo de Kyoto). 
A produção de energia elétrica a partir dos RSU pode ocorrer em vários processos, como a queima do biogás recuperados dos depósitos de lixo, a incineração, a gaseificação e a digestão anaeróbica acelerada, são métodos importantes para evitar a emissão de gás metano (gás altamente prejudical a camada de ozônio) dos depósitos de lixo, prolongado a vida útil dos aterros sanitários, proporcionando ganhos ambientais e socioeconômicos. 
Nesse sentido, para ocorrer a geração de energia elétrica a partir dos RSU depende de um gerenciamento integrado, tarefa que demanda esforços articulados dentro da política brasileira e assim atender diversos interesses, “privado, público, social, de segurança para o sistema de fornecimento de energia elétrica, redução de custo do fornecimento, geração de empregos, reputação política, e outros”.
Portanto, com o aumento da concentração atmosférica de gases que provoca o efeito estufa, tem demandado novas políticas, tanto no setor público e privado para maiores investimentos em energia renováveis a médio e longo prazo, como forma de minimizar os impactos ambientais do lixo. Assim a implementação de novas alternativas de produção e aproveitamento de RSU para a geração de energia elétrica depende do gerenciamento integrado, entre poder público, privado e toda a sociedade, afim de assegurar a saúde da população, diminuir os impactos negativos associados ao manejo inadequado dos RSU. Trata-se de um desafio reduzir as pressões sobre o meio ambiente e atender as necessidades da humanidade por meio da implementação de padrões de consumo sustentável.

Fonte Remade Notícias 

VOCÊ ESTÁ EM CRISE COM A SUA CARREIRA NA ADVOCACIA?


Muitos advogados se questionam sobre estarem na carreira certa.
Como sabemos, a prática do Direito nos últimos anos vem mudando bastante. Novas tecnologias, excesso de concorrência, expectativas pessoais de carreira, demandas dos clientes, economia do país, questões de estilo de vida e assim por diante.
Não é segredo que esse segmento tem passado por uma maior pressão para conciliar interesses que muitos dizem ser inconciliáveis: um ambiente de trabalho saudável e benefícios de estilo de vida vs. aumento das demandas do cliente, concorrência extrema e custos crescentes.
Advogados em todos os níveis e em quase todos os tipos de situação estão se perguntando as mesmas questões básicas de carreira: "Pra onde eu quero ir daqui para frente?" e, mais importante, "Como eu faço para chegar lá?"
O número crescente de profissionais do direito interessados em opções de carreira novas e alternativas. Eu mesma passei por isso.
Surpreendente é quão despreparados muitos ainda permanecem ao ter que lidar com estas questões. Profissionais que, muitas vezes, solucionam casos difíceis e complexos, não dão atenção suficiente ao desenvolvimento de uma estratégia de carreira, conectando-se mais com seus íntimos desejos, entendendo aquilo que, de fato, lhe motiva e faz feliz.
Embora muitos advogados saibam o que não querem, poucos têm alguma ideia do que querem. Ainda mais com tantas novas opções surgindo no mercado.
A boa notícia é que sempre há tempo para você repensar a sua carreira e dar um novo rumo a ela, adequando a sua personalidade ao seu conjunto de habilidades e de interesses.
A má notícia é que este processo geralmente requer algum razoável tempo, esforço e comprometimento. Para os advogados interessados em mudanças, mas que enfrentam as demandas atuais de prática, família e assim por diante, isso pode ser bastante desafiador e até um preço muito alto a se pagar, especialmente quando as coisas "não estão tão ruins".
Independente da sua situação, existem maneiras de lidar com isso. Uma delas é ajustar as suas expectativas e reduzir este processo a etapas menores e mais gerenciáveis. Tendemos a esperar que tudo, incluindo a mudança de carreira, aconteça rapidamente. Em vez disso, comece com o primeiro pequeno passo e aprenda a gerir a sua ansiedade.
Não é incomum que esse processo demore mais de um ano, especialmente para advogados mais experientes. Depois de aceitar esse processo, estruture as suas metas. Se as coisas acontecerem mais rápido que o esperado, ponto para você!
Depois que o processo é iniciado, há outras coisas que você precisa se atentar, dentre elas:

1. Decida
É importante que você tenha assimilado esta decisão para mudar a sua situação. Todos gostamos de manter as nossas opções em aberto, mas a falta de foco é um assassino, quando se trata de planejamento de carreira. Tome a decisão, comprometa-se com a sua escolha e, daí em diante, siga em frente.

2. Planeje
Para muitos, o planejamento pode ser entediante, mas ele é crítico. Elabore um plano de carreira básico que contenha seus objetivos gerais, um breve esboço de seus interesses, habilidades e competências. Depois, reduza a objetivos mais específicos, a ações necessárias para alcançá-los e a uma estimativa dos recursos e custos que espera incorrer. Coloque tudo isso no papel. As coisas ficam mais fáceis, quando colocadas por escrito.

3. Seja empreendedor
Aborde sua busca de carreira a partir de um ponto de vista empreendedor. Empreendedores criam, projetam, iniciam, aprendem e implementam. Eles transformam sonhos em realidade mediante ação e coragem. E, acima de tudo, eles assumem a responsabilidade absoluta pelo seu sucesso ou pelo seu fracasso. Não coloque seu futuro nas mãos dos outros. Tome uma atitude e assuma o controle.

4. Tenha coragem
Mudar de carreira e buscar alternativas envolve riscos. De todos os possíveis obstáculos à mudança de carreira, este é, geralmente, o mais difícil de se superar! Confrontados com os boletos, com os filhos e com outras responsabilidades, poucos estão dispostos a aceitar o risco de um empreendimento novo e excitante, mas incerto. Mesmo quando sabem que seriam muito mais felizes. Esta é uma questão pessoal e todos têm seu próprio nível de conforto. No entanto, entenda que você não progredirá em direção aos seus objetivos de carreira, a menos que esteja disposto a se arriscar.

5. Peça ajuda
Ninguém faz nada sozinho. Uma opção, por exemplo, é se juntar a um colega que também queira fazer uma mudança. Vocês poderão compartilhar ideias, diminuir os custos e trocarem apoio mútuo. Eu, por exemplo, fiz isso.
Procure também profissionais especializados que podem oferecer programas de carreira sofisticados para lhe auxiliar nesta fase da vida. Juro que a ideia aqui não é fazer jabá do meu trabalho, mas dada a importância da sua carreira, isso pode ser um excelente investimento para a sua vida.

Se você está em crise com a sua profissão, tenha em mente que a diferença entre aqueles que encontram este trabalho dos seus sonhos e aqueles que não conseguem chegar a isso está na coragem para alcançar este objetivo.
Advogados, geralmente, têm habilidades fortes e podem ser excelentes candidatos para uma ampla gama de negócios e de outras oportunidades. Identificá-las requer muito mais do que simplesmente estar disponível e esperar que isso aconteça. É preciso esforço, ação e um certo grau de risco. Felizmente, tudo é possível. Começa com o querer!

Por Maria Olívia Machado
Fonte JusBrasil Notícias

COMO CONQUISTAR CLIENTES?


Estamos diante de uma indagação que uma vez respondida corretamente diferencia o profissional e/ou escritório de advocacia bem sucedido daquele que não encontra êxito no desempenho da profissão. É que não existe profissional de sucesso sem conquista de clientes. Nas palavras de Rodrigo Bertozzi: “o cliente é o princípio e o fim da Advocacia”.
E saiba, desde logo, que conquistar o cliente vai muito além de prospectar clientes, conhecer o cliente ou ter contato com o cliente. A conquista é ato complexo, por meio do qual o cliente conectado é aquele que se fideliza a sua marca e ao seu modo de trabalho e faz questão de deles não se desvincular.
Perceba que conquistar o cliente é transformá-lo em parte de sua organização. O cliente conquistado não contrata o concorrente (a menos que você o indique ou que seu escritório não atue na área do problema a ser resolvido), não te cria problemas desnecessários e te serve de ponte para novos clientes (prospecção), além de ser uma das melhores e mais efetivas formas de marketing na Advocacia.

Estabelecida a importância de conquistar clientes, como fazê-lo?
A primeira coisa a destacar é a necessidade de valorizar e cuidar do primeiro contato com o cliente. Na primeira vez em que o cliente ou possível cliente senta na frente do Advogado, ele quer mais do que saber os caminhos jurídicos para a resolução de sua demanda. Antes de tudo, ele precisa saber o quanto você se importa com ele e com suas necessidades.
E, assim, faz-se necessário transmitir ao futuro cliente, o seu envolvimento, a sua preocupação com o problema que ele está confiando a você e acreditando no seu potencial em solucioná-lo. Ele tem que sentir que você se importa. Observe que existem fatores que trazem o cliente até você, mas nada garante que ele ficará contigo. Com uma grande oferta de advogados competentes no mercado, as diferenças mais sutis são responsáveis pela contratação ou não do seu trabalho.
Não aprecio a expressão “pequenos detalhes”, pois detalhes no cotidiano pós-moderno fazem toda diferença entre quem tem faturamento e lucro expressivos e quem não os tem. O primeiro detalhe, portanto, é o atendimento. Cuide para que a verdade esteja em seu olhar, na sua expressão corporal, no seu comprometimento com o cliente, não só com o problema dele. Atenda em linguagem compreensível e não em linguagem jurídica (deixe o juridiquês para sua petição ou para as conversas nos corredores do fórum, sempre com moderação, é claro).
Dessa forma, em todo atendimento, tenha sempre em mente que o seu cliente espera duas coisas desse primeiro contato: a primeira delas é sair confiante de que contratou alguém que sabe o que fazer (importância da especialização) e a outra é a confiança de que o Advogado se importa com ele e não o trata apenas como mais um.
A segunda lição é nunca cobrar antes de demonstrar valor. Nunca diga preço de honorários antes de transmitir ao cliente que se importa com ele e que tem o conhecimento e as ferramentas necessárias para buscar a solução do problema que ele levou até o seu conhecimento.
Não é novidade para ninguém que os Advogados mais competentes são os mais caros. A novidade, entretanto, é que, no início da sua carreira, apesar de não ter tido tempo de mostrar toda sua competência, você tem oportunidade de demonstrar valor, sobretudo no momento do atendimento.
Não perca essa oportunidade ímpar de demonstrar valor, seja no modo de se portar e falar, no aperto de mão, no ouvir com afinco e no comprometimento verbal antes mesmo do contrato escrito.
Quando houver exteriorizado valor, destacando seus elementos de diferenciação, demonstrado comprometimento e responsabilidade na prestação do serviço, passe a falar dos honorários com segurança e firmeza.
Quanto à cobrança, use sempre como referência mínima o piso previsto na tabela da OAB de sua seccional, se necessário tenha uma cópia em mãos e mostre a seu cliente que aquele é o valor mínimo a ser cobrado para o exercício da tarefa, de modo que cobrar valor menor é cometer infração ético-disciplinar e promover concorrência desleal com os colegas.
Nunca cobre abaixo da tabela da OAB. Não cometa esse suicídio profissional e infração ética. Posso te garantir que mais difícil do que cobrar o mínimo previsto na tabela da ordem será sobreviver na Advocacia cobrando abaixo da tabela da Ordem.
Contudo, não ignoro a realidade de que, não raro, o critério do cliente é o preço mais baixo. E quando for este o critério dele, você não deve ser o profissional contratado. O foco de um profissional de sucesso deve ser a contratação de seus serviços pela contraprestação de valor extraordinário e não o oferecimento de serviços profissionais a preços mais baixos do que os concorrentes.
Como dito, conquistar cliente é ato complexo e não basta um bom atendimento nem a cobrança clara e precisa. Às vezes o cliente decide naquele momento por te contratar, às vezes ele pede um tempo para pensar. Faz parte do processo! Jamais, porém, abra mão da convicção de que quem oferece serviço diferente também deve ser remunerado de modo diferenciado.
Além disso, a imagem que o cliente tem de você é relevante. Por isso, se porte como um profissional de ponta, vista-se bem, tenha boa postura, inclusive online e, quando do atendimento, faça com que a primeira impressão seja um momento de encantamento!
E acredite: assim como existem clientes que estabelecem como critério para contratação a oferta de preço mais baixo, existem aqueles bons clientes que estão conscientes de que devem pagar mais pela prestação de um serviço de qualidade.
Um trabalho extraordinário começa com a mentalidade extraordinária e concretiza-se por meio de um conjunto de medidas que se distanciam daquilo que se entende por “mercado comum”.
Portanto, a diferenciação é elemento indispensável na advocacia moderna e o comportamento mental e prático é o fio condutor para prospecção e conquista dos clientes que entendem o valor de um trabalho diferenciado e, naturalmente, compreendem o preço que lhe é cobrado por ele.
Por Alex Andrade
Fonte JusBrasil Notícias

CONQUISTA DE CLIENTES - "O MELHOR MARKETING É FEITO SEM GRANDES ESFORÇOS"


Com as modernidades da era digital na cabeça, o consultor Michael McLaughlin fez um animado workshop sobre "as cinco estratégias essenciais de marketing para serviços profissionais". O workshop lhe parecia um sucesso total, até que ele notou, no meio da audiência, alguém que balançava a cabeça negativamente e sorria. Ou olhava para o teto, com impaciência. Terminada a sessão, McLaughlin aprendeu com o profissional impaciente qual é, na verdade, a melhor estratégia de marketing — aquela que o profissional pratica naturalmente, sem muito esforço.
Terminado o workshop, McLaughlin pegou o "impaciente" pelo braço e o arrastou para uma conversa particular. Era um advogado, do qual ouviu a explicação: "Eu não faço nada disso que você falou. Aliás, não faço marketing algum e minha firma é um sucesso. Tenho muitos clientes e minha renda é consideravelmente alta". McLaughlin interrogou o advogado e descobriu que, na verdade, ele era um marqueteiro de primeira linha — a seu jeito. Apenas não via suas atividades como marketing. Para ele, eram atividades normais de sua vida e de seus negócios, que ele fazia com facilidade e gosto.
Aí está o caminho das pedras. Para começar a fazer marketing pessoal ou da firma, o advogado deve, antes de tudo, avaliar quais são seus pontos fortes e suas preferências, quando se trata de escolher instrumentos de promoção profissional entre os disponíveis. É uma simples análise de gostos e talentos: conversar (se relacionar, socializar), escrever (blogs, artigos, cartas), falar em público (workshops, palestras, conferências, aulas), liderar (exercer cargos de liderança em organizações, ser militante de alguma causa) e assim por diante. E avaliar seus pontos fracos, que podem ser fortalecidos, e os pontos fraquíssimos, que devem ser abandonados.
São os pontos fortes e preferências do advogado e não de seus colegas de profissão, significando que o que é bom para uns não é necessariamente bom para outros (que não sabem fazer as coisas da melhor forma, nem tem prazer em fazê-las).

O poder do relacionamento
A mais antiga arma de promoção pessoal ou de produtos e serviços é a do relacionamento. Ela precede todas as teorias de marketing, pois sempre existiu na história da humanidade e nos negócios. Sempre funcionou e sempre vai funcionar, porque todos os seres humanos sabem se relacionar e podem aprender como fazê-lo de uma maneira eficaz para o sucesso dos negócios — ou podem "nascer sabendo", como se diz quando o talento é natural. Basta encontrar motivação — e agir. Esse foi o caminho tomado pelo advogado inquirido por McLaughlin, naturalmente.

Serviços voluntários
É uma das atividades costumeiras do advogado, que ele começou a praticar por pura satisfação pessoal. Não porque sabia, desde o início, que a prestação de serviços voluntários é uma estratégia eficiente de marketing. No princípio, prestou serviços gratuitos a organizações comunitárias. Exerceu um papel de liderança em uma organização beneficente e se tornou conselheiro de uma organização cívica em sua cidade.
Descobriu que isso o ajudava a se promover profissionalmente e que sua firma ficou mais conhecida na região que morava. Seguindo a inspiração, passou a participar ativamente de associações de empresários que têm negócios nos quais os serviços de advogados de sua área de atuação são frequentemente requisitados. Ele sempre tem contribuições importantes a dar aos membros da associação. A paixão de alguns advogados por certas causas também tendem a abrir caminhos para o sucesso de suas firmas, diz o consultor.
Em qualquer dessas atividades (que não constituem uma novidade no Brasil, obviamente), as notícias correm e, com o tempo, as organizações e as pessoas que fazem parte delas passaram a recomendá-lo, naturalmente (isto é, sem serem solicitadas), a quem precisasse de serviços jurídicos em sua área de atuação.
É a versão comercial do princípio franciscano "é dando que se recebe". Mas isso não é conseguido no circuito "casa-trabalho, trabalho-casa". Nem por quem acredita que horário de trabalho corresponde ao horário comercial. É preciso ter vontade e energia para trocar a televisão por algumas horas de participação em atividades de relacionamento desprendido com membros de algum setor da sociedade ou de uma comunidade específica — enfim, com todas as pessoas que podem se tornar clientes ou fontes de referência.

Rede de referência
É uma velha prática americana. Grupos de profissionais e empresas de áreas diferentes formam uma espécie de pacto de recomendação. É um trato formal, em que profissionais competentes se comprometer a recomendar membros do grupo aos próprios clientes e a pessoas ou empresas quem conhecem. Isso ajuda a conquistar clientes, em primeiro lugar. Mas também ajudar a criar uma boa reputação no mercado. Porque a maioria dos profissionais bem-sucedidos faziam isso, o advogado em questão também passou a fazê-lo.
No caso de advogados, a rede pode envolver, além de empresários, dirigentes de organizações, outros profissionais e os próprios colegas de profissão. Advogados, que se dedicam a um nicho de mercado, podem recomendar colegas que atuam em outra área. Assessores jurídicos de grandes empresas são, via de regra, fontes importantes de referência de advogados especializados em uma determinada área. Grandes bancas podem recomendar a seus clientes um advogado especialista — se houver um relacionamento entre esse especialista e os sócios da grande banca.
Com a combinação dessas duas atividades, apenas, a firma do advogado questionado por McLaughlin chegou ao sucesso. Pode não parecer muita coisa, diante de tantas técnicas modernas de marketing que foram desenvolvidas nos últimos anos. No entanto, uma pesquisa da RainToday revelou que os clientes contratam profissionais com base em duas formas mais frequentes de recomendação: a de outros profissionais e a de colegas de profissão.

O melhor marketing
Existem muitas estratégias de marketing diferentes, mas nem todas elas funcionam para todo mundo, diz o consultor. Cada profissional ou cada firma deve encontrar a estratégia que se encaixa em seu perfil profissional ou mental. E aquela que, segundo imagina, vai despertar o interesse de possíveis clientes e pode ser praticada de forma sustentável, a longo prazo. Qualquer estratégia que não agrade ao profissional (ou à firma) não vai produzir resultados satisfatórios.
Seja qual for a estratégia de marketing que o advogado escolher, entre tantas, o objetivo fundamental é um só: gerar uma conversação (ou reunião) entre ele e o possível cliente. Para gerar conversações produtivas — isto é, que resultem em contratação de seus serviços — o advogado tem de ter alguma coisa valiosa (ou interessante) a dizer a alguém que esteja interessado em ouvi-lo.
"Enquanto não tiver algo substantivo para comunicar, não se dê ao trabalho de fazer marketing", diz McLaughlin. "Quando tiver informações valiosas, passe-as a pessoas que podem se beneficiar delas. Elas são os seus futuros clientes", diz. Enquanto isso, deve continuar se relacionando. Pode ser que as coisas aconteçam naturalmente.

Por João Ozorio de Melo
Fonte Consultor Jurídico

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O SEU CLIENTE NA ADVOCACIA?

Como entender melhor o cliente na Advocacia, como estrutura uma pesquisa para obter dados mais consistentes e traçar um perfil do seu cliente ideal

O que você precisa saber sobre o perfil do seu cliente para conseguir vender melhor o seu serviço e fechar mais contratos?
Um equívoco comum no universo dos vendedores é tentar empurrar um produto ou serviço sem saber que problema o comprador está tentando resolver com a compra.
Algumas dicas de como entender melhor o seu cliente e traçar um perfil mais preciso do (s) seu (s) cliente (s) ideal (is).

O vendedor que não conhece o cliente
Não é irritante quando você quer comprar apenas um celular básico para as ligações do seu escritório e o vendedor fica tentando empurrar o modelo de smartphone top de linha da loja?
O mesmo pode acontecer no caso de Advogados que prospectam ativamente clientes no sentido de vender produtos de consultoria, de ações preventivas, assessoria jurídica, elaboração de documentos, gestão de contencioso, recuperação de créditos tributários, realização de diligências, conciliação e arbitragem, advocacia correspondente.
Enfim, todos aqueles serviços para os quais não é o cliente quem procura o Advogado, mas exatamente o contrário.
Antes de oferecer um serviço como os acima listados, é interessante que, assim como qualquer bom vendedor, você conheça o perfil do seu cliente e a natureza específica do problema por ele enfrentado.
Tendo domínio destas informações, você terá condições, inclusive, de determinar se o seu produto jurídico, de fato, terá condições de resolver os problemas enfrentados pelo seu cliente.

Traçando o perfil dos seus clientes ideais
Esse perfil será importante não só para compreender melhor seus futuros clientes, mas também para a construção da sua mensagem de marketing.
Quando você atende o seu cliente pela primeira vez, é o momento de levantar o maior número de informações possíveis, para determinar não só como você irá resolver o problema apresentado da melhor maneira, mas também para criar um perfil demográfico e comportamental dos seus clientes.
Esse perfil será importante não só para compreender melhor seus futuros clientes, mas também para a construção da sua mensagem de marketing (principalmente, o marketing feito através de publicação de artigos, palestras, vídeos e geração de conteúdo informativo).
Pense em como seria interessante determinar, com precisão, o perfil de clientes que tendem a compreender melhor a forma como você trabalha e, por isto, valorizam mais os seus serviços? Ou, por outro lado, o perfil dos clientes que, não compreendendo o seu serviço, tendem à insatisfação e inadimplência?

8 coisa que você precisa saber sobre os seus clientes
Há várias coisas importantes que você precisa saber sobre o seu cliente caso queira se tornar um vendedor melhor e traçar um perfil mais acurado dos seus clientes potenciais.

  1. Qual o perfil demográfico e comportamental do seu cliente? // idade, sexo, renda, profissão, onde mora, usa a Internet, está nas redes sociais, formação educacional etc.
  1. Qual o problema para o qual ele busca uma solução? // o problema deve ser compreendido na perspectiva do cliente, não pelo ângulo jurídico e técnico do Advogado. 
  1. O que o cliente espera de você? // resultado, agilidade, credibilidade, informação, status, expertise, relacionamento, acolhimento e atenção etc. 
  1. Quais as fontes de pesquisa usadas? // indicação de amigo ou parente, busca no Google, redes sociais, pelo site ou blog do escritório, por um artigo publicado em um portal jurídico, pelo ponto comercial, indicação de outro escritório, etc. // foram consideradas outras alternativas? // quais? 
  1. Quais as dúvidas e objeções mais fortes antes de contratar os serviços? // preço, confiança, incerteza quanto aos resultados, demora na solução da causa, falta de expertise, prestação de contas, falta de cuidado com prazos etc. 
  1. Quais os diferenciais que mais pesaram na sua contratação (e não a do concorrente)? // preço, atendimento, apresentação da solução, o fato de ter sido indicado, renome no mercado, estrutura do escritório etc. 
  1. Das soluções que você apresentou, quais não foram consideradas como relevantes pelo cliente? // assessoria permanente, acompanhamento do negócio ou execução de projeto, elaboração direta dos documentos, realização de diligências, prestação de informações regulares, visitas, reuniões, encontros telepresenciais, treinamentos, perícias etc. 
  1. Que problemas você já teve ao contratar um Advogado (caso já tenha) // cobrança, falta de informação, resultados, incompatibilidade pessoal, falta de responsabilidade, não cumprimento de prazos etc.

Perceba que são muitas informações e que, nem sempre, você terá condições de perguntar tudo isso a todos os seus clientes.
Selecione clientes mais abertos a uma possível entrevista ou aplicação de um questionário.
Caso não tenha uma carteira de clientes tão expressiva, você também pode levantar estas informações com pessoas que, apesar de não serem clientes, poderiam se enquadrar na categoria de clientes potenciais dos seus serviços.
Não custa nada convidar as pessoas para um bate-papo. Lembre-se que o “não”, você já tem.
Por Ricardo Orsini
Fonte JusBrasil Notícias

3 PASSOS ESSENCIAIS PARA O DIFERENCIAL COMPETITIVO NA ADVOCACIA


Ser reconhecido e frequentemente contratado pelo chamado “diferencial competitivo na advocacia” pode garantir o seu sucesso no meio jurídico. E isto nada mais é do que um conjunto de hábitos, métodos e ferramentas utilizadas no seu negócio para diferenciá-lo dos demais.
Afinal, no mundo do empreendedorismo saber se destacar é mais do que uma condição de sobrevivência. É garantir a possibilidade de permanência e progresso do seu negócio.

Se diferenciar é importante!
Não para de crescer o número de consumidores exigentes que procuram produtos e serviços que estejam acima do padrão oferecido no mercado. Uma regra que se aplica a todo e qualquer segmento.
E no direito isso não é diferente. Os escritórios e profissionais que entendem a necessidade de se adotar técnicas e ferramentas de trabalho que ofereçam um diferencial competitivo na advocacia são os que se destacam de verdade no mercado jurídico.
O advogado que aprende a se diferenciar daquilo que os clientes já estão acostumados, tende a deixar de “sobreviver” da advocacia para começar a “viver”, de forma abundante, dos seus resultados e do prazer pelo seu ofício.
Sem clichê pessoal! Neste artigo eu vou apresentar para vocês três pilares para que você construa o seu diferencial competitivo na advocacia. E quem está falando para vocês é colega um advogado que chegou no mercado sendo obrigado a apresentar um diferencial competitivo e reinventar-se profissionalmente.
Afinal de contas, abrir mão da estabilidade do serviço público e encarar o início da advocacia em cima de uma cadeira de rodas, precisando do auxílio de terceiros e sem mexer nenhum dos dedos das mãos para peticionar, foi um desafio que me fez raciocinar a necessidade de ser literalmente diferente no mercado jurídico.

3 passos para o seu diferencial competitivo na advocacia
Não apenas tome nota, mas sinta-se desafiado a começar a aplicar desde já as técnicas a seguir para garantir um diferencial competitivo na advocacia! 
Elas podem parecer claras e simples, mas muitos operadores do direito ainda ignoram, o que acaba contribuindo para o fracasso profissional e para uma imagem negativa da advocacia. Confira:

1. Qualidade, frequência e proximidade na comunicação com o cliente
O primeiro passo para a construção do seu diferencial competitivo na advocacia é entender o que o padrão oferecido no mercado está fazendo de errado. E, é claro, caminhar na contramão do fracasso.
Sem dúvidas o maior motivo da perda de clientela de muitos colegas advogados e do fechamento de portas de diversos escritórios são as falhas e ruídos na comunicação com o cliente.
Parece fácil, mas muitos profissionais ainda não conseguiram fazer a leitura mercadológica de que, no empreendedorismo jurídico, saber construir uma relação de amizade e confiança com quem paga os seus honorários é elemento chave para o sucesso.
Não seja aquele profissional que desaparece depois da assinatura do contrato. Que raramente atende telefone e que se esconde em sua sala enquanto os estagiários assumem o dever de responder os seus clientes. Entenda que a qualidade da comunicação é mais importante do que os próprios resultados jurídicos pretendidos pelo seu trabalho. Isso antes, durante e depois do contrato!
E entenda também a importância do feedback. Seja frequente em seus feedbacks, não espere o cliente te procurar. Mantenha a transparência sobre tudo o que acontece naquele caso ou processo. E sempre que possível, em termos de comunicação, aplique a regra do faça você mesmo.
O cliente gosta de conversar e ser ouvido pelo mesmo profissional que conquistou a sua confiança no início da relação contratual. Isso mantém as portas abertas para a fidelização e para futuras indicações de clientes.

2. Compartilhamento constante de conhecimento e resultados
É o famoso ditado “quem não é visto não é lembrado”. Você pode ser muito bom no que faz, mas se guardar todo o conhecimento adquirido para si mesmo e não souber disseminar os seus resultados para o público certo, estará longe de consolidar um forte hábito na construção do seu diferencial competitivo na advocacia.
É importante que o seu público-alvo conheça e reconheça tanto a sua capacidade profissional, quanto os resultados que você possa alcançar. É aqui você se diferencia como especialista em determinado ramo do direito ou nicho de mercado.
Se você quer se destacar na sua área de atuação, os seus futuros clientes precisam saber o que faz o seu trabalho ser diferente dos outros.
Para isso existem várias ferramentas e caminhos que você pode adotar para se diferenciar, além de contribuir na construção da sua autoridade na advocacia. Desde o uso inteligente das redes sociais e blogs até a criação de conteúdos diversos com resultados obtidos pelo próprio escritório.
Mas lembre-se de ser original! Entenda que o diferencial competitivo na advocacia é notado nos mínimos detalhes. O cliente prefere um advogado que fala com propriedade de um conteúdo jurídico próprio, do que o colega que vive compartilhando posts da página do CNJ na internet.

3. Tecnologia na gestão da advocacia
Ainda existem milhares de colegas advogados adeptos ao mundo do papel e das planilhas do excel. Nada contra! Inclusive muitos profissionais já obtiveram grandes resultados e construíram uma carreira de sucesso antes da era digital.
Mas assim como as relações sociais se transformaram dentro do atual mundo virtual, a advocacia também evoluiu. E quem busca ser reconhecido pelo seu diferencial competitivo na advocacia precisa sair do tradicional e andar de braços dados com a tecnologia na gestão do seu negócio. Quem resistir a isso, infelizmente, mais cedo ou mais tarde, vai encerrar a carreira na temida “vala comum”.
Não estou dizendo para aposentar de vez a papelada do seu escritório, nada disso. Mas entenda que implementar ferramentas tecnológicas na gestão da advocacia, enquanto negócio, vão te dar maior controle e segurança para o seu ofício, bem como permitir a melhor organização do tempo e otimizar a aplicação dos dois pilares anteriores: a qualidade na comunicação com seus clientes e o compartilhamento de conhecimento e resultados.
Exemplo disso é a adoção de um bom software jurídico que permita a gestão da sua advocacia por completo. Aqui no escritório usamos o Astrea como principal ferramenta para controle de casos e processos, agenda e prazos, organização e delegação de tarefas e até gestão financeira.
Como consequência, otimizamos o tempo de trabalho e a nossa comunicação com feedback para os clientes tornou-se bem mais célere, pois temos o escritório na palma das mãos.

Não fique apenas na leitura. Coloque em prática!
Em oportunidades anteriores já contei um pouco da minha trajetória profissional para vocês. Encarar a advocacia particular na condição de tetraplegia exigiu que eu encontrasse rapidamente um diferencial competitivo no mercado jurídico.
Depois que eu defini o nosso nicho de mercado, o público que queríamos alcançar e as áreas de atuação, passamos a priorizar os três pilares citados aqui neste texto. O de dar a atenção que os clientes merecem. De construir a nossa autoridade por meio do compartilhamento de conhecimento e da divulgação de resultados. E de adotar ferramentas de tecnologia para empreender na advocacia.
A título de exemplo, hoje estamos sediados em Belo Horizonte, via escritório de advocacia virtual, ainda novos no mercado. Mas já temos o privilégio de atender constantemente clientes de todo o Brasil. Pessoas e empresas que pagam por uma consultoria jurídica online, por videoconferência, porque encontram em nosso trabalho algo de diferente.
O que leva um cliente de outra cidade ou estado a optar pelos nossos serviços, em detrimento de outros profissionais da sua região? A resposta está justamente no diferencial competitivojá reconhecido pelo nosso público-alvo.
Por Thiago Helton
Fonte Central Law

5 MOTIVOS PARA TRABALHAR COMO CORRESPONDENTE JURÍDICO

A importância do Correspondente Jurídico

O Correspondente Jurídico é um profissional de extrema importância no ecossistema do Direito, pois o mesmo atende as necessidades de seu contratante (profissional ou escritório de advocacia) em diferentes comarcas por agilizar o andamento de Processos Jurídicos, minimizando erros e facilitando o cumprimento de prazos, gerando assim uma economia muito significativa de tempo e dinheiro.
Mas poucos profissionais – desde o advogado mais experiente da área Jurídica até os estudantes bacharéis de direito – conhecem os benefícios de se atuar com Correspondência Jurídica, ou advocacia de apoio. E as vantagens são muitas, pois é uma área muito ampla e os serviços podem variar dos mais simples (tirar cópias de processos) aos mais complexos (participar de audiência).

Aumento de sua renda
Existem diversos meios para você divulgar o seu serviço como o correspondente. Existem diversos locais na Internet, como o Jusbrasil ou comunidades no Facebook e também diversos softwares, como o Jurídico Certo e o Diligeiro.
O Diligeiro, por exemplo, ajuda os correspondentes a terem diversas oportunidades para ganhar uma remuneração extra. Isso porque a todo momento, advogados e escritórios de advocacia publicam novas diligências no país inteiro.
Vamos supor que você vá ao tribunal para uma audiência de seu cliente. Nada lhe impede de atuar como Advogado Correspondente para outro escritório e realizar uma demanda de protocolo e distribuição. Basta estar sempre conectado e com o GPS do celular ligado que as notificações de trabalho aparecerão para você pelo Diligeiro.
E se você é estudante ou estagiário com a Carteira da OAB a Correspondência Jurídica pode ser uma ótima forma para conseguir se manter nos seus estudos.

Flexibilidade de horário e autonomia
O trabalho de Correspondente jurídico é dinâmico. Você não fica preso a chefes, horários, rotinas de serviço e pode realizar sua tarefa quando quiser, desde que esteja dentro do prazo estipulado pelo contratante.
Além disso, a Correspondência Jurídica pode ser encarada com um negócio próprio, mas sem os custos com salas de trabalho, impostos e pessoal.

Experiência em diversas áreas do Direito
Este é um grande fator para trabalhar com Correspondência Jurídica, principalmente para quem está em início de carreira. O trabalho como correspondente jurídico te coloca em contato com inúmeras áreas do Direito, ajudando o estagiário ou bacharel a decidir qual rumo tomar em sua trajetória profissional.
E isso também serve para os advogados mais experientes, porque ao exercer uma atividade de apoio para um colega de outra região, há uma troca mutua de conhecimento e uma visão mais abrangente sobre o mercado. Você adquiri novas experiências.

Reconhecimento profissional
Quando o Correspondente Jurídico presta uma demanda no Diligeiro, ele é avaliado conforme o seu trabalho. Por isso, para trabalhar com advocacia de apoio, o profissional deve ter comprometimento, responsabilidade e ser confiável.

Networking
O Correspondente Jurídico tem a possibilidade de atuar em diversos escritórios de advocacia em todo território nacional e, ao prestar de forma exemplar uma demanda, além de expandir sua área de atuação, você constrói um bom networking e isso é capaz de abrir muitas portas.
Os contatos profissionais se somam e garantem ótimas referências quando trabalhamos para diversas firmas e sabemos que no Direito bons contatos são fundamentais para atuar na área.
Advogado, bacharel ou estagiário: agora que você já conheceu algumas das vantagens de trabalhar como Correspondente Jurídico, faça parte da rede de profissionais de Direito que mais cresce no Brasil, aumente sua renda, ganhe autonomia e experiência atuando em uma área. 
Por Tikal Tech
Fonte JusBrasil Notícias

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA - VEJA VANTAGENS DE SER AUTÔNOMO, EMPREGADO OU SÓCIO


Metade dos advogados americanos são autônomos, de acordo com estimativas da ABA (American Bar Association). É um dado significativo, considerando que a maioria da outra metade prefere ter um emprego em uma firma de advocacia. Deduz-se, portanto, que apenas uma minoria opta por constituir uma sociedade de advogados — embora essa "minoria" constitua um grande número de advogados no universo americano.
Colocar na balança os prós e os contras de formar uma sociedade de advogados é o método feijão-com-arroz para se tomar uma decisão. No entanto, se qualquer advogado listar as razões de ser autônomo ou sócio de uma banca, vai terminar perto de um empate técnico, se forem levados em conta três artigos escritos por advogados experientes: um contra a ideia da sociedade, um a favor e outro em cima do muro. De qualquer forma, é bom saber a opinião de quem já passou por isso.

Viva a advocacia autônoma!
Para a advogada Susan Cartier Leibel, não existe nada melhor no universo do Direito do que ser advogado autônomo. "Se me perguntarem se preciso de um sócio e de todo o emaranhamento emocional e financeiro que vem com ele, minha resposta é um retumbante não", ela diz. Mas, cada cabeça, uma sentença. Assim ela procura ajudar, explicando, primeiramente, por que não formar uma sociedade:

1) Quero ter alguém com quem possa trocar ideias. Para isso, não é preciso ter um sócio
Via de regra, os advogados são muito generosos em matéria de transmitir seus conhecimentos a quem lhes pede. Basta, então, manter um bom relacionamento com os colegas de profissão, não perder contato com os colegas de faculdade e frequentar a Ordem dos Advogados e as associações da classe. Terá toda a orientação e aconselhamento que precisar. Cursos de educação continuada também ajudam. Montar o escritório em instalações compartilhadas por vários advogados também é uma alternativa.

2) Quando tenho de sair de férias ou viajar, preciso de alguém para cuidar de meus clientes
Basta ao advogado autônomo ter um bom relacionamento com seus semelhantes — os outros advogados autônomos. Um pode dar cobertura ao outro em diversas situações, sempre que necessário. Nesse caso, é bom que os clientes saibam do acordo com outros advogados e saibam quem são eles e que problemas jurídicos podem resolver. Aliás, muitos clientes têm "dificuldades" de contratar advogados autônomos, por receio de ficarem desprotegidos em sua ausência. Assim, o advogado autônomo deve sempre eliminar essa preocupação, falando sobre seus parceiros.

3) Não quero assumir, sozinho, todos os riscos financeiros
Basta assumir apenas riscos calculados. Se o advogado tem uma previsão de receita, basta adaptar a previsão de despesas, mesmo que isso signifique compartilhar um espaço físico com outros advogados — ou iniciar sua prática em casa. É só fazer as contas.

4) Não sou muito bom em [qualquer coisa]
Não faz sentido dividir, meio a meio, suas receitas com alguém, só porque você não é bom em contabilidade, administração, computação. Para resolver problemas de muitas áreas, basta contratar um profissional. Se ele não for bom, você o dispensa. Não é tão fácil dispensar um sócio.

5) Preciso de um sócio que possa me ensinar
Não há razão para ter um sócio por isso, quando você pode ter toda a orientação que precisa de graça — ou quase. Basta o que já foi recomendado: fazer relacionamentos, frequentar a Ordem e associações, ter aulas de educação continuada. Não busque um sócio porque sente medo. Você irá depender dele para ganhar a vida e tudo o mais.

Segundo Susan Leibel, a lista de razões para se ter um sócio deve ser a seguinte:
1) vocês compartilham uma visão sobre aonde querem chegar na prática da advocacia, como querem chegar lá e até que ponto estão comprometidos com o projeto;
2) vocês respeitam um ao outro como advogados, confiam um no outro para tomada de decisões, durante ausências, e ambos assumem as responsabilidades das decisões tomadas por um dos sócios, nessas situações;
3) cada um de vocês tem algo de valor comparável para trazer para a sociedade, bem como um conjunto de qualificações que se complementam;
4) ambos reconhecem a responsabilidade igual de desenvolver os negócios e trazer clientes para a firma;
5) ambos compartilham os aspectos éticos e morais da profissão (isso é importante).

Viva a sociedade de advogados!
O advogado Josh Camson é um entusiasta da ideia de advogados unirem forças, apesar dos pesares inerentes a qualquer "casamento", em uma sociedade. "Há muitos benefícios. Sócios podem contrabalançar as fraquezas de cada um. Podem compartilhar qualificações, enquanto um advogado autônomo tem de aprender tudo ou pagar um preço por suas limitações. E o mais importante: um sócio pode ser alguém no jogo com você", ele diz. E explica:

Balanceamento de forças
Sócios podem ser yin e yang — forças aparentemente opostas, trabalhando juntas de forma conectada e independente, se complementando e se balanceando. "No meu caso" — conta Camson — "adoro estar nos tribunais, enquanto meu sócio prefere pesquisar leis e jurisprudências, escrever e cuidar dos negócios. Meu senso de negócios é mínimo. Ele sabe tudo o que é preciso para operar a firma. O balanceamento é perfeito. Um resolve as fraquezas do outro."

Um segundo cérebro
Operar uma firma de advocacia é a mesma coisa de operar qualquer empresa. Infelizmente, a maioria dos advogados não faz cursos de negócios (ou de administração de empresas). Alguns os fazem. Poucos se formam em marketing. A maioria não sabe o que PHP e muito menos como fazer um website. Isto é, há muito o que se aprender quando se abre uma firma. Se você tiver de aprender apenas a metade do que é necessário, sua vida será muito mais fácil. Você terá mais tempo para praticar advocacia.

Você tem um parceiro
"Como no casamento" — continua o advogado —, "a fase de lua-de-mel passou, no meu caso. Mas ainda não tentamos estrangular um ao outro. Pelo contrário, estamos lá, um pelo outro, um dando cobertura ao outro sempre que é preciso. Podemos substituir um ao outro em qualquer tarefa, seja no tribunal, seja no escritório. A sociedade também cria um senso de responsabilidade, que pode ser mais descuidada, no caso de advogados autônomos. Sei que sou corresponsável pelo ganha-pão do sócio e de sua família e isso me estimula a fazer horas extras, sempre que necessário."

Pode ser...
O advogado Roy Ginsburg não se declara nem a favor, nem contra a formação de sociedade de advogados ou da prática solo. Para ele, ambas podem ser boas ou ruins. Mas nem por isso sua contribuição para a formação de uma opinião sobre o caso pode ser desprezada. Ele diz:

É uma questão de sinergia
 Quando advogados pensam em "santificar uma união", o fator principal a ser considerado é o de criar uma sinergia entre as partes. Em outras palavras, um mais um é mais do que dois. Se a soma não for mais que dois, por que correr os riscos? A sinergia ocorre, mais frequentemente, quando as áreas da prática são idênticas e percorrem o mesmo caminho, de forma que um advogado pode ajudar o outro em determinadas matérias. Nessas circunstâncias, sempre aparecem oportunidades de mercado que se complementam. Além disso, a parceria facilita a cobertura de um sócio que tem de se ausentar por qualquer motivo, sem ficar na dependência de algum outro advogado que não está integrado à equipe.

Divisão de despesas
Uma justificativa frequente para a formação de sociedades é a potencial economia de custos com a divisão de despesas, principalmente da instalação do escritório, de pessoal e de encargos fiscais. Em muitas circunstâncias, no entanto, não há uma sinergia genuína ou atração entre as partes. Tipicamente, uma das partes (ou as duas) quer minimizar o impacto de decisões empresariais erradas, tomadas anteriormente, como a de ter alugado (ou adquirido) um espaço muito grande ou contratado mais funcionários do que o necessário. Tais sociedades são como casamentos forçados, que todos sabem como funcionam. Um advogado autônomo se sai muito melhor lidando com más decisões empresariais, sozinho, do que ter de enfrentá-las em uma espécie de casamento por interesse.

A prática solo é solitária.
O advogado autônomo sofre de solidão em dois aspectos. Primeiro, é duro ficar sentado o dia inteiro em um escritório, sozinho. Segundo, todo mundo gosta de trocar ideias com um colega de profissão sobre questões da área do Direito, de futebol ou de qualquer assunto do dia. Porém, se o advogado compartilha um espaço físico com um ou mais colegas, sem fundir suas práticas, ele resolve esses problemas. Ele pode andar até a próxima sala para pedir um formulário emprestado ou torrar a paciência do colega pela derrota de seu time.
Outra saída para o advogado solitário é frequentar associações da classe, se envolver nas atividades da Ordem e participar de cursos e eventos. Pode até receber uma indicação de cliente de um colega, só por estar presente. Além disso, pode pegar o telefone e agendar almoços ou cafezinhos, sabendo que o desenvolvimento de relacionamentos é a principal ferramenta de marketing de qualquer advogado. E é também um remédio para a solidão.
Qualquer relacionamento, por melhor que seja, passa por momentos difíceis. Se não for muito bom, pior ainda. Formar uma sociedade é garantia de problemas de relacionamento. Por que adicionar mais essa preocupação à sua prática? Em caso de separação da sociedade, da prática, de clientes e tudo o mais, a coisa pode ficar realmente complicada. Tamanho importa? Nem sempre.

Acordo pré-nupcial
A advogada Susan Leibel argumenta que uma sociedade de advogados deve ser formada com base nas razões certas, com a pessoa certa, com a qual se faz, previamente, os acordos certos. Ela soube de um casamento, há anos, em que os noivos assinaram um acordo pré-nupcial, no qual concordaram em atender as reivindicações e expectativas um do outro, de uma forma bem detalhada — ao ponto de estabelecer que o marido se comprometia a recolocar a tampa do tubo de pasta de dente no lugar, sempre que a usasse.
O acordo foi considerado "o cúmulo do exagero". Menos pelo casal, que viveu um casamento tranquilo. Afinal, discussões, mais ainda brigas de casal, foram evitadas, porque cada um conhecia muito bem as reivindicações e as expectativas do outro, bem como as responsabilidades de cada um no casamento.
Por isso, ela recomenda que os advogados, ao formar uma sociedade, detalhem em um contrato — o que qualquer advogado sabe fazer — os termos do relacionamento. Melhor fazer isso, ela diz, do que ter de enfrentar uma separação que, em alguns casos, é tão difícil quanto colocar a pasta de dente de volta no tubo.
Por João Ozorio de Melo
Fonte Consultor Jurídico

ASSÉDIO PROCESSUAL: O ABUSIVO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEMANDAR E O INTERESSE PROCESSUAL

A locução substantiva assédio processual etiqueta a situação na qual uma parte, a serviço de interesses menores, demanda para causar dano a outra parte.

É a própria relação jurídica processual, envolvendo a parte atingida como ré, com todas as incertezas, custos e incômodos daí decorrentes, que funciona como a causa eficiente dos danos.

O processo é utilizado para machucar e, em sua estrutura formalizada, no que coloca o réu sob ônus de responder, alcança o objetivo, principalmente quando acompanhado de ampla publicidade sobre sua própria existência. Mesmo porque, depois da improcedência, sempre permanecerá algo, como expressa a fórmula imortalizada por VOLTAIRE (“Mentez, mentez, quelque chose restera toujours”).

Além do mais, fazer parte de um processo, a mera condição de demandado, o estado de sujeição na relação jurídica processual, envolve comprometimento financeiro, físico, psíquico, sendo por vezes um exercício desmedido de paciência pelo tempo e esforço despendidos para demonstrar que o autor sem razão não tem razão.

Por vezes, ainda, esse autor, verdadeiro predador, utiliza de franquias constitucionais (artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição da República) ou infraconstitucionais (artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil – artigo 54 da lei 9.099, de 26 de setembro de 1995), para promover seu intento, razão por que sequer responderá, ao menos num primeiro momento, pelas despesas e honorários.

Obviamente, nem sempre é fácil identificar tais situações como abuso processual, na medida em que a visão de sacralidade do acesso à justiça ofusca tal análise, colocando-a em uma zona de penumbra, sendo que a dúvida milita em favor do trâmite processual.

Em contraponto – não se pode perder de perspectiva – o processo não é imune às práticas abusivas, asséptico às condutas emulatórias.

Assédio processual X extraprocessual

No campo extraprocessual o exercício abusivo do direito é tipificado pelo ordenamento jurídico e dele surge o dever de indenizar, como se verifica do artigo 187 do Código Civil (“Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”).[1]

Nesse contexto, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça condenou o autor a “reparar os danos de natureza extrapatrimonial que do ato ilícito de abuso processual decorrem.” (REsp 1817845/MS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, DJe 17/10/2019).

Por sua vez, no campo endoprocessual a reprimenda ao exercício do direito de ação abusivo – quando mais facilmente identificável – pode ocorrer a partir da aplicação das penas de litigância de má-fé e da indenização por perdas e danos (artigos 79, 80 e 81 do Código de Processo Civil); com maior rigor, quando envolvidas tutelas de urgência (artigo 302 do Código de Processo Civil).

Tais soluções, entretanto, virão ao cabo de largo trâmite processual, quando, muitas vezes, os fatores tempo e processo já causaram danos irremediáveis ao réu, pelo que o autor predador teria realizado seu objetivo, acertado o alvo (sempre permanecerá algo).

Todavia, uma adequada visão sobre o interesse processual permite o controle sobre a admissibilidade da demanda, interditando seu trâmite, na hipótese de ser atestada a ocorrência de abuso processual.[2]

Sem pretender reviver toda a temática envolvendo as condições da ação, e a filiação do Código a essa ou aquela teoria, considerando sua persistência no sistema[3], como deflui dos artigos 19, 330, 337, inciso XI, e 485, inciso VI, todos do Código de Processo Civil, viável sua utilização para o controle de admissibilidade da demanda.

As condições da ação como índices de viabilidade da análise do pedido formulado, considerando o que afirmado na inicial (in statu assertionis[4]) e o contexto que envolve sua apresentação, permitem o trancamento do exame da pretensão na perspectiva do abuso processual.

Mercê do raciocínio hipotético estruturado na inicial, em conjunto com a situação contextual em que inserida a pretensão, será analisada a existência de interesse processual, também na dimensão do exercício abusivo do direito de demandar.

Isso porque, desde sua matriz histórica, o interesse processual está ligado aos pressupostos da necessidade e da utilidade da tutela jurisdicional, como meios à obtenção de interesse legítimo, ainda que improcedente.[5]

Noutras palavras, o autor tem que afirmar a imprescindibilidade da jurisdição à tutela de um direito, bem como a sua utilidade, como faces do interesse processual, o que deve ser objeto de consideração por parte do juiz, inclusive para permitir o trânsito da demanda.

Nessa medida, possível que em tal exame o magistrado verifique a ocorrência do abuso processual no ato de demandar e impeça o trâmite processual, a par da ausência de interesse processual nas dimensões da necessidade e da utilidade.

Ora, se a demanda não se apresenta como efetivamente necessária, nem como objetivamente útil, mas sim homizia interesses menores direcionados ao ataque do réu, claro está a ausência do interesse processual.

Como anteposto, esse exame será realizado a partir do marco das afirmações do autor e, também, considerando o contexto processual de sua apresentação.

Não é rara, por exemplo, a propositura, por um único autor ou por diversos autores, de demandas temerárias contra o mesmo réu, muitas vezes em juízos diferentes, sobre uma miríade de alegações inverossímeis. Por vezes, esse tem sido o método deletério para cercear a liberdade de expressão ou em disputas políticas renhidas, para a desconstrução do adversário ou daquele que se opõe aos interesses de quem demanda, com repercussão na opinião publicada e, em especial, com ampla difusão nas redes sociais.[6]

Assim como o abuso do direito de defesa produz consequências processuais, pois justifica a concessão pelo magistrado da tutela de evidência (artigo 311 do Código de Processo Civil), o exercício abusivo do direito de demandar também as produz, pois impõe ao julgador a prolação de decisão sem resolução de mérito (artigos 330, 354 e 485 do Código de Processo Civil)[7].

Por Zulmar Duarte

Fonte Migalhas