O Pix, sistema de pagamentos instantâneo lançado pelo Banco Central do Brasil que permite transferências 24 horas por dia e sete dias da semana, está em vigor desde 16 de novembro. Nesse curto período, mais de 12,2 milhões de transações que somaram R$ 9,3 bilhões foram efetivadas. Porém, esse modelo que serve como alternativa ao DOC e ao TED ainda gera dúvidas nos usuários.
Veja, abaixo, o que você nunca deve fazer ao usar essa novidade.
1) Cadastrar chaves iguais para contas diferentes
Para utilizar o Pix, não é preciso cadastrar chaves eletrônicas. No entanto, isso facilita o recebimento de dinheiro já que, ao fazê-lo, não é preciso informar a terceiros dados sensíveis como nome, agência e conta, CPF, assim como ocorre hoje em transferências normais. Com a chave criada, que pode ser o número do celular ou um código aleatório, por exemplo, basta passar essa única informação ao pagador e já será possível receber a quantia.
Como a chave é uma espécie de "identidade" da conta, ela não pode ser repetida. Se você tem contas no Bradesco, Itaú e Santander, por exemplo, terá que optar por chaves diferentes em cada instituição. No primeiro banco, poderá cadastrar o CPF; no segundo, o telefone celular; e no terceiro, uma chave aleatória.
2) Não verificar o cadastro da instituição
Não são só os bancos tradicionais que podem oferecer o Pix. Instituições financeiras (IFs) e instituições de pagamento (IPs), incluindo fintechs, também podem ofertar o novo sistema de pagamentos aos seus clientes.
Para algumas, as com mais de 500 mil contas de clientes ativas, a adesão é obrigatória. Para as demais, é facultativa. No entanto, caso optem por oferecer o Pix, elas serão consideradas integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e estarão sujeitas a uma regulação mínima.
Antes de fazer o seu cadastro e disponibilizar seus dados pessoais, tenha certeza de que a empresa está registrada no Banco Central para oferecer o serviço. A lista completa está disponível no site do BC: https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/pix/ListadeparticipantesdoPix.pdf
3) Não conferir os dados antes de enviar dinheiro
Como o Pix é uma transferência instantânea, o dinheiro será depositado para o recebedor em cerca de dez segundos. Isso quer dizer que é rápido demais. Por isso, antes de finalizar a operação, confirme se todos os dados estão corretos. Se a chave Pix for um telefone, por exemplo, e você errar um dígito, o dinheiro vai cair para outra pessoa, e não será possível recuperá-lo.
4) Usar aplicativos de terceiros
Todo e qualquer pagamento com Pix, seja uma transferência ou uma conta pro QR Code, tem que ser feito diretamente pelos canais oferecidos pela sua instituição bancária. Não use aplicativos de terceiros.
5) Fornecer a sua senha
Para que façam uma transferência para você, só é necessário passar a chave Pix. Não informe a senha do internet banking, do cartão de crédito ou débito, nem a do aplicativo bancário. Esses dados são pessoais e não devem ser confiados a terceiros. Lembre-se que chave é diferente de senha: a chave pode ser comprartilhada, mas a senha nunca!
6) Deixar o celular desbloqueado
Utilize sempre uma senha para desbloqueio da tela de seu celular. Dessa forma, se o aparelho cair na mão de estranhos, a pessoa não conseguirá acessar seus aplicativos bancários.
Há bancos digitais que colocam a senha inicial do app como opcional. Para garantir a sua segurança, ative essa funcionalidade. Assim, só você poderá fazer movimentações na sua conta.
7) Enviar dinheiro com a conta zerada
Como a transação Pix é automática, o dinheiro sai da conta no mesmo momento da transação. Por isso, se não tiver saldo, é possível que o banco faça o desconto do seu cheque especial ou de alguma outra forma de crédito vinculado à sua conta. Apesar de ser conveniente, essas opções de empréstimo cobram juros altíssimos que não valem a pena. Por isso, só execute transações Pix se você tiver dinheiro em conta no momento da operação.
8) Pagar pelas operações
O Pix é gratuito até a 30ª operação por mês para pessoas físicas. Portanto, cuidado para não se animar com a novidade, fazer muitas movimentações e acabar pagando uma taxa sem necessidade.
Fora isso, se precisar fazer uma transferência, é melhor optar pelo Pix ao invés do TED ou do DOC, já que nesses dois últimos costuma ser cobrada uma taxa por transação.
9) Não desconfiar de golpes na internet
Antes de fazer compras na internet, seja de eletrônicos ou até mesmo ao participar de leilões online de carros, verifique a reputação do vendedor; veja se o negócio é realmente verdadeiro para não cair em golpes. Ainda assim, quando for efetivar a operação, prefira fazer a aquisição no cartão de crédito, pois, em caso de qualquer problema, é possível fazer o estorno.
Quando o pagamento é feito pelo Pix, por meio do aplicativo do banco e mediante uso de senha pessoal, a instituição não tem a obrigação de ressarcir o valor, mesmo que a transação tenha sido uma armadilha.
10) Ler QR Codes suspeitos
O Pix também pode ser usado para pagamentos por meio da leitura de QR Codes. É algo semelhante ao que fazíamos para pagar boletos, ao ler códigos de barras. No entanto, fique atento: não leia QR Codes suspeitos. O pagamento deve ser feito diretamente do aplicativo do banco. Se o QR Code direcionar para outro app ou levar a algum download, desconfie! Pode ser que estejam tentando instalar algum vírus malicioso em seu aparelho.
Por Letycia Cardoso
Fonte Extra – O Globo