Advogado,
você certamente deseja aumentar sua cartela de clientes, atingir
novos mercados, ter sua marca jurídica reconhecida, prestar serviços
jurídicos de qualidade e ser bem remunerado! No entanto, você já
analisou se a sua atual forma de trabalho está suficientemente
estruturada para isso? As ferramentas que você utiliza hoje para
controle de prazos, gestão financeira, comunicação com os atuais
clientes, supririam todas as suas necessidades caso, sua carteira de
clientes aumentasse consideravelmente de forma inesperada?
Na
maioria dos casos, a resposta não é afirmativa. Isso porque, por
mais que sejamos exímios juristas e conhecedores do Direito, nem
sempre as práticas cotidianas adotadas em nossos escritórios
favorecem um fluxo de trabalho preciso e organizado, que nos permita
ampliar nossa atuação. E o sucesso de um escritório de advocacia,
está diretamente ligado à forma de organização de trabalho, e não
apenas à qualidade do serviço prestado.
A
preparação para atingir resultados cada vez mais expressivos no
exercício da advocacia passa pelo conhecimento e aplicação de duas
ferramentas capazes de elevar o nível da sua advocacia e preparar
seu escritório para atingir o topo, quais sejam, a gestão jurídica
e o compliance.
A
gestão jurídica tem despontado como o conjunto de conhecimentos e
práticas da Administração, adaptadas para aplicação em
atividades jurídicas, seja em escritórios de advocacia ou em
departamentos jurídicos.
E
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA GESTÃO
JURÍDICA?
Em
linhas gerais, a gestão existe para solucionar os problemas do
escritório. A partir de uma gestão jurídica eficiente é possível
fazer um diagnóstico preciso do funcionamento do escritório
identificando, por exemplo, os motivos pelos quais a produção de
peças processuais ou o controle de prazos não funciona da forma
desejada, ou por que o cliente não está chegando ao escritório. A
partir desse diagnóstico, podem ser apontadas soluções e
desenvolvidas as estratégias necessárias para solucionar os
gargalos do escritório, nas mais diversas áreas, como financeira,
marketing, gestão de produção e pessoas, melhorando a
produtividade e a eficiência do escritório, o que permitirá maior
organização na administração e o aumento da clientela.
O
compliance, por sua vez, trará maior transparência e segurança nas
atividades internas e externas do escritório. Com o advento da Lei
nº 12.846/13 – Lei Anticorrupcao, empresas de todo porte passaram
a observar a importância de se instituir programas de compliance.
Compliance
são ferramentas utilizadas para cumprimento da legislação, normas
regulamentadoras, políticas e diretrizes internas ou externas.
Através das atividades de monitoramento efetuadas pelo Compliance,
qualquer desvio em relação à operacionalização pode ser
identificado e evitado¹.
Dessa
forma, com a instituição dos Programas de Compliance nas empresas,
os escritórios de advocacia ou departamentos jurídicos que prestam
serviços passam a ser fiscalizados pelo setor de compliance.
Daí
se conclui que, além de ser uma exigência de mercado, um programa
de compliance no escritório de advocacia, impacta diretamente em
benefícios internos, pois contribui facilitando as práticas de
gestão cotidianas. Afinal, a existência de um conjunto normativo
interno de integridade ajuda a prevenir comportamentos que o
escritório previamente tenha definido como inadequados e a garantir
a manutenção da disciplina nas relações interpessoais entre os
colaboradores e no relacionamento com os clientes.
Esse
conjunto de políticas transparentes e diretrizes normatizadoras
também tem o condão de minimizar alguns riscos recorrentes na
prestação dos serviços advocatícios, como por exemplo, em
assessoramento em operações financeiras e societárias, vazamento
de informações sigilosas, perda de prazos processuais que acarretem
prejuízos de grande vulto para o cliente. Todavia, com um setor de
compliance efetivo torna-se mais fácil a comprovação de que todos
os procedimentos e ações adotadas pelo escritório estavam em
conformidade com as normas internas, mitigando o risco de eventual
responsabilização civil e penal.
Ademais,
a existência de um programa de compliance pode ser exaltada como
parte da estratégia de marketing do escritório², que passará a
posicionar-se no mercado com uma atuação pautada nos valores da
integridade e ética, transmitindo credibilidade e confiança aos
seus clientes, bem como aos novos interessados em contratar a
assessoria jurídica prestada pelo escritório.
Dessa
forma, podemos afirmar que gestão e compliance não são ferramentas
do futuro, exclusivas para grandes bancas advocatícias. São
práticas da atualidade que certamente irão posicionar o seu
escritório estrategicamente no que se refere ao crescimento
exponencial e rumo ao sucesso.
¹
ANDRADE, Diógenes. O que é o compliance fiscal e como ele pode
contribuir para as empresas. Disponível em:
http://www.quirius.com.br/comoocompliance-fiscal-contribui-com-as-empresas/.
Acesso em: 24/04/2018.
Por
Ana Carolina Ferrari & Camilla Pinheiro
Fonte
Instituto de Estudos Avançados em Direito