Levar alguns documentos extras podem ajudar no momento
da entrevista com o oficial de imigração
Para
evitar problemas, especialistas dão dicas de comportamento diante dos agentes
americanos, além de documentos extras que comprovem vínculos com o Brasil e
ajudem o turista a atestar que se trata de uma viagem de lazer. Confira a seguir
as recomendações de advogadas da área da imigração.
1. Definir o tipo de visto
O
primeiro passo é definir o tipo de visto necessário para a entrada nos Estados
Unidos. Brasileiros que vão ao país a trabalho não podem utilizar o visto de
turismo e podem ser barrados na imigração se tentarem entrar em território
americano somente com essa documentação. Nesse caso, o consulado americano deve
emitir um visto específico para negócios. Estudantes também devem solicitar um
visto específico de estudo - e não o de turista - para fazer faculdade ou
qualquer outro curso nos EUA.
2. Ser sincero
Segundo
a advogada de imigração Ingrid Baracchini, a melhor coisa a fazer é ser honesto
quanto às intenções e não tentar burlar o sistema de imigração americano. Além
disso, é importante manter todas as informações atestadas na entrevista de
solicitação do visto, como o motivo e destino da viagem e o local de
hospedagem. “Manter essas informações inalteradas e justificar a necessidade da
viagem são requisitos primordiais para que você tenha a entrada permitida”,
afirma a advogada.
3. Não demonstrar interesse em ficar nos EUA
A
advogada especialista em direito na área de imigração Ana Paula Dias Marques
explica também que não se deve demonstrar interesse de morar ou estudar nos
Estados Unidos durante a entrevista na imigração, mesmo que esses sejam planos
futuros. “Isso pode ser interpretado de forma suspeita pelos oficias de
imigração”, afirma. Além disso, é aconselhável evitar ficar muito tempo no país
com o visto de turista. O prazo máximo de permanência por viagem para turistas
é de 90 dias, mas, segundo Ana Paula, poucas pessoas ficam tanto tempo. Fazer
viagens por um período tão grande diversas vezes também pode despertar
suspeitas.
4. Passagem de volta e hospedagem
É
recomendável ter a passagem de volta em mãos na entrevista na imigração. Nem
sempre esse documento é solicitado pelo agente, mas ajuda a comprovar sua
intenção de retornar ao Brasil. Entradas para parques e outras atrações
turísticas, além do comprovante da reserva do hotel ou do aluguel do imóvel
também podem ser úteis. Segundo Ana Paula, os oficiais podem desconfiar das
verdadeiras intenções da viagem caso o turista não informe onde irá se hospedar
ou diga que pretende ficar em casas de amigos ou familiares. “E qualquer duvida
que ele tiver pode indeferir sua entrada”, afirma.
5. Documentação extra
Ana
Paula Dias explica que, além do visto e do passaporte, é importante levar
alguns documentos que podem ajudar a garantir a passagem tranquila pela
imigração. Ana Paula recomenda documentos que atestam vínculos com o Brasil,
como matrícula na escola dos filhos, certidão de casamento e declarações de
bens. Escritura de imóveis no Brasil e documentos de propriedade de carros
também podem ajudar. Comprovar fonte de renda e situação financeira estável no
Brasil também demonstra que o turista não tem intenção de morar ou trabalhar
nos EUA. Contrato de trabalho, comprovante de rendimento dos últimos três meses
do emprego, declaração de imposto de renda e extrato bancário e de poupança no
Brasil são bons exemplos. A advogada também recomenda que seja feita a tradução
juramentada desses documentos.
6. Dinheiro
É
importante também que o turista leve uma quantidade de dinheiro em espécie
suficiente para os gastos da viagem, comprovando que não há intenção de
trabalhar ou residir nos Estados Unidos.
7. Visto de negócios
Para
o brasileiro que viajar com visto de negócios, é recomendável ter em mãos uma
relação com todas as reuniões ou palestras às quais pretende comparecer, além
de um documento com o contato da empresa e os endereços de hospedagem. Além
disso, a advogada Ingrid Baracchini aconselha levar uma carta de apresentação
da empresa, explicando a finalidade da viagem.
8. Cuidado extra com menores desacompanhados
O
ideal é que menores de idade sempre viajem acompanhados dos responsáveis, com
agências de turismo ou grupos de estudo. Se a criança ou adolescente estiver
sozinha, é importante providenciar, além da autorização de viagem reconhecida
em cartório, uma procuração pública com finalidade específica passando o direito
de zelar, guardar e decidir em casos médicos a um adulto que acompanhará ou
hospedará a criança nos EUA.
Por
Julia Braun
Fonte
Veja Online