Se
pudéssemos resumir o marketing jurídico em uma única palavra esta seria
relacionamento. E
relacionamento tem como base a comunicação entre os envolvidos. Assim,
por decorrência lógica, errar na comunicação com clientes é cometer erros no
marketing jurídico estratégico.
Neste
sentido, as 10 dicas de comunicação abaixo escritas por Eduardo Ruano podem ser
plenamente utilizadas para estreitar a relação com clientes e ajudar no próprio
marketing jurídico.
1. Falar sem ouvir
Como
disse Goethe, “falar é uma necessidade, escutar é uma arte.” É provável que as
pessoas já imaginem o quão desagradáveis podem ser as situações que acontecem a
partir de uma simples falha de ouvir. A negligência de escuta é um hábito muito
comum, e um problema fundamental. Uma marca registrada de má audição é quando a
pessoa fala interminavelmente (como em um monólogo) ou não faz qualquer
pergunta relacionada ao que o outro falou (como se acometida por alguma
distração). Habilidades pobres de escuta resultam em falhas de comunicação,
oportunidades perdidas, além de menor produtividade devido a erros e esforços
redundantes.
2. Interromper
Todos
nós temos uma coisa em comum quando falamos: queremos ser ouvidos. As pessoas
que interrompem as outras com frequência podem acabar cortando uma linha de
raciocínio, e comprometer a integridade da mensagem. Às vezes, o ato de
interromper é inevitável, mas são poucos que fazem isso quando é realmente
necessário. Apesar de muitos acharem que suas interjeições (ou intromissões)
são importantes para complementar o que o outro está dizendo, isso também pode
demonstrar uma falta de envolvimento. Como disse o escritor e pintor Malcolm de
Chazal, “a melhor forma de ser escutado é fazer de cada ser um auditório
completo e, do auditório inteiro, um único ser”.
3. Mergulhar em distrações
Vivemos
em terras rodeadas por mares de distração, e estes não saem de nosso horizonte.
A revolução digital facilitou a hipercomunicação, mas tornou mais difícil, para
qualquer um, ouvir. Celular, tablet e notebook, por exemplo, são ferramentas
cruciais de comunicação, e por isso nós abusamos delas. No entanto, quando
alguém solicita nossa atenção ou está nos falando algo e, ao mesmo tempo,
ficamos mergulhados nas águas profundas da distração, isso demonstra uma clara
falta de respeito, um péssimo hábito de comunicação, e o mais claro sinal de
ruído.
4. Envolver em multitarefa
Independentemente
de quem estamos falando, as conversas merecem total atenção, e não apenas
olhares indiferentes por estarmos envolvidos em multitarefas simultâneas. Esse
é um hábito do qual todos são passíveis de ser culpados. Mesmo que estejamos
realizando uma atividade simples que permita uma conversa sincronizada com
outra pessoa, corremos o risco de quebrar o canal de comunicação ao direcionar
nosso foco para diversos alvos.
5. Evitar contato presencial
Grande
parte das pessoas gosta da conveniência de mensagens de texto e e-mail. Porém,
priorizar o contato à distância, ao invés do presencial, nos torna preguiçosos
e condescendentes, além de sinalizar uma falta de prioridade em relação a não
estar junto com a pessoa. Se é possível explicar para alguém, cara a cara,
aquilo que tentamos comunicar por mensagens, então as razões para evitar o
contato direto são produtos de uma escolha. Para a outra pessoa, isso pode ser
decepcionante. A variedade infinita de recursos de comunicação facilitou a
troca verbal, mas também impôs grandes distâncias. Esse mau hábito, se não for
contornado constantemente, pode se tornar enraizado.
6. Entrar em embate
Há
conversas que vão da paz à guerra em instantes. Algumas pessoas discutem para
testar suas ideias, enquanto outras discutem simplesmente porque gostam de
provocar. Esse mau hábito de comunicação faz de uma pessoa alguém difícil de
interagir, ao mesmo tempo que abduz o outro a reagir de forma igualmente
ofensiva ou indecorosa. Ou seja, combater a outra pessoa enquanto está falando
pode ser um ato recíproco e automático, quando claramente indica uma resposta
explosiva para um sinal de comunicação primário. Impor vontade sobre a outra
pessoa através de discussões destrutivas é um mau hábito comum que, em sua
veemência implacável, dificilmente melhora a oratória e a essência da mensagem
transmitida.
7. Fazer perguntas mal-intencionada
Nem
sempre é melhor fazer perguntas, para alimentar a conversa, do que fazer
nenhuma. Algumas questões não são neutras. As perguntas fazem melhores
conversas, mas podem causar problemas se a outra pessoa interpretá-las como
sendo mal-intencionadas. Alguns problemas de comunicação refletem em
habilidades de questionamento precárias. Perguntas defeituosas contribuem para
muitas falhas de conversação e podem adicionar ansiedade defensiva, retração,
repulsa e má vontade para interações. Algumas perguntas são suscetíveis de
sufocar diálogos, mesmo que o propósito tenha sido a progressão produtiva da
conversa.
8. Contatar alguém somente quando precisa
Esse
é um dos principais hábitos de comunicação ruins. As pessoas acometidas por
esse hábito costumam contatar outra pessoa quando tem algum problema, estão a
caça de trabalho, precisam de uma referência ou buscam algumas ideias. Nesses
períodos de necessidade, as conversas são solicitadas mais por conveniência do
que por consideração. Seja qual for a razão pela qual as pessoas fazem isso,
não deixa de ser desagradável para quem recebe esse tipo de mensagem sazonal.
Afinal, ninguém gosta de sentir que está sendo usado.
9. Não retornar mensagens de texto, telefonemas ou
e-mail
Esse
é outro mau hábito de comunicação bastante comum. Em algumas comunidades e
culturas de trabalho, não retornar mensagens de outra pessoa é uma verdadeira
violação de conduta, enquanto em uma sociedade hiperconectada, não retornar
outra pessoa é uma prática rotineira e até supérflua. Seja por ignorar alguém
ou por não desejar a continuidade da comunicação, muitas pessoas preferem dar
fim a uma conversa sem precisar dizer algo.
10. Contar mentira
Todos
nós mentimos, por razões diversificadas, e não é curioso o fato de que alguém
possa ser tão descredenciado por ter o hábito recorrente de mentir. Não importa
que a mentira seja para evitar ferir os sentimentos de alguém ou proteger,
poucas pessoas estão dispostas a confiar em alguém que mente em constância.
Veracidade exige coragem e, essencialmente, habilidade, ao passo que mentir
exige flexibilidade e pode ser um ato de manipulação. Sim, a verdade pode
ferir, muitas vezes, mas as mentiras tendem a ser, no devido tempo, mais
prejudiciais ainda.
Importante
que ao nos comunicarmos melhor com o cliente e estreitarmos assim nosso
relacionamento, seremos mais importantes aos olhos do cliente e, portanto, mais
cotados na contratação dos serviços prestados.
Neste
sentido, devemos compreender que ter produtos claros para ofertar, fazer uma
comunicação direta, objetiva e com foco no que interesse para o cliente, aliado
a não cometer estes erros de comunicação acima descritos, teremos resultados
efetivos em nossas ações.
Por
Gustavo Rocha Giraldello
Fonte
JusBrasil Notícias