Os juros médios chegam de 432,24%, em março
O
Procon de São Paulo elaborou uma lista com dez dicas para ajudar os
consumidores a evitar dívidas com o rotativo do cartão de crédito, em meio à
crise econômica e queda na renda dos brasileiros. Os juros médios do cartão de
crédito alcançaram o patamar de 432,24% ao ano em março, segundo pesquisa da
Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac). Confira a lista abaixo:
1. Cartão de crédito não é sinal de “status
financeiro”.
Tem
gente que se orgulha de ter o limite do cartão de crédito alto. Fique atento,
pois se a financeira te dá o limite alto é porque ela busca uma operação segura
e lucrativa. O bom “status” é não ter dívidas e uma reserva financeira. Fuja de
ostentação, planeje suas compras e fique atento com seu equilíbrio financeiro.
2. Tenha um ou dois cartões no máximo.
Quanto
mais cartões, maiores as chances de você descontrolar e entrar numa situação de
superendividamento. Dois cartões, de bandeiras diferentes, já estão ótimos.
3. Saiba dizer NÃO.
Nunca
aceite cartões oferecidos, mesmo que possuam anuidade grátis. Tenha uma regra
rígida sobre isso.
4. Anuidade grátis. No mercado financeiro existe um
ditado que “não existe almoço grátis”.
Então
fique esperto, pois, no geral, a primeira anuidade é grátis, mas as posteriores
não o são. Valores como R$ 300,00 são cobrados sem nenhuma dificuldade após o
período da “anuidade grátis” e já se previna dessas estratégias que sempre
prejudicam o consumidor.
5. Priorize pagar sempre à vista ou no cartão de
débito.
Corte
o mal pela raiz. É duro, dói, é complicado, mas funciona. Use sempre as
alternativas para pagamento imediato e se proteja do efeito “bola de neve” das
dívidas.
6. A regra de ouro: fuja do pagamento mínimo.
Os
juros do crédito rotativo podem chegar a impensáveis 16% ao mês, em alguns
casos. Se a fatura chegar e você não tiver como fazer o pagamento integral,
busque uma linha de crédito mais barata, como o crédito consignado, CDC etc.
Pague o mais rápido que puder e repense seus hábitos de consumo.
7. Não divida nada. Ataque mais uma vez a origem do
problema.
Tente
desconto para pagamento à vista, caso a loja não concorde e você quiser fazer a
compra, pague imediatamente. Não divida nada em quatro, cinco ou dez vezes. Com
o tempo, você pode se descontrolar com várias parcelas de fornecedores
diferentes e o valor de sua fatura irá aumentar excessivamente.
8. Não passe o número do cartão para empresa nenhuma.
Algumas
grandes empresas como editoras gostam de dar opções para o consumidor pagar
assinaturas de revistas com o cartão de crédito. Elas quase não dão desconto no
valor à vista e isso leva a crer que pagar com o cartão parcelado em muitas
vezes é muito melhor. Na verdade, elas querem mesmo é o número do seu cartão e
poderão lançar a renovação do mesmo, apenas te avisando, quando o certo seria
pedir sua autorização primeiro. Depois que lançam a renovação, para você
cancelar sempre dá muito trabalho e é muito complicado. Priorize pagar via
boleto ou depósito em conta corrente.
9. Cuidado com o limite global do cartão.
Um
dos perigos de se pagar tudo parcelado é que, eventualmente, você pode chegar
ao limite global do cartão, mesmo sem ter atingido o limite da fatura mensal.
Nessa situação seu cartão será bloqueado e você pode ficar em situações onde
não está com dinheiro vivo ou não tem como usar cartão de débito. Todo mundo
tem o limite mensal que pode ser usado e um limite global que não pode ser
ultrapassado. Bateu em algum dos dois, o cartão de crédito já não funciona.
10. Destrua o cartão de crédito se você não consegue
lidar com ele.
Controle-se
e se pergunte muitas vezes se aquela compra é boa para você ou não. Não compre
nada por impulso, pois isso é o caminho da morte financeira. Se, após tentar se
controlar você viu que não possui força para se sustentar perante o impulso de
gastar, destrua o cartão de crédito e passe a usar apenas a modalidade débito.