Nos
Estados Unidos, os advogados podem fazer anúncios comerciais na televisão ou
qualquer outro meio. Mas, a grande maioria prefere não fazê-los. Afinal,
existem outras estratégias de marketing mais apropriadas para a classe, mais
refinadas e certamente mais eficientes.
Os
advogados que fazem anúncios comerciais, em qualquer meio de comunicação, soam
como vendedores. E, por isso, há uma perda de credibilidade. Além disso, o
cliente não se vê como comprador de um produto ou serviço. Ele se vê como uma
pessoa que precisa de ajuda profissional — uma ajuda que, aliás, merece ser
remunerada, exatamente por ser profissional.
Entre
as estratégias de marketing preferidas dos advogados americanos estão as de
networking (de formação de relacionamentos) e a prática que chamam de “educar o
cliente”. A “educação do cliente” consiste, basicamente, em mostrar que existe
um problema jurídico rondando a sua vida, mas também há uma boa notícia: existe
uma solução que irá lhe garantir tranquilidade.
Existem
muitas formas de se fazer isso: press releases enviados aos jornais,
seminários, workshops, palestras em associações, textos publicados nos sites do
escritório ou de terceiros e blogs. Esses recursos conferem ao advogado
credibilidade e autoridade.
A
publicação de blogs tornou-se, ultimamente, a ferramenta mais popular entre os
advogados. O consultor Stephen Fairley, CEO do The Rainmaker Institute, a maior
firma de marketing para escritórios de advocacia dos EUA, escreveu um artigo
para o site The National Law Review, em que defende a “necessidade” de os
advogados escreverem blogs. Ele aponta as seguintes razões:
—
Um blog de um escritório de advocacia é a melhor maneira de lançar os advogados
no alto da primeira página de resultados do Google. O Google ama conteúdo novo.
E, quando feito de maneira adequada, o blog é a melhor maneira de se colocar
conteúdo novo nos mecanismos de busca.
—
Pesquisa da HubSpot na mídia social, mostrou que os escritórios que publicam
blogs geram 67% mais contatos (ou troca de informações) com clientes do que os
escritórios que não os publicam.
—
Os blogs atraem clientes para os websites que os publicam.
—
Os blogs fornecem material que podem ser postados nos sites de mídia social,
como Linkedin, Twitter e Facebook.
—
O compartilhamento de postagens de blogs na rede social aumenta a visibilidade
do escritório, cria links para o website da banca e melhora os resultados de
SEO (otimização dos mecanismos de busca). Isso significa que o advogado e o
escritório irão se posicionar melhor nos resultados dos mecanismos de busca.
—
Um blog torna o autor um líder em ideias inovadoras (thought leader) e um
especialista em seu campo. Desperta maior conscientização sobre sua prática,
sua área de atuação e sobre seu escritório. Aumenta o envolvimento do cliente e
gera contatos.
—
Um blog publicado com regularidade cria um ativo extra para o escritório,
trazendo mais credibilidade, autoridade e visibilidade.
—
Os blogs criaram seu próprio poder, porque se tornaram uma fonte aceitável de
informações, atingindo uma posição única na mídia online.
—
Desde que tratados apropriadamente, o blog se torna uma voz clara e consistente
de sua prática. Ele motiva os clientes e possíveis clientes, as fontes de
recomendação, os colegas de profissão e os formadores de opinião a se comunicar
com o autor.
—
O blog faz o advogado ficar na mente dos possíveis clientes. Em última análise,
ele traz para o advogado o tipo de cliente que está buscando.
O
advogado não precisa, ele mesmo, escrever um blog. Sempre pode contratar uma
assessoria de imprensa especializada ou um profissional competente para
escrevê-lo.
Também
não precisa pensar muito sobre o tema que o blog vai abordar. É melhor
pesquisar nos websites, na mídia social e no noticiário o que está preocupando
os clientes. E escrever sobre isso.
Em
outras palavras, o tema do blog não é o que o advogado quer publicar, mas o que
o cliente quer ler – ou o que é relevante para seu público-alvo em um dado
momento.
Por
João Ozorio de Melo
Fonte
Consultor Jurídico