As
pesquisas sobre doenças relacionadas ao trabalho iniciaram-se em meados do
século XX e, desde então, vêm contribuindo para a compreensão de diferentes
aspectos associados ao contexto organizacional. Dentre eles, merece destaque o
estresse laboral, em função dos graves prejuízos que tal fenômeno pode causar à
saúde do trabalhador. Segundo a OMS, o estresse é o mal do século e tende a
levar as pessoas a doenças como depressão, síndrome do pânico e transtorno de
ansiedade, para além das doenças como infarto, gastrite, diabetes e pressão
alta.
Nesse
sentido, o ambiente de trabalho é um dos fatores de estresse até mesmo porque o
trabalho exerce grande importância na vida das pessoas não apenas no que tange
a sobrevivência, mas a autorrealização.
Na
medida em que o trabalho, em algum contexto, é percebido como negativo, ou o
indivíduo não se sente capaz de atender às excessivas demandas por ele
provocadas, este processo tende a gerar um processo de estresse ocupacional,
que costuma gerar conseqüências físicas, psicológicas e comportamentais que
frequentemente afetam o desempenho no trabalho. Assim é que as reações
associadas ao estresse vêm há muito tempo afastando os profissionais do
trabalho.
De
particular interesse aqui, está a profissão de advogado, que envolve uma série
de atividades e atribuições bastante específicas, expondo estes profissionais a
diferentes estressores no dia a dia de sua profissão, tanto no aspecto positivo
com resultados que podem lhe trazer alegrias, como também negativos em situações
e resultados que levam a frustrações e ansiedade.
Susan
Daicoff, importante pesquisadora sobre o tema no exterior, apontou evidencias
empíricas de que diferentes fatores associados à profissão do advogado acabam
por comprometer sua saúde mental. No Brasil, em minha pesquisa, identifiquei
depressão e problemas psicossomáticos como fatores associados ao estresse na
profissão. Mas também, como Susan, uma enorme dificuldade desses profissionais
em assumir possíveis impactos do estresse no seu dia a dia.
A
saúde mental e a qualidade de vida dos advogados, estão sendo comprometidas e
com isso muitas vezes o seu desempenho. Esquecer prazos, anotações,
compromissos ou informações, ter que beber ou tomar medicamentos para dormir ou
relaxar, aumentar a sudorese e o batimento cardíaco diante de uma audiência
mais tensa, estar mais aborrecido com tudo, brigando com familiares ou mais
irritadiço nas situações de conflito, podem ser sintomas de estresse.
Mas
isso não ocorre de uma hora para outra, o corpo e a mente dão sinais a todo
momento, de que algo não vai bem, entretanto o foco no trabalho, acaba por não
deixar que este profissional, perca alguns minutos em prol de sua própria
saúde.
Por
Carreira do Advogado
Fonte
JusBrasil Notícias